RENATO SIQUEIRA - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Renato é cineasta, ator, diretor, produtor e técnico de efeitos especiais. Renato Siqueira despontou dos cursos que ministra na capital paulista para o sucesso. Evitando recorrer a órgãos culturais, leis fomento, devido a demora no processo de seleção, captação, Renato e sua pequena e talentosa equipe composta por Beto Perocini, Luciano Milici, Wagner Dalboni, Edu Hentschel arregaçaram as mangas e se valeram de auto-suficiência financeira para tirar das trevas o longa-metragem "Diário de Um Exorcista - Zero". Reuniram um elenco que vestiu a camisa e com amor à sétima arte, fizeram acontecer, realizando assim um harmonioso trabalho.
Diário de um exorcista é o primeiro filme de terror a entrar na Netflix em 86 países, um verdadeiro marco nacional. E ele foi dirigido por Renato Siqueira, nossa vítima de hoje das 7 perguntas capitais. Confira:
1) Quando nasceu sua paixão pelo cinema? Houve aquele momento em que olhou para trás e pensou: sou cinéfilo!!?
R.S.: Aos 11 anos meu pai me presenteou com uma filmadora e a partir dai não parei mais de fazer filmes.
2) Coleciona filmes, cds ou algo relacionado à 7ª arte ? Quem curte cinema, costuma ter suas relíquias em casa...
R.S.: Não coleciono filmes, tenho alguns filmes prediletos, mas são pouco, não daria para falar que isso seria uma coleção.
3) Quando surgiu o roteiro do seu filme? Conte-nos como foi a produção. Houve muitas dificuldades de financiamento?
R.S.: No final do ano de 2010, estava terminando as filmagens do meu curta Laços Violados (suspense / policial), e estava pronto para um novo desafio, mas eu me perguntava: "Qual seria esse novo desafio?" E a resposta veio como uma meta, produzir um Longa Metragem, com uma história inédita e surpreendente, algo que ainda não tivesse sido explorada no Brasil, pois o cinema nacional de ficção fantástica é quase escasso, seguindo sempre a mesma linha, apostando no realismo cru das comunidades carentes, policiais cariocas e traficantes.
Certa noite adormeci no sofá de casa assistindo TV e as 2:00 hs da manhã acordei assustado com os gritos alucinantes que saiam da boca de Regan McNeil personagem do clássico O Exorcista, interpretada pela atriz Linda Blair. Após este susto pensei: "Por que não uma história de exorcismo no Brasil?".
Na contramão da tendência e ciente da carência do público brasileiro, botei em ação o segundo passo que foi pesquisar na internet se já existia alguma obra cinematográfica sobre exorcismo, e através dessa pesquisa percebi que o único filme que explora o tema exorcismo no Brasil, foi o longa produzido em 1974 pelo cineasta José Mojica Marins (Zé do Caixão) chamado "Exorcismo Negro".
Outra coisa que me chamou a atenção, foi de não existir uma obra literária nacional sobre o tema exorcismo e a partir dai convidei o meu amigo escritor Luciano Milici para entrar no projeto se tornando uma das peças chaves, essenciais para a realização da obra. Foi ele que deu a ideia de lançar a obra literária antes do longa e como eu já conhecia o seu trabalho maravilhoso como escritor chamei-o para trabalhar no projeto e ele aceitou.
Sobre a produção e financiamento eu não recorri a nenhum órgão cultural, leis fomento, devido a demora no processo de seleção, captação, eu (Renato Siqueira) e minha pequena e talentosa equipe composta por Beto Perocini, Luciano Milici, Wagner Dalboni, Edu Hentschel arregaçamos as mangas e nos valemos de auto-suficiência financeira para tirar do anonimato o longa-metragem "Diário de Um Exorcista - Zero".
Doei 5 anos da minha vida para este projeto, tive que estudar muito antes de começar a realizá-lo e com isso acabei trazendo para o Brasil uma inovadora técnica de maquiagem e efeitos visuais que aperfeiçoei durante esses anos. Apliquei-a no longa metragem e o resultado ficou excepcional. Além de produzi-lo eu também dirigi e atuei no filme, sem contar que a montagem e os efeitos especiais foram desenvolvidos por mim. Acho que esses foram os principais desafios.
4) Ainda sobre o filme, porque escolheu horror? O que mais te atraiu neste gênero?
R.S.: Procurava por um desafio, algo que não tivesse sido explorado no Brasil e então cheguei ao tema polemico "Exorcismo". Dai por diante, focamos em buscar uma história verídica brasileira. Levamos em conta o terreno perigoso no qual pisávamos. Temíamos encontrar charlatões, aproveitadores e farsantes; temíamos encontrar exploradores da fé e também temíamos não encontrar nada de verdadeiro.
Quando encontramos uma linha legítima de pesquisa, passamos a temer realmente o quanto poderíamos documentar tudo sem nos envolver ou contaminar. Tentamos ser imparciais e céticos. Sendo assim, isso torna o filme diferente das outras obras, e mesmo porque o tema Exorcismo foi bastante explorado lá fora, já aqui no Brasil é novidade. Este é o primeiro!!!
5) Cinéfilos tem suas preferências. Existe uma lista dos "filmes da sua vida"?
R.S.: O clássico "O Exorcista", A Hora do Pesadelo, Sentinela dos Malditos, Os Bons Companheiros, Cassino, Drácula de Bram Stoker.
Alguns dos meus autores prediletos:
William Peter Blatty, Wes Creven, Thomas B. Allen, Stephen King.
6) Existe algum projeto engatilhado?
R.S.: Sim existe, a trilogia Diário de um Exorcista e mais um outro projeto de suspense bastante inovador que levaremos aos cinemas em breve.
7) Para finalizar, se pudesse deixar uma lição destes anos que se dedica ao cinema, qual seria?
R.S.: “- Se você quer fazer um filme, faça-o. Não espere patrocínio, não espere circunstâncias perfeitas. Simplesmente faça-o!".
Quentin Tarantino disse isto.
M.V.: Obrigado. Sucesso nos próximos empreendimentos.