ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE 3 - CRÍTICA POR RUBENS EWALD FILHO
Brasil, 15. 107 min. Direção de Roberto Santucci, Marcelo Antunez. Com Leandro Hassum, Camila Morgado Kiko Mascarenhas, Julia Dalavia, Daniel Filho, Ailton Graça, Emmanuelle Araujo, Bruno Gissoni, Leonardo Franco, Silvia Pfeiffer. Luciano Huck, André Marques, Paulo Silvino. Roteiro de Paulo Cursino.
Foi muito bom assistir a sessão com público lotado para testemunhar a alegria com que os espectadores saudaram mais outra comédia de Leandro Hassum, desta vez com um roteiro esperto que assumiu a situação nova: o astro Hassum perdeu muitos quilos e havia uma chance grande dele ter perdido o tipo e a graça. Isso nem de longe sucede porque Hassum dá o seu show particular, praticamente dominando todo o filme, de jeito que praticamente todo o resto do elenco não passa de escada para o protagonista. Não é menosprezar ninguém afirmar que a verborragia do ator acerta uma média de oitenta por cento, o que é muito (isso inclui ao final, as cenas cortadas e improvisadas). E depois de O Candidato Honesto, que foi muito ousado nas críticas políticas (e correto!), desta vez entra em cena ninguém menos do que a própria presidenta brasileira. É uma charge curta não abusiva, envolvendo naturalmente a mandioca e que faz o público delirar.
Realizado em bons e fotogênico cenários, o roteiro é do mesmo Paulo Cursino que fez O Candidato Honesto, os outros filmes desta série, De Pernas para o Ar, e os mais fracos Diários de Tati e Odeio o Dia dos Namorados. O filme começa com uma sequência com Luciano Huck como apresentador mostrando o herói Tino (que perdeu toda a fortuna em Las Vegas) perdendo um possível prêmio em dinheiro, mas acontece que ele é atropelado numa rua pelo filho de um milionário (sim, é realmente inspirado no filho do então homem mais rico do Brasil que logo se incorpora a história), sendo que a filha de Tino faz o rapaz se apaixonar e a maior parte das gags são em cima de uma possível festa de casamento de luxo. Até quando Tino provoca um desastre econômico em todo o país!
Há um pequeno problema: o filme da uma derrapada nos últimos 15 minutos, talvez porque eles tivessem que fazer merchandising de uma marca de carro (e inventaram uma bobinho mas fácil de rir de tão absurdo um boneco inflável). Então o ritmo se perde um pouco concluindo num casamento no interior (aparição fulminante de Daniel Filho). Mas as piadas geralmente não são muito fortes (embora duas escorreguem na escatologia) e a censura é dez anos. Tem tudo para continuar o sucesso da série e do gênero.