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CAFE SOCIETY (2016) - CRÍTICA DE RUBENS EWALD FILHO


Café Society (Idem)

EUA, 16. 96 min. Direção e roteiro e narração de Woody Allen. Com Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Steve Carell , Sheryl Lee, Jesse Portnow, Blake Lively, Jennie Berlin, Corey Stoll, Parker Posey. Estreia em 25 de agosto.


Acho que vocês ainda não se deram conta de que os fãs de cinema sofrerão um hiato nas próximas semanas quando os filmes mais importantes terão suas estreias adiadas por causa das Olimpíadas. O novo filme de Woody Allen, por exemplo, deve chegar no final de agosto, Star Trek que já estourou nas bilheterias americanas, segundo o IMDB deve vir apenas em 1 de setembro e até o Festival de Gramado foi postergado para começar quando terminarem os jogos. Haverá exceções como uma nova fantasia de Disney, Meu Amigo o Dragão (previsto para 18 de agosto), assim como o novo Ben-Hur (também 18).

O fato é que eu não consegui me conter e resolvi escrever sobre o mais recente Woody Allen (que aos 80 anos continua a toda, fazendo ao mesmo tempo um novo longa com Kate Winslet junto com uma série de TV de 6 capítulos para a Netflix!). O fato é que ao final do filme encontrei meu amigo Luiz Carlos Merten, admirando o final do filme e fiquei muito feliz em compartilhar com ele a beleza do filme, talvez o mais bonito da carreira do diretor. Que soube se cercar do que há de melhor como desenho de produção (com o lendário Santo Loquasto, famoso também na Broadway), a figurinista Suzy Bensinger (com quem fez Blue Jasmine, Homem Irracional, Desconstruindo Harry) e principalmente a fotografia do genial Vittorio Storaro (famoso pela parceria com Bertolucci e que utilizou aqui a nova câmera 4K, que consegue criar tons de cor antes não disponíveis para o cinema!). O resultado é sem dúvida seu trabalho mais bonito, realizado sem preguiça, com um numero incrível de coadjuvantes, quase todos desconhecidos até agora (sem esquecer a trilha musical habitual do diretor, que desta vez além de mencionar vários astros antigos também cita sempre a dupla Rodgers e Hart e o tema I´ll Take Manhattan).

Não vou chegar ao exagero de dizer que é seu melhor filme ou mais engraçado (embora provoque varias risadas). O fato é que ele deixou de ser preguiçoso e gravou em diversos lugares e mansões lindamente decoradas numa notável recriação de época. E preferiu contar uma história de amor doce-amarga sem cair no clichê de falar mal da Califórnia e bem de Nova York, embora sem dúvida seja esse o tema da história. O que me pareceu mais notável foi o fato do capricho estar também em detalhes que ultimamente ele tem deixado de lado. Como por exemplo, a maquiagem. Nunca se viu a discutível Kristen Stewart tão bem tratada com penteados adequados, maquiagem que a deixa suave e insinuante e até mesmo dramaticamente convincente. Woody é o narrador da história, mas é evidente que ele se encarna na figura do jovem Jesse Eisenberg (um ator Judeu que faz as vezes de Woody mas com a inteligência de não tentar imitá-lo, sem os exageros de outros ou do que fez no recente Lex Luthor!). O Importante é que o genial Storaro - depois de certo tempo afastado - está de volta e esta trabalhando novamente com Allen e também em outros projetos. Um presente para os fãs de cinema.

Café-Society é o nome dado pelas colunistas sociais aos ricos e famosos e chiques e notórios que frequentavam boates tanto na Costa Leste quanto na Oeste, sempre com frivolidade e sem pudores. A história se passa nos anos 30, quando um rapaz do Bronx, de família judia, que deseja tentar a sorte em Hollywood onde um parente (o cada vez mais eficiente Steve Carell) é um importante agente de estrelas de cinema, curiosamente mostrado não com um canalha mas uma pessoa confusa e insegura, até bem intencionada. Ele dá um emprego para Bobby/Jesse que acaba por conhecer uma moça que trabalha no escritório e lhe da atenção Vonnie (Kristen). E sem desconfiar do triângulo, Bobby se apaixona por ela de forma irresistível. Bobby, porém resolve voltar a Nova York onde tem ligações com gângster que é seu parente e passa a dirigir o night-club da moda. Por isso que o filme seria melhor classificado com uma história de amor, de recriação de época, onde até Hollywood é tratada com respeito e certa afeição. Editado com o habitual ritmo apressado do diretor, o resultado me capturou pela sua extraordinária beleza e por que não, por retratar as dores do amor.

Acredito que nem todos serão capazes de se encantarem por algo tão delicado e requintado. Mas não custava nada eu tentar convencê-los com a devida antecedência.


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