ZOOTOPIA (2016) -CRÍTICA DE RUBENS EWALD FILHO
EUA, 16. 108 min. Direção de Byron Howard, Richard Moore, Jared Bush (co-diretor).
Ao contrário do filme anterior, O Bom Dinossauro, que deu um enorme prejuízo para a Pixar Disney (em parte porque foi interrompido para mexer na história e equipe), esta nova animação da Disney está estourando nas bilheterias (em particular na China, onde já passou dos 300 milhões de dólares) e também nos EUA (mais de 142) e foram dublados aqui por Monica Iozzi, Rodrigo Lombardi e Boechat.
Mas além do infeliz subtítulo nacional o filme tem outros problemas graves: 1) é longo demais para crianças, que não tem paciência de o assistirem; 2) também a temática, que no fundo é uma variante das grandes tramas policiais com mocinhos e bandidos, deixa as crianças confusas. Fora isso é tecnicamente excepcional, fazendo citações de outros filmes, entre eles Bambi (o coelho Tambor), Mogli (os ursos que se coçam), Robin Hood, 48 Horas (Eddie Murphy), O Plano Perfeito (Denzel), O Homem Duplo (Flores que viram drogas), Enrolados, Detona Ralph, Frozen (várias), Operação Big Hero, Poderoso Chefão (paródia de Don Corleone), Breaking Bad e outros mais. Cabe a pergunta: será que as crianças vão perceber isso? Claro que não, mas essa é a proposta, não é apenas um filme para crianças. Mas também para adultos. E tem mensagem social de aceitação dos diferentes, na verdade essa é sua importante colocação: Zootopia é uma fábula sobre um lugar antropomórfico onde animais predadores são capazes de se dar bem com os outros mais pacíficos, de forma que todos convivem em harmonia! É uma lição importante e oportuna, já que o mundo atual parece desmentir isso.
Enfim, a heroína aqui é uma coelhinha, Judy, que não quer cultivar cenouras como seus pais mas sonha em ser policial, um cargo que geralmente é ocupado pelos maiores e mais fortes. Ela usa a inteligência para passar pela Academia e se tornar a melhor aluna, mas tem problemas quando conhece uma raposa (macho) chamado Nick Wilde, que segundo a tradição deles, é um completo e esperto malandro, que entende de truques e de como fazer dinheiro. Esse improvável casal será o foco do filme ainda mais quando eles descobrem uma conspiração onde o mais importante não é fazer rir mas se envolver numa história com perseguições de carro, hospitais, prisões e assim por diante.
De qualquer forma, como no sucesso anterior vencedor do Oscar, Divertida Mente, a Disney está mudando o gênero sem esquecer o público infantil, já que o próximo lançamento deverá ser o Procurando Dory.