ROAR (1981) - CLÁSSICOS ESQUECIDOS
FICHA TÉCNICA
Título no Brasil: Roar: Homens e feras
Lançamento: 1981
Dirigido por Noel Marshall
Com: Tippi Hedren, Noel Marshall, Melanie Griffith mais
Gênero : Aventura , Suspense
Duração: 1h42min
SINOPSE
Hank vive contente com os seus animais selvagens: quatro filhotes de tigre, dois elefantes, e 110 felinos, entre eles leões, tigres, leopardos, onças, e guepardos. Um dia sua esposa e três filhos chegam para visitá-lo. O único problema é que ele não está em casa, mas todos os seus animais são. Agora eles terão que aprender a conviver com os animais que os levarão a uma experiência única.
O QUE É...
Há uma inacreditável sensação de perigo durante o filme. Parece realmente que algo ruim vai acontecer a qualquer momento.
Como sempre, tento oferecer coisas diferenciadas na sessão Clássicos esquecidos. Procuro por filmes que são realmente interessantes, mas que ficam fora de foco por diversas razões.
“Nenhum animal foi ferido durante as filmagens. Mas 70 membros da equipe e do elenco foram''.
Pelo slogan, já dá para se ter uma ideia do que estar por vir...
A história de “Roar'', relançado recentemente nos Estados Unidos, é quase inacreditável demais para ser verdadeira. Ela envolve três lendas de Hollywood – o produtor/diretor Noel Marshall (“O Exorcista''), sua mulher Tippi Hedren (atriz de “Os Pássaros'', de Alfred Hitchcock) e a filha dela, Melanie Griffith (atriz de “Dublê de Corpo'', de Brian De Palma) – e 150 animais selvagens, sobretudo grandes felinos.
Durante 11 anos, o casal e seus filhos mantiveram um santuário de animais em sua casa em Beverly Hills, Los Angeles. Eles viviam, comiam e dormiam ao lado de leões, tigres, jaguares e guepardos. Como se não bastasse, em um belo dia Marshall teve a ideia de transformar a experiência em um filme de ficção para toda a família, ao estilo Disney.
Também é inacreditável ver Tippi, Melanie e os filhos de Noel interagindo com os animais. Mais impressionante ainda é como Noel Marshall se relaciona com os leões, como se fosse um deles e, aparentemente, era assim que os leões o viam também.
Eles perderam a conta do número de acidentes durante a produção. A adolescente Melanie foi atacada por um leão, levou 100 pontos no rosto e passou por uma cirurgia de reconstrução facial; Heddren quebrou a perna ao cair de um elefante (!); o diretor de fotografia Jan de Bont (que depois se tornaria o diretor de “Velocidade Máxima'') foi escalpelado por uma mordida de leão, e seu couro cabeludo teve que ser costurado de volta à cabeça com 220 pontos; e Marshall foi ferido tantas vezes que precisou ser hospitalizado com uma gangrena.
Dois anos, US$ 17 milhões e dezenas de tragédias depois, o filme foi finalizado em 1981 e foi engavetado (sendo exibido por apenas uma semana fora dos Estados Unidos).
A história terminaria aí se um pequeno distribuidor especializado em filmes perdidos no tempo não tivesse ouvido por acaso uma conversa sobre “Roar'' e pedido para ver uma cópia da produção. “Eu assisti com minha namorada e nossos três gatos, que ficaram tão animados com o filme quanto nós'', declarou .
No filme há uma rápida homenagem aos Pássaros, quando Tippi, que atuou no filme, chega na casa, e ao abrir uma porta, um pássaro entra rapidamente, e ela fecha a porta na mesma velocidade.
Abaixo o trailer:
Em uma ação de marketing, convidaram alguns fotógrafos, entre eles Michael Rougier, da revista Life, para registrar cenas do dia a dia da permanência do leão entre os Marshal-Hedren.
Nas fotos, o rei das selvas se mostra entregue, domesticado e feliz, dormindo com Melanie Griffith, a filha pequena do casal – hoje famosa atriz -, ou brincando de devorar Jerry Marshall, o enteado
de Tippi.
Apesar do fracasso do filme , o amor pelos leões permaneceu e após as filmagens, Hedren fundou a Shambala Preserve, um santuário para animais exóticos maltratados.