PEGGY SUE - SEU PASSADO A ESPERA (1986) - LANÇAMENTO OBRAS PRIMAS DO CINEMA

De volta para o passado.

Os anos 80 (especialmente no final), marcaram o inicio do meu relacionamento com o cinema, principalmente através de programas como Tela Quente e Cinema em Casa. Meus anos dourados, onde fui apresentando ao filmes como Braddock, Janela Indiscreta e Blade Runner. Tão singulares em seus gêneros, mas não menos importantes em relação a qualquer outro da época. E no dia 18/12/1989, a Tela Quente especial anunciou Peggy Sue - seu passado à espera (sim, sei a data e tenho TODOS anotados!!!). Presente de natal, dado pela Globo uma semana antes.

O filme conta a história de Sue (então com 43 anos e se divorciando), que após desmaiar durante uma festa de confraternização, volta no tempo 25 anos, época em que conheceu o futuro marido. Ela tem a chance de transformar o curso de sua vida, decidindo se deveria casar ou não com o namorado de quem estava se separando. Nesta "salada" acrescente o fato de que ela engravidou e casou muito cedo, tendo que assim cuidar de casa e da família e ao mesmo tempo, abandonar muitos dos seus sonhos.

A produção passeia pelas inúmeras incertezas que nos cercam, como por exemplo, o medo de amar, a harmonia familiar, a escolha de verdadeiras amizades, o receio do que o amadurecimento pode trazer e a dor da perda .

Francis Ford Coppola dirige este filme marcante, com ótimas interpretações. Kathleen Turner, linda e extraordinária em um desempenho que lhe valeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz (Perdeu para Marlee Matlin por Filhos do Silêncio, que também foi um arraso). É uma realização honesta, original, nostálgica e que possibilita grande comunicação com o espectador.

O título e a história do filme são inspirados na canção homônima de autoria de Buddy Holly em 1957 (Peggy Sue se casou). Coppola "apadrinhou" Cage novamente (é o terceiro filmes deles juntos, sendo que a carreira dele começou em 1981), além de colocara novamente Sofia Coppola em cena (desta vez ela não estraga seus frames como fez em Poderoso chefão 3). Jim Carrey também dá as caras, antes de ser uma super celebridade de 20 milhões de dólares (este salário para a época era um absurdo!!).

Acima, o card colecionável que vem com o dvd.

E hoje, tantos anos depois da primeira vez que vi lá em 1989, tenho me entregado à nostalgia, um sentimento perigoso de certa forma, pois podemos ficar presos no tempo como Bill Murray, vivendo incessantemente um dia que passou, mas diferentemente do filme "Feitiço do tempo", não há como modificá-lo. Um pena, eu diria.

Ficha Técnica: