HEITOR ROMERO - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
O entrevistado de hoje é um dos críticos do site cineplayers, que assim como eu, um cinéfilo incurável. Heitor Romero é paulistano, formado tecnólogo em saúde, porém atua como crítico e editor do site Cineplayers há 6 anos e participa na organização de eventos e mostras de cinema e literatura na cidade de São Paulo.
Conheça aqui mais sobre ele através destas 7 perguntas capitais.
Boa sessão:
1) Quando nasceu sua paixão pelo cinema? Houve aquele momento em que olhou para trás e pensou: sou cinéfilo !!??
H.R.: É uma herança de família, especialmente do meu avô. Ele era um grande cinéfilo, assistia de tudo e minhas memórias mais antigas com o cinema vêm desse meu convívio com ele, passando as tardes de sábado assistindo filmes do Chaplin na televisão. Meus pais e irmãos também me levavam muito ao cinema, então também cresci em contato com os filmes da minha época. Com o passar dos anos, após a morte do meu avô, acabei me afastando dos clássicos, mas sempre lembrava de como ele me dizia que o melhor longa do Chaplin era Luzes da Ribalta, um filme que a gente nunca conseguiu achar para assistir. Um dia, depois de muitos anos da morte do meu avô, vi Luzes da Ribalta passando no Telecine e parei para assistir, e então entendi o que ele queria dizer. Me apaixonei de novo pelo cinema nessa ocasião e desde então venho procurando conhecer cada vez mais.
2) Coleciona filmes, cds ou algo relacionado à 7ª arte ? Quem curte cinema, costuma ter suas relíquias em casa...
H.R.: Coleciono DVD/blu-ray e guardo os ingressos dos filmes que vi no cinema, mas também tenho uma mini biblioteca com alguns livros importantes sobre filmes, diretores, etc.
M.V.: Que bacana. Cinéfilos demonstram sua paixão pelo cinema de forma muito parecida, intuitivamente. Eu também sempre guardei os ingressos dos filmes que vejo.
3) Quando se tornou crítico de cinema? E como as portas se abriram para entrar no grupo de críticos do cineplayers?
H.R.: Acompanho o Cineplayers praticamente desde sua criação. Eu tinha um caderno no qual anotava informações sobre meus filmes preferidos, e pegava do site essas informações, assim como lia muito os textos, artigos e participava do fórum, onde debatia sobre cinema com outras pessoas, meus primeiros amigos virtuais. Foi lá também que comecei a escrever meus primeiros textos na internet sobre filmes, no espaço que eles dedicam para os leitores comentarem.
Com o tempo fui aprimorando a escrita, ganhando mais conhecimento e suporte por parte das pessoas que conheci por lá e acabei sendo convidado para ajudar na seção de cadastros de filmes, perfis e notícias do site. Depois de um tempo nessa função, o convite para incorporar a equipe de críticos veio em 2011 e desde então estou por lá, minha família virtual.
4) Qual sua experiência dentro deste universo artístico que mais te marcou?
H.R.: Meu melhor momento foi cobrir para o Cineplayers a passagem de Abel Ferrara por São Paulo há uns dois ou três anos atrás, quando ele veio como convidado para a mostra de seus filmes no Centro Cultural do Banco do Brasil. Tive a oportunidade de conhecê-lo e conversar um pouco com ele e sua esposa, Shanyn Leigh, sobre sua obra e futuros projetos.
5) Agora a pergunta que é o terror de quem odeia listas, mas cinéfilos tem suas preferências, não é? Existe uma lista dos "filmes da sua vida"? Um top 10 ou algo assim...
H.R.: Luzes da Ribalta/Cidade (Chaplin), Alice nas Cidades (Wenders), O Demônio das Onze Horas (Godard), 8½ (Fellini), O Silêncio dos Inocentes (Jonathan Demme), Fanny & Alexander (Bergman), Veludo Azul (Lynch), Verdades e Mentiras (Welles), Harakiri (Kobayashi), Bang Bang (Andrea Tonacci), Onde Começa o Inferno (Hawks), Vertigo (Hitchcock), Vestida para Matar (De Palma), Quanto Mais Quente Melhor (Wilder) e O Leopardo (Visconti) são todos filmes que abriram mais a minha mente e redefiniram a ideia que eu tinha de cinema.
6) Agora fale um pouco dos seus projetos para este ano. Tanto os que estão acontecendo quanto os previstos para começar.
H.R.: Tem muita coisa nova por vir no Cineplayers, vários planos para o crescimento e avanço do site, além de outros que já estão em andamento, como os podcasts, que é uma novidade ainda para nós, e a coluna mensal que eu comando sobre os lançamentos em home vídeo, que é um projeto antigo meu e que só em 2015 que se concretizou, e que pretendo aprimorar também no próximo ano.
7) E para finalizar, se pudesse deixar uma lição do tempo que dedicou ao cinema, qual seria?
H.R.: O cinema, como toda a forma de arte, permite que você expanda e enriqueça sua visão do mundo, da vida, uma oportunidade de despertar sentimentos que você nem sabia que existiam, ou potencializar os que você já conhece. É uma extensão dos nossos sonhos, o escape que nos permite acreditar nas possibilidades. Tem coisa melhor?
M.V.: Não, não tem (risos). Obrigado pela entrevista e sucesso.