10 ASSUSTADORES CASOS DE ABDUÇÕES QUE FORAM ADAPTADOS PARA O CINEMA - PARTE 2
Continuando:
7) O CASO DE BETTY E BARNEY (1975)
Direção: Richard A. Colla
SINOPSE:
Retornando de um período de férias no Canadá, em 19 de setembro de 1961, a família Hills, chegou em casa em Portsmouth, intrigados com manchas no vestido de Betty, marcas nos sapatos de Barney e pontos brilhantes na lata de seu carro. Seus relógios não estavam funcionando. Quando chegaram em casa, eles perceberam que tinham "perdido" cerca de duas horas de tempo.
O CASO
O Caso Hill, também chamado a Abdução dos Hill e, algumas vezes, de Incidente Zeta Reticuli, diz respeito aos acontecimentos que teriam cercado o casal Betty e Barney Hill nos dias 19 e 20 de setembro de 1961. A história do casal é que eles haviam sido sequestrados por um curto período por um OVNI. Essa foi a primeira alegação de abdução por alienígenas amplamente divulgada, tendo sido adaptada em 1966 para o livro The Interrupted Journey.
Os Hill moravam em Portsmouth, New Hampshire. Barney (1922–1969) era funcionário dos correios e Betty (1919-2004) era assistente social. Membros ativos da Igreja Unitarista, os Hill também eram membros da NAACP e líderes comunitários e Barney fazia parte do conselho local da Comissão de Direitos Civis. Eles eram um casal inter-racial num momento em que, na América, isso não era comum: Barney era negro e Betty era branca.
A alegada abdução, de acordo com diversos depoimentos dados pelo casal durante algum tempo, teve início no anoitecer de 19 de setembro de 1961, quando os Hill retornavam de carro de suas férias em Quebec para Portsmouth. Havia poucos carros na Rota 3 enquanto viajavam para o sul. Ao sul de Groveton, New Hampshire, o casal disse ter visto um ponto brilhante de luz no céu. Enquanto Barney prestava atenção à estrada, Betty disse que estava vendo um satélite de comunicações e pediu a Barney que parasse o carro para olhar mais atentamente e levar seu cachorro, Delsey, para caminhar. Preocupado com a presença de ursos, Barney carregava uma pistola que tinha na mala do carro.
Betty, cuja irmã havia confidenciado a ela ter visto um disco voador anos antes, usou um binóculo para observar o objeto, que piscava luzes multicoloridas enquanto se movia contra a imagem da lua. Barney, que não prestara maior atenção ao objeto, acreditou que a luz era de uma aeronave convencional.
Os Hill alegaram que continuaram a viagem na estrada isolada, prosseguindo bem devagar para que pudessem observar o objeto, que se aproximava mais e mais e que, segundo o casal, se movia conforme a topografia, mergulhando em frente aos picos e descendo lentamente em sua direção. Em certo momento, pareceu que o objeto pousara no topo de Cannon Mountain, mas logo começou a se mover novamente.
A aproximadamente uma milha ao sul de Indian Head, eles disseram que uma aeronave imensa desceu em direção a seu carro, fazendo com que Barney parasse no meio da rodovia. A aeronave desceu a aproximadamente 25 ou 30m do Chevrolet Bel Air 1957 dos Hill, ocupando todo o campo de visão do para-brisa. Barney, levando sua pistola, se afastou do veículo e se aproximou do objeto. Barney disse ter visto, com o binóculo, de oito a onze vultos humanoides olhando para fora das janelas da nave, parecendo olhá-lo. Um dos vultos continuava a olhar para Barney e se comunicava com ele, dizendo "fique onde está e continue olhando". Luzes vermelhas no que pareciam ser asas de morcego começaram a surgir nos lados da aeronave e uma longa estrutura baixou de seu fundo. A aeronave se aproximou silenciosamente a uma distância que Barney estimou em 15 a 25m acima de sua cabeça e 15 a 30m de distância.
Barney afastou subitamente o binóculo e correu de volta para o carro, dizendo "Eles vão nos pegar!" Ele viu o objeto mudar novamente de posição, então diretamente acima do veículo. Ele se afastou em alta velocidade, dizendo a Betty para prestar atenção no objeto. Ela abriu a janela e olhou para cima, mas só viu escuridão acima deles.
Quase imediatamente, uma série de zumbidos mecânicos, fortes o suficiente para fazer o veículo vibrar, pareceu vir da traseira do carro. Betty tocou o metal na porta ao seu lado, esperando sentir um choque elétrico, mas sentiu apenas a vibração. Os Hill dizem que começaram a experimentar uma alteração de estado de consciência que os deixou com a mente entorpecida e sentiram uma sensação de formigamento em seus corpos.
Acima, no sentido horário: desenhos feitos sob hipnose; movimentação do líder dentro da nave; e "planta" do interior da nave.
Ao chegar em casa de madrugada, os Hill afirmaram que experimentaram sensações e impulsos estranhos que não conseguiam explicar: Betty insistia em deixar sua bagagem perto da porta dos fundos, ao invés de no interior da casa. Barney notou que a correia de couro do binóculo havia sido arrancada e ele não se lembrava de como isso acontecera. Barney diz ter sentido uma compulsão de examinar seus genitais no banheiro, embora não encontrasse nada de incomum. Ambos tomaram um longo banho para remover qualquer contaminação e cada um fez um desenho daquilo que observou. Seus desenhos eram semelhantes.
Perplexos, os Hill disseram que tentaram reconstruir a cronologia dos eventos, desde o momento em que observaram o OVNI até sua chegada em casa. Mas imediatamente após o momento em que ouviram os zumbidos, suas recordações pareciam incompletas e fragmentadas, e o casal não conseguiu determinar uma cadeia contínua de eventos. Barney lembrava ter dito "Ah não, de novo não", embora não pudesse ligar o comentário a um contexto.
Após dormirem por algumas horas, Betty acordou e guardou no armário os sapatos e a roupa que usara na viagem, notando que o vestido estava rasgado na bainha, no zíper e no forro. Mais tarde, quando Betty retirou essas roupas do armário, notou um pó rosado no vestido, mas não tinha ideia de sua origem. Ela jogou fora o vestido, mas depois mudou de ideia, o recolheu e pendurou em um varal. O pó desapareceu no vento, mas Betty diz que algumas manchas rosadas ficaram o vestido. Segundo ela, ao longo dos anos, cinco laboratórios realizaram análises químicas e periciais no vestido.
Em 21 de setembro, Betty telefonou para a base da força aérea em Pease para relatar seu encontro com o OVNI, embora ocultasse alguns detalhes por medo de ser considerada insana. Em 22 de setembro, o major Paul W. Henderson telefonou para os Hill para uma conversa mais detalhada, que durou aproximadamente 30 minutos. O relatório de Henderson, datado de 26 de setembro, determinou que os Hill provavelmente se confundiram com o planeta Júpiter. Seu relatório foi encaminhado para o Projeto Blue Book ("Livro Azul"), o projeto de pesquisa sobre OVNIs da Força Aérea dos EUA.
Poucos dias depois do encontro, Betty tomou emprestados vários livros sobre OVNIs da biblioteca local. Um deles fora escrito pelo major aposentado dos fuzileiros navais americanos, Donald E. Keyhoe, que também era líder do NICAP, um grupo civil de pesquisas sobre OVNIs.
Duas semanas após o encontro com o OVNI, Betty diz que passou a ter pesadelos recorrentes. Aconteciam quase todas as noites e eram tão vívidos que permaneciam em sua mente durante todo o dia.
Em 26 de setembro, Betty mandou uma carta para Keyhoe. Nela contava toda a história, incluindo detalhes sobre as figuras humanoides, que não informara à Força Aérea. Em sua carta, Betty dizia que ela e Barney estavam pensando em serem hipnotizados para recordarem o que havia acontecido. Posteriormente, a carta foi repassada para Walter N. Webb, um astrônomo de Boston e membro da NICAP.
Webb se encontrou com os Hill em 21 de outubro de 1961. Em uma entrevista de seis horas, os Hill relataram o que se lembravam de seu encontro com o OVNI. Barney afirmou que tiveram uma espécie de "bloqueio mental" do encontro e suspeitava de que havia partes do encontro de que não desejava recordar.Webb especulou que o pânico do casal com o avistamento próximo de um OVNI gerara os pesadelos de Betty.
Em novembro de 1961, Betty começou a anotar os detalhes de seus pesadelos vívidos e recorrentes. No sonho, Betty parecia estar lutando para recuperar a consciência, percebendo, então, que estava sendo forçada por dois homens pequenos a caminhar mata a dentro durante a noite, vendo Barney caminhando ao seu lado, embora quando o chamasse, ele parecesse estar em transe ou sonâmbulo. Os homenzinhos tinham cerca de um metro e meio de altura e usavam uniformes, com quepes semelhantes aos usados pela força aérea americana. Não tinham cabelo e suas testas eram largas e bulbosas.
Nos sonhos, Betty, Barney, e os homenzinhos subiam uma rampa em uma aeronave em forma de disco de aparência metálica. Lá dentro, Barney e Betty foram separados. Betty protestou e um homem que chamava de "o líder" disse que se ela e Barney fossem examinados juntos, os exames levariam muito mais tempo. Ela e Barney foram levados para aposentos separados. Embora o líder e os outros homens falassem com ela em inglês, não pareciam dominar bem língua e tinham dificuldade de se comunicar.
Betty então sonhou que outro homem, semelhante aos demais, chegou para examiná-la com o líder. Betty chamou esse homem "o examinador" e disse que suas maneiras eram agradáveis e calmas.
O examinador disse a Betty que iria fazer um exame rápido e alguns testes para verificar as diferenças entre os seres humanos e as pessoas na nave. Ele a sentou em uma cadeira e uma luz brilhante foi acesa sobre ela. O homem cortou uma mecha do cabelo de Betty. Examinou seus olhos, ouvidos, boca, dentes, garganta e mãos. Guardou aparas de suas unhas. Depois de examinar suas pernas e pés, o homem usou uma lâmina cega, semelhante a um abridor de cartas, para raspar fragmentos de sua pele em uma lâmina de vidro.
O homem tirou o vestido de Betty. Pediu, então, que ela se deitasse em uma mesa. Dizendo que estava examinando seu sistema nervoso, arrastou uma máquina que lembrava um aparelho de EEG sobre seu corpo, na frente e nas costas. O homem limpou as mãos com um líquido e calçou luvas. Pegou, então, uma agulha hipodérmica de uns 10 ou 15 cm de comprimento para realizar o que ele chamou de um teste de gravidez. Em seguida, passou um chumaço úmido em seu umbigo. Quando a agulha foi enfiada, Betty sentiu uma dor excruciante, mas o homem esfregou-lhe a testa e a dor desapareceu.
O homem disse a Betty, então, que o exame terminara e que ela e Barney retornariam logo ao seu automóvel. Ela começou a conversar com o líder, mas foi interrompida quando outro homem entrou na sala, parecendo agitado, e falou com o líder em um idioma estranho. Eles saíram do aposento às pressas, deixando Betty sozinha.
Retornando minutos depois, o líder examinou a boca de Betty e parecia tentar puxar os dentes de sua boca. Como não conseguiu, o líder perguntou por que os dentes dela eram fixos e os de Barney saíam da boca. Rindo, Betty disse a eles que Barney usava dentadura porque os seres humanos frequentemente perdem seus dentes com a idade. O líder parecia incapaz de compreender o conceito de idade avançada. Ela tentou explicar o que era um ano, mas ele parecia não entender.
No sonho, Betty perguntou ao líder se poderia levar um artefato da nave, para provar que o encontro fora real. O líder deixou que levasse um livro grande, cujas páginas estavam preenchidas com símbolos em colunas.
Em seguida, ela perguntou de onde ele e sua nave vieram. Betty escreveu que, em resposta, o líder foi até a parede e "puxou um mapa, que me pareceu estranho... Era um mapa do céu ", marcado com diversas estrelas e planetas. Havia diferentes tipos de linhas entre algumas das estrelas e que mostravam, conforme foi dito a ela, rotas de comércio e exploração. O líder perguntou a Betty se ela sabia onde a Terra estava no mapa. Betty respondeu que não e que o mapa não lhe era familiar. O líder disse, então, que devido à sua ignorância, era impossível explicar de onde ele viera.
Betty sugeriu que a humanidade gostaria de conhecer outros habitantes do universo e tentou convencer o líder a anunciar abertamente sua presença na Terra. Nesse momento, os homens trouxeram Barney para a sala. Ele parecia estar em transe.
Os homens começavam a levar os Hill para fora da nave quando surgiu uma discussão entre eles, naquela linguagem estranha em que falaram anteriormente. Depois disso, o líder tirou o livro de Betty. Ela protestou, dizendo que o livro era a sua única prova do encontro. O líder disse que, pessoalmente, não se importava de deixar o livro com ela, mas os outros homens da nave não queriam que ela sequer lembrasse do encontro. Betty insistiu que não importava o que fizessem com sua memória, ela um dia recordaria os acontecimentos.
Ela e Barney foram levados para o carro, onde o líder sugeriu que esperassem para ver a nave partir. Assim fizeram e em seguida retomaram sua viagem. Betty dizia que o acontecimento fora milagroso e excitante, mas Barney não dizia nada.
O sonho de Betty terminava com ela perguntando, "Agora você acredita em discos voadores?" Irritado, Barney dizia, "Não seja ridícula." Embora Betty pensasse que seus sonhos pudessem refletir eventos reais, Barney se mostrava mais cético, acreditando que sua mulher tivera simplesmente vários sonhos vívidos.
Em 25 de novembro de 1961, os Hill foram novamente entrevistados longamente pelos membros da NICAP, dessa feita por C.D. Jackson e Robert E. Hohman.
Tendo lido o relatório inicial de Webb, Jackson e Hohman tinham muitas perguntas para os Hill. Uma das principais perguntas era sobre a duração do evento. Nem Webb, nem os Hill, notaram que embora a viagem devesse durar aproximadamente quatro horas, o casal só chegou em casa sete horas após sua partida. Quando Hohman e Jackson ressaltaram essa discrepância para os Hill, o casal ficou atônito, sem conseguir explicar (uma circunstância frequente relatada em casos alegados de abdução por alienígenas, que alguns chamam de "tempo perdido"). No entanto, Betty foi capaz de lembrar de uma imagem da lua brilhando no chão.
Apesar de todos os seus esforços, os Hill não se lembram de quase nada das 35 milhas entre Indian Head e Ashland. Foi aventada a possibilidade da hipnose. Talvez a hipnose pudesse desbloquear as recordações que faltavam. Barney estava apreensivo com a hipnose, mas acreditava que esta poderia ajudar Betty a por de lado o que Barney descrevia como os "sonhos recorrentes absurdos de Betty".
Até fevereiro de 1962, os Hill viajaram frequentemente de carro para tentar localizar a área de seu encontro com o OVNI, na esperança de que o local pudesse refrescar suas lembranças. Por muitos anos depois do ocorrido, não conseguiram localizar o local.
Em fevereiro e março de 1962, verrugas apareceram em um círculo quase perfeito ao redor da virilha de Barney e foram removidas cirurgicamente.
Em 23 de novembro de 1962, os Hill compareceram a uma reunião no presbitério de sua igreja, em que o palestrante convidado era o capitão Ben. H. Swett, da Força Aérea dos EUA, que publicara recentemente um livro de poesia. Após o capitão ler uma seleção de suas poesias, o pastor pediu que falasse sobre seu interesse pessoal em hipnose. Após o término da reunião, os Hill conversaram com o capitão Swett em particular e contaram sobre o que lembravam de seu estranho encontro. Ele se mostrou particularmente interessado no "tempo perdido" da história dos Hill. Os Hill perguntaram a Swett se poderia hipnotizá-los para que recuperassem suas lembranças, mas Swett disse que não estava qualificado para aquilo e os avisou que evitassem hipnotizadores amadores, como ele.
Em 3 de março de 1963, os Hill discutiram seu encontro com um OVNI publicamente pela primeira vez, com um grupo em sua igreja.
Em 7 de setembro de 1963, o capitão Swett deu uma palestra formal sobre a hipnose para uma reunião na Igreja Unitarista. Após a palestra, os Hill disseram a Swett que visitariam um psiquiatra, dr. Stephens, de quem gostavam e em quem confiavam. O capitão Swett sugeriu a Barney que perguntasse ao dr. Stephens o que achava do uso da hipnose em seu caso.
Quando se encontrou novamente com dr. Stephens, Barney perguntou sobre a hipnose. O dr. Stephens recomendou aos Hill que procurassem o dr. Benjamim Simon, em Boston.
Em novembro de 1963, os Hill falaram para um grupo amador de estudos sobre OVNI no Quincy Center, em Massachusetts.
Os Hill encontraram o dr. Simon pela primeira vez em 14 de dezembro de 1963.
Logo no início de suas conversas, o dr. Simon determinou que o encontro com o OVNI causara mais preocupação e ansiedade em Barney do que este queria admitir. Embora o dr. Simon considerasse impossível a hipótese popular de extraterrestres, parecia óbvio que os Hill genuinamente acreditavam ter avistado um OVNI com ocupantes parecidos com seres humanos. O dr. Simon esperava descobrir mais sobre a experiência através da hipnose.
O dr. Simon começou as sessões de hipnotismo com os Hill em 4 de janeiro de 1964. Betty e Barney foram hipnotizados diversas vezes cada um e as sessões continuaram até 6 de junho de 1964. As sessões de hipnotismo aconteceram separadamente, para que um não escutasse as recordações do outro.
Barney foi hipnotizado primeiro. Suas sessões foram frequentemente emocionais, pontuadas por rompantes de raiva, expressões de medo e episódios de choro histérico. Barney disse que, por causa do medo, manteve os olhos fechados durante a maior parte do encontro no OVNI. Com base nessas respostas iniciais, o dr. Simon disse a Barney que não se lembraria das sessões de hipnose até ter certeza de poder lidar com as lembranças sem ficar mais traumatizado ainda.
Hipnotizado, Barney revelou ainda que a correia do binóculo partiu quando ele correu do OVNI para o carro. Lembrou de dirigir o carro para longe do OVNI, mas que depois se sentiu irresistivelmente compelido a sair da estrada e dirigir mata a dentro. Acabou avistando seis homens na mata. Ordenando que Barney parasse de dirigir, três dos homens se aproximaram do carro. Disseram a Barney para não temê-los. Contudo, ele continuava ansioso e relatou que o líder pediu que fechasse os olhos. Enquanto estava hipnotizado, Barney disse, "Senti como se seus olhos tivessem penetrado nos meus." As criaturas descritas por Barney eram geralmente semelhantes às descritas por Betty em seu estado hipnótico, não à dos sonhos.
No entanto, Barney descreveu os olhos como sendo muito maiores, se estendendo mesmo até os lados de suas cabeças. As criaturas frequentemente o fitavam nos olhos, disse Barney, com um efeito terrível e mesmerizador. Hipnotizado, Barney disse coisas como "Somente os olhos estão falando comigo" e "Tudo que vejo são esses olhos... Nem mesmo estou com medo de que não estejam em um corpo. Eles apenas estão lá. Eles apenas estão perto de mim, pressionando meus olhos." Barney disse que ele e Betty foram levados para a nave em formato de disco, onde ele e Betty foram separados. Levado para uma sala por três homens de baixa estatura, Barney foi despido por esses homens, que mandaram-no deitar em uma mesa de exames retangular. Ao contrário de Betty, a narrativa feita por Barney foi fragmentada e ele manteve os olhos fechados durante a maior parte do exame. Um dispositivo em forma de copo foi posto em sua genitália. Ele não teve um orgasmo, embora Barney acreditasse que uma amostra de seu esperma fora coletada. Os homens rasparam sua pele e investigaram seus ouvidos e boca. Um tubo ou cilindro foi inserido em seu ânus. Alguém apalpou sua coluna e pareceu contar suas vértebras.
Enquanto Betty relatou longas conversas com as criaturas em inglês, Barney disse que os ouviu conversando em uma linguagem murmurada que ele não distinguiu. Barney disse que nas poucas vezes em que se comunicaram com ele, parecia ser uma "transferência de pensamento" – naquela época, ele não conhecia a palavra "telepatia".
Ele se lembrou de ter sido escoltado para fora da nave e levado até seu carro, que então estava ao lado da estrada e não na mata. Em transe, assistiu à partida da nave. Barney se lembrou de uma luz aparecendo na estrada e de dizer, "Ah não, de novo não." Lembrou ainda da especulação de Betty de que a luz poderia ser a lua, embora a lua tivesse se posto, de fato, várias horas antes.
As sessões de hipnose de Betty não eram tão movimentadas. Hipnotizada, sua narrativa foi muito similar a seus sonhos recorrentes sobre o encontro com o OVNI, com duas diferenças marcantes: quando hipnotizada, os homens não tinham nariz grande, nem cabelo. O dr. Simon sugeriu que Betty fizesse um esboço do "mapa estelar". Ela hesitou, achando que não seria capaz de descrever com precisão a qualidade tridimensional do mapa que viu na nave. Por fim, no entanto, fez o que o dr. Simon sugeriu. Embora dissesse que o mapa tinha muitas estrelas, desenhou apenas aquelas de que lembrava. Seu mapa consistia em doze estrelas maiores conectadas e três estrelas menores que formavam inconfundivelmente um triângulo. Segundo ela, lhe foi dito que as estrelas conectadas por linhas cheias eram "rotas comerciais", enquanto as linhas tracejadas representavam rotas menos navegadas.
Depois de extensas sessões de hipnose, o dr. Simon concluiu que as lembranças de Barney do encontro com o OVNI eram uma fantasia inspirada pelos sonhos recorrentes de Betty. Embora o dr. Simon admitisse que essa hipótese não explicava todos os aspectos da experiência, acreditava que essa era a explicação mais plausível e coerente. Barney rejeitou essa ideia, observando que embora as recordações do casal se interligassem de alguma maneira, havia partes de ambas as narrativas que eram únicas de cada uma. Agora, Barney estava pronto para aceitar que eles haviam sido abduzidos pelos ocupantes de um OVNI, embora nunca aceitasse o fato tão completamente quanto Betty.
Embora os Hill e dr. Simon discordassem sobre a natureza do caso, concordaram que as sessões de hipnose foram eficazes: os Hill já não eram atormentados por pesadelos ou ansiedade gerados pelo encontro com o OVNI.
Depois disso, o dr. Simon escreveu um artigo sobre os Hill para a revista Psychiatric Opinion, explicando suas conclusões de que o caso representava uma aberração psicológica singular.
Os Hill retomaram suas vidas normais. Estavam dispostos a discutir o encontro com o OVNI entre amigos, família, e um pesquisador de ONVIs ocasional, mas os Hill aparentemente não se esforçaram para buscar publicidade.
Todavia, em 25 de outubro de 1965, um artigo de jornal mudou tudo: uma história de primeira página no Boston Traveler perguntava "O Mistério do OVNI: Teriam "Eles" Raptado um Casal?" O repórter John H. Lutrell, do Traveler, recebera uma fita de áudio com a gravação da palestra dos Hill no Quincy Center no início de 1963. Lutrell soube que os Hill se submeteram à hipnose com o dr. Simon e obteve notas das entrevistas dos Hill com os investigadores. Em 26 de outubro, o artigo de Lutrell chegou à UPI e os Hill passaram a receber atenção internacional.
Em 1966, o escritor John G. Fuller obteve a colaboração dos Hill e do dr. Simon para escrever The Interrupted Journey ("A Viagem Interrompida"), um livro sobre o caso. O livro incluía uma cópia do desenho que Bete fez do "mapa estelar". O livro fez sucesso rapidamente e teve várias edições.
Muitas das anotações de Betty Hill, além de fitas e outros itens, fazem parte da coleção permanente da biblioteca da Universidade de New Hampshire, onde estudou.
8) O CASO ROSWELL (1994)
Direção: Jeremy Kagan
SINOPSE:
Direção: Richard A. Colla
SINOPSE:
Retornando de um período de férias no Canadá, em 19 de setembro de 1961, a família Hills, chegou em casa em Portsmouth, intrigados com manchas no vestido de Betty, marcas nos sapatos de Barney e pontos brilhantes na lata de seu carro. Seus relógios não estavam funcionando. Quando chegaram em casa, eles perceberam que tinham "perdido" cerca de duas horas de tempo.
O CASO
O Caso Hill, também chamado a Abdução dos Hill e, algumas vezes, de Incidente Zeta Reticuli, diz respeito aos acontecimentos que teriam cercado o casal Betty e Barney Hill nos dias 19 e 20 de setembro de 1961. A história do casal é que eles haviam sido sequestrados por um curto período por um OVNI. Essa foi a primeira alegação de abdução por alienígenas amplamente divulgada, tendo sido adaptada em 1966 para o livro The Interrupted Journey.
Os Hill moravam em Portsmouth, New Hampshire. Barney (1922–1969) era funcionário dos correios e Betty (1919-2004) era assistente social. Membros ativos da Igreja Unitarista, os Hill também eram membros da NAACP e líderes comunitários e Barney fazia parte do conselho local da Comissão de Direitos Civis. Eles eram um casal inter-racial num momento em que, na América, isso não era comum: Barney era negro e Betty era branca.
A alegada abdução, de acordo com diversos depoimentos dados pelo casal durante algum tempo, teve início no anoitecer de 19 de setembro de 1961, quando os Hill retornavam de carro de suas férias em Quebec para Portsmouth. Havia poucos carros na Rota 3 enquanto viajavam para o sul. Ao sul de Groveton, New Hampshire, o casal disse ter visto um ponto brilhante de luz no céu. Enquanto Barney prestava atenção à estrada, Betty disse que estava vendo um satélite de comunicações e pediu a Barney que parasse o carro para olhar mais atentamente e levar seu cachorro, Delsey, para caminhar. Preocupado com a presença de ursos, Barney carregava uma pistola que tinha na mala do carro.
Betty, cuja irmã havia confidenciado a ela ter visto um disco voador anos antes, usou um binóculo para observar o objeto, que piscava luzes multicoloridas enquanto se movia contra a imagem da lua. Barney, que não prestara maior atenção ao objeto, acreditou que a luz era de uma aeronave convencional.
Os Hill alegaram que continuaram a viagem na estrada isolada, prosseguindo bem devagar para que pudessem observar o objeto, que se aproximava mais e mais e que, segundo o casal, se movia conforme a topografia, mergulhando em frente aos picos e descendo lentamente em sua direção. Em certo momento, pareceu que o objeto pousara no topo de Cannon Mountain, mas logo começou a se mover novamente.
A aproximadamente uma milha ao sul de Indian Head, eles disseram que uma aeronave imensa desceu em direção a seu carro, fazendo com que Barney parasse no meio da rodovia. A aeronave desceu a aproximadamente 25 ou 30m do Chevrolet Bel Air 1957 dos Hill, ocupando todo o campo de visão do para-brisa. Barney, levando sua pistola, se afastou do veículo e se aproximou do objeto. Barney disse ter visto, com o binóculo, de oito a onze vultos humanoides olhando para fora das janelas da nave, parecendo olhá-lo. Um dos vultos continuava a olhar para Barney e se comunicava com ele, dizendo "fique onde está e continue olhando". Luzes vermelhas no que pareciam ser asas de morcego começaram a surgir nos lados da aeronave e uma longa estrutura baixou de seu fundo. A aeronave se aproximou silenciosamente a uma distância que Barney estimou em 15 a 25m acima de sua cabeça e 15 a 30m de distância.
Barney afastou subitamente o binóculo e correu de volta para o carro, dizendo "Eles vão nos pegar!" Ele viu o objeto mudar novamente de posição, então diretamente acima do veículo. Ele se afastou em alta velocidade, dizendo a Betty para prestar atenção no objeto. Ela abriu a janela e olhou para cima, mas só viu escuridão acima deles.
Quase imediatamente, uma série de zumbidos mecânicos, fortes o suficiente para fazer o veículo vibrar, pareceu vir da traseira do carro. Betty tocou o metal na porta ao seu lado, esperando sentir um choque elétrico, mas sentiu apenas a vibração. Os Hill dizem que começaram a experimentar uma alteração de estado de consciência que os deixou com a mente entorpecida e sentiram uma sensação de formigamento em seus corpos.
Acima, no sentido horário: desenhos feitos sob hipnose; movimentação do líder dentro da nave; e "planta" do interior da nave.
Ao chegar em casa de madrugada, os Hill afirmaram que experimentaram sensações e impulsos estranhos que não conseguiam explicar: Betty insistia em deixar sua bagagem perto da porta dos fundos, ao invés de no interior da casa. Barney notou que a correia de couro do binóculo havia sido arrancada e ele não se lembrava de como isso acontecera. Barney diz ter sentido uma compulsão de examinar seus genitais no banheiro, embora não encontrasse nada de incomum. Ambos tomaram um longo banho para remover qualquer contaminação e cada um fez um desenho daquilo que observou. Seus desenhos eram semelhantes.
Perplexos, os Hill disseram que tentaram reconstruir a cronologia dos eventos, desde o momento em que observaram o OVNI até sua chegada em casa. Mas imediatamente após o momento em que ouviram os zumbidos, suas recordações pareciam incompletas e fragmentadas, e o casal não conseguiu determinar uma cadeia contínua de eventos. Barney lembrava ter dito "Ah não, de novo não", embora não pudesse ligar o comentário a um contexto.
Após dormirem por algumas horas, Betty acordou e guardou no armário os sapatos e a roupa que usara na viagem, notando que o vestido estava rasgado na bainha, no zíper e no forro. Mais tarde, quando Betty retirou essas roupas do armário, notou um pó rosado no vestido, mas não tinha ideia de sua origem. Ela jogou fora o vestido, mas depois mudou de ideia, o recolheu e pendurou em um varal. O pó desapareceu no vento, mas Betty diz que algumas manchas rosadas ficaram o vestido. Segundo ela, ao longo dos anos, cinco laboratórios realizaram análises químicas e periciais no vestido.
Em 21 de setembro, Betty telefonou para a base da força aérea em Pease para relatar seu encontro com o OVNI, embora ocultasse alguns detalhes por medo de ser considerada insana. Em 22 de setembro, o major Paul W. Henderson telefonou para os Hill para uma conversa mais detalhada, que durou aproximadamente 30 minutos. O relatório de Henderson, datado de 26 de setembro, determinou que os Hill provavelmente se confundiram com o planeta Júpiter. Seu relatório foi encaminhado para o Projeto Blue Book ("Livro Azul"), o projeto de pesquisa sobre OVNIs da Força Aérea dos EUA.
Poucos dias depois do encontro, Betty tomou emprestados vários livros sobre OVNIs da biblioteca local. Um deles fora escrito pelo major aposentado dos fuzileiros navais americanos, Donald E. Keyhoe, que também era líder do NICAP, um grupo civil de pesquisas sobre OVNIs.
Duas semanas após o encontro com o OVNI, Betty diz que passou a ter pesadelos recorrentes. Aconteciam quase todas as noites e eram tão vívidos que permaneciam em sua mente durante todo o dia.
Em 26 de setembro, Betty mandou uma carta para Keyhoe. Nela contava toda a história, incluindo detalhes sobre as figuras humanoides, que não informara à Força Aérea. Em sua carta, Betty dizia que ela e Barney estavam pensando em serem hipnotizados para recordarem o que havia acontecido. Posteriormente, a carta foi repassada para Walter N. Webb, um astrônomo de Boston e membro da NICAP.
Webb se encontrou com os Hill em 21 de outubro de 1961. Em uma entrevista de seis horas, os Hill relataram o que se lembravam de seu encontro com o OVNI. Barney afirmou que tiveram uma espécie de "bloqueio mental" do encontro e suspeitava de que havia partes do encontro de que não desejava recordar.Webb especulou que o pânico do casal com o avistamento próximo de um OVNI gerara os pesadelos de Betty.
Em novembro de 1961, Betty começou a anotar os detalhes de seus pesadelos vívidos e recorrentes. No sonho, Betty parecia estar lutando para recuperar a consciência, percebendo, então, que estava sendo forçada por dois homens pequenos a caminhar mata a dentro durante a noite, vendo Barney caminhando ao seu lado, embora quando o chamasse, ele parecesse estar em transe ou sonâmbulo. Os homenzinhos tinham cerca de um metro e meio de altura e usavam uniformes, com quepes semelhantes aos usados pela força aérea americana. Não tinham cabelo e suas testas eram largas e bulbosas.
Nos sonhos, Betty, Barney, e os homenzinhos subiam uma rampa em uma aeronave em forma de disco de aparência metálica. Lá dentro, Barney e Betty foram separados. Betty protestou e um homem que chamava de "o líder" disse que se ela e Barney fossem examinados juntos, os exames levariam muito mais tempo. Ela e Barney foram levados para aposentos separados. Embora o líder e os outros homens falassem com ela em inglês, não pareciam dominar bem língua e tinham dificuldade de se comunicar.
Betty então sonhou que outro homem, semelhante aos demais, chegou para examiná-la com o líder. Betty chamou esse homem "o examinador" e disse que suas maneiras eram agradáveis e calmas.
O examinador disse a Betty que iria fazer um exame rápido e alguns testes para verificar as diferenças entre os seres humanos e as pessoas na nave. Ele a sentou em uma cadeira e uma luz brilhante foi acesa sobre ela. O homem cortou uma mecha do cabelo de Betty. Examinou seus olhos, ouvidos, boca, dentes, garganta e mãos. Guardou aparas de suas unhas. Depois de examinar suas pernas e pés, o homem usou uma lâmina cega, semelhante a um abridor de cartas, para raspar fragmentos de sua pele em uma lâmina de vidro.
O homem tirou o vestido de Betty. Pediu, então, que ela se deitasse em uma mesa. Dizendo que estava examinando seu sistema nervoso, arrastou uma máquina que lembrava um aparelho de EEG sobre seu corpo, na frente e nas costas. O homem limpou as mãos com um líquido e calçou luvas. Pegou, então, uma agulha hipodérmica de uns 10 ou 15 cm de comprimento para realizar o que ele chamou de um teste de gravidez. Em seguida, passou um chumaço úmido em seu umbigo. Quando a agulha foi enfiada, Betty sentiu uma dor excruciante, mas o homem esfregou-lhe a testa e a dor desapareceu.
O homem disse a Betty, então, que o exame terminara e que ela e Barney retornariam logo ao seu automóvel. Ela começou a conversar com o líder, mas foi interrompida quando outro homem entrou na sala, parecendo agitado, e falou com o líder em um idioma estranho. Eles saíram do aposento às pressas, deixando Betty sozinha.
Retornando minutos depois, o líder examinou a boca de Betty e parecia tentar puxar os dentes de sua boca. Como não conseguiu, o líder perguntou por que os dentes dela eram fixos e os de Barney saíam da boca. Rindo, Betty disse a eles que Barney usava dentadura porque os seres humanos frequentemente perdem seus dentes com a idade. O líder parecia incapaz de compreender o conceito de idade avançada. Ela tentou explicar o que era um ano, mas ele parecia não entender.
No sonho, Betty perguntou ao líder se poderia levar um artefato da nave, para provar que o encontro fora real. O líder deixou que levasse um livro grande, cujas páginas estavam preenchidas com símbolos em colunas.
Em seguida, ela perguntou de onde ele e sua nave vieram. Betty escreveu que, em resposta, o líder foi até a parede e "puxou um mapa, que me pareceu estranho... Era um mapa do céu ", marcado com diversas estrelas e planetas. Havia diferentes tipos de linhas entre algumas das estrelas e que mostravam, conforme foi dito a ela, rotas de comércio e exploração. O líder perguntou a Betty se ela sabia onde a Terra estava no mapa. Betty respondeu que não e que o mapa não lhe era familiar. O líder disse, então, que devido à sua ignorância, era impossível explicar de onde ele viera.
Betty sugeriu que a humanidade gostaria de conhecer outros habitantes do universo e tentou convencer o líder a anunciar abertamente sua presença na Terra. Nesse momento, os homens trouxeram Barney para a sala. Ele parecia estar em transe.
Os homens começavam a levar os Hill para fora da nave quando surgiu uma discussão entre eles, naquela linguagem estranha em que falaram anteriormente. Depois disso, o líder tirou o livro de Betty. Ela protestou, dizendo que o livro era a sua única prova do encontro. O líder disse que, pessoalmente, não se importava de deixar o livro com ela, mas os outros homens da nave não queriam que ela sequer lembrasse do encontro. Betty insistiu que não importava o que fizessem com sua memória, ela um dia recordaria os acontecimentos.
Ela e Barney foram levados para o carro, onde o líder sugeriu que esperassem para ver a nave partir. Assim fizeram e em seguida retomaram sua viagem. Betty dizia que o acontecimento fora milagroso e excitante, mas Barney não dizia nada.
O sonho de Betty terminava com ela perguntando, "Agora você acredita em discos voadores?" Irritado, Barney dizia, "Não seja ridícula." Embora Betty pensasse que seus sonhos pudessem refletir eventos reais, Barney se mostrava mais cético, acreditando que sua mulher tivera simplesmente vários sonhos vívidos.
Em 25 de novembro de 1961, os Hill foram novamente entrevistados longamente pelos membros da NICAP, dessa feita por C.D. Jackson e Robert E. Hohman.
Tendo lido o relatório inicial de Webb, Jackson e Hohman tinham muitas perguntas para os Hill. Uma das principais perguntas era sobre a duração do evento. Nem Webb, nem os Hill, notaram que embora a viagem devesse durar aproximadamente quatro horas, o casal só chegou em casa sete horas após sua partida. Quando Hohman e Jackson ressaltaram essa discrepância para os Hill, o casal ficou atônito, sem conseguir explicar (uma circunstância frequente relatada em casos alegados de abdução por alienígenas, que alguns chamam de "tempo perdido"). No entanto, Betty foi capaz de lembrar de uma imagem da lua brilhando no chão.
Apesar de todos os seus esforços, os Hill não se lembram de quase nada das 35 milhas entre Indian Head e Ashland. Foi aventada a possibilidade da hipnose. Talvez a hipnose pudesse desbloquear as recordações que faltavam. Barney estava apreensivo com a hipnose, mas acreditava que esta poderia ajudar Betty a por de lado o que Barney descrevia como os "sonhos recorrentes absurdos de Betty".
Até fevereiro de 1962, os Hill viajaram frequentemente de carro para tentar localizar a área de seu encontro com o OVNI, na esperança de que o local pudesse refrescar suas lembranças. Por muitos anos depois do ocorrido, não conseguiram localizar o local.
Em fevereiro e março de 1962, verrugas apareceram em um círculo quase perfeito ao redor da virilha de Barney e foram removidas cirurgicamente.
Em 23 de novembro de 1962, os Hill compareceram a uma reunião no presbitério de sua igreja, em que o palestrante convidado era o capitão Ben. H. Swett, da Força Aérea dos EUA, que publicara recentemente um livro de poesia. Após o capitão ler uma seleção de suas poesias, o pastor pediu que falasse sobre seu interesse pessoal em hipnose. Após o término da reunião, os Hill conversaram com o capitão Swett em particular e contaram sobre o que lembravam de seu estranho encontro. Ele se mostrou particularmente interessado no "tempo perdido" da história dos Hill. Os Hill perguntaram a Swett se poderia hipnotizá-los para que recuperassem suas lembranças, mas Swett disse que não estava qualificado para aquilo e os avisou que evitassem hipnotizadores amadores, como ele.
Em 3 de março de 1963, os Hill discutiram seu encontro com um OVNI publicamente pela primeira vez, com um grupo em sua igreja.
Em 7 de setembro de 1963, o capitão Swett deu uma palestra formal sobre a hipnose para uma reunião na Igreja Unitarista. Após a palestra, os Hill disseram a Swett que visitariam um psiquiatra, dr. Stephens, de quem gostavam e em quem confiavam. O capitão Swett sugeriu a Barney que perguntasse ao dr. Stephens o que achava do uso da hipnose em seu caso.
Quando se encontrou novamente com dr. Stephens, Barney perguntou sobre a hipnose. O dr. Stephens recomendou aos Hill que procurassem o dr. Benjamim Simon, em Boston.
Em novembro de 1963, os Hill falaram para um grupo amador de estudos sobre OVNI no Quincy Center, em Massachusetts.
Os Hill encontraram o dr. Simon pela primeira vez em 14 de dezembro de 1963.
Logo no início de suas conversas, o dr. Simon determinou que o encontro com o OVNI causara mais preocupação e ansiedade em Barney do que este queria admitir. Embora o dr. Simon considerasse impossível a hipótese popular de extraterrestres, parecia óbvio que os Hill genuinamente acreditavam ter avistado um OVNI com ocupantes parecidos com seres humanos. O dr. Simon esperava descobrir mais sobre a experiência através da hipnose.
O dr. Simon começou as sessões de hipnotismo com os Hill em 4 de janeiro de 1964. Betty e Barney foram hipnotizados diversas vezes cada um e as sessões continuaram até 6 de junho de 1964. As sessões de hipnotismo aconteceram separadamente, para que um não escutasse as recordações do outro.
Barney foi hipnotizado primeiro. Suas sessões foram frequentemente emocionais, pontuadas por rompantes de raiva, expressões de medo e episódios de choro histérico. Barney disse que, por causa do medo, manteve os olhos fechados durante a maior parte do encontro no OVNI. Com base nessas respostas iniciais, o dr. Simon disse a Barney que não se lembraria das sessões de hipnose até ter certeza de poder lidar com as lembranças sem ficar mais traumatizado ainda.
Hipnotizado, Barney revelou ainda que a correia do binóculo partiu quando ele correu do OVNI para o carro. Lembrou de dirigir o carro para longe do OVNI, mas que depois se sentiu irresistivelmente compelido a sair da estrada e dirigir mata a dentro. Acabou avistando seis homens na mata. Ordenando que Barney parasse de dirigir, três dos homens se aproximaram do carro. Disseram a Barney para não temê-los. Contudo, ele continuava ansioso e relatou que o líder pediu que fechasse os olhos. Enquanto estava hipnotizado, Barney disse, "Senti como se seus olhos tivessem penetrado nos meus." As criaturas descritas por Barney eram geralmente semelhantes às descritas por Betty em seu estado hipnótico, não à dos sonhos.
No entanto, Barney descreveu os olhos como sendo muito maiores, se estendendo mesmo até os lados de suas cabeças. As criaturas frequentemente o fitavam nos olhos, disse Barney, com um efeito terrível e mesmerizador. Hipnotizado, Barney disse coisas como "Somente os olhos estão falando comigo" e "Tudo que vejo são esses olhos... Nem mesmo estou com medo de que não estejam em um corpo. Eles apenas estão lá. Eles apenas estão perto de mim, pressionando meus olhos." Barney disse que ele e Betty foram levados para a nave em formato de disco, onde ele e Betty foram separados. Levado para uma sala por três homens de baixa estatura, Barney foi despido por esses homens, que mandaram-no deitar em uma mesa de exames retangular. Ao contrário de Betty, a narrativa feita por Barney foi fragmentada e ele manteve os olhos fechados durante a maior parte do exame. Um dispositivo em forma de copo foi posto em sua genitália. Ele não teve um orgasmo, embora Barney acreditasse que uma amostra de seu esperma fora coletada. Os homens rasparam sua pele e investigaram seus ouvidos e boca. Um tubo ou cilindro foi inserido em seu ânus. Alguém apalpou sua coluna e pareceu contar suas vértebras.
Enquanto Betty relatou longas conversas com as criaturas em inglês, Barney disse que os ouviu conversando em uma linguagem murmurada que ele não distinguiu. Barney disse que nas poucas vezes em que se comunicaram com ele, parecia ser uma "transferência de pensamento" – naquela época, ele não conhecia a palavra "telepatia".
Ele se lembrou de ter sido escoltado para fora da nave e levado até seu carro, que então estava ao lado da estrada e não na mata. Em transe, assistiu à partida da nave. Barney se lembrou de uma luz aparecendo na estrada e de dizer, "Ah não, de novo não." Lembrou ainda da especulação de Betty de que a luz poderia ser a lua, embora a lua tivesse se posto, de fato, várias horas antes.
As sessões de hipnose de Betty não eram tão movimentadas. Hipnotizada, sua narrativa foi muito similar a seus sonhos recorrentes sobre o encontro com o OVNI, com duas diferenças marcantes: quando hipnotizada, os homens não tinham nariz grande, nem cabelo. O dr. Simon sugeriu que Betty fizesse um esboço do "mapa estelar". Ela hesitou, achando que não seria capaz de descrever com precisão a qualidade tridimensional do mapa que viu na nave. Por fim, no entanto, fez o que o dr. Simon sugeriu. Embora dissesse que o mapa tinha muitas estrelas, desenhou apenas aquelas de que lembrava. Seu mapa consistia em doze estrelas maiores conectadas e três estrelas menores que formavam inconfundivelmente um triângulo. Segundo ela, lhe foi dito que as estrelas conectadas por linhas cheias eram "rotas comerciais", enquanto as linhas tracejadas representavam rotas menos navegadas.
Depois de extensas sessões de hipnose, o dr. Simon concluiu que as lembranças de Barney do encontro com o OVNI eram uma fantasia inspirada pelos sonhos recorrentes de Betty. Embora o dr. Simon admitisse que essa hipótese não explicava todos os aspectos da experiência, acreditava que essa era a explicação mais plausível e coerente. Barney rejeitou essa ideia, observando que embora as recordações do casal se interligassem de alguma maneira, havia partes de ambas as narrativas que eram únicas de cada uma. Agora, Barney estava pronto para aceitar que eles haviam sido abduzidos pelos ocupantes de um OVNI, embora nunca aceitasse o fato tão completamente quanto Betty.
Embora os Hill e dr. Simon discordassem sobre a natureza do caso, concordaram que as sessões de hipnose foram eficazes: os Hill já não eram atormentados por pesadelos ou ansiedade gerados pelo encontro com o OVNI.
Depois disso, o dr. Simon escreveu um artigo sobre os Hill para a revista Psychiatric Opinion, explicando suas conclusões de que o caso representava uma aberração psicológica singular.
Os Hill retomaram suas vidas normais. Estavam dispostos a discutir o encontro com o OVNI entre amigos, família, e um pesquisador de ONVIs ocasional, mas os Hill aparentemente não se esforçaram para buscar publicidade.
Todavia, em 25 de outubro de 1965, um artigo de jornal mudou tudo: uma história de primeira página no Boston Traveler perguntava "O Mistério do OVNI: Teriam "Eles" Raptado um Casal?" O repórter John H. Lutrell, do Traveler, recebera uma fita de áudio com a gravação da palestra dos Hill no Quincy Center no início de 1963. Lutrell soube que os Hill se submeteram à hipnose com o dr. Simon e obteve notas das entrevistas dos Hill com os investigadores. Em 26 de outubro, o artigo de Lutrell chegou à UPI e os Hill passaram a receber atenção internacional.
Em 1966, o escritor John G. Fuller obteve a colaboração dos Hill e do dr. Simon para escrever The Interrupted Journey ("A Viagem Interrompida"), um livro sobre o caso. O livro incluía uma cópia do desenho que Bete fez do "mapa estelar". O livro fez sucesso rapidamente e teve várias edições.
Muitas das anotações de Betty Hill, além de fitas e outros itens, fazem parte da coleção permanente da biblioteca da Universidade de New Hampshire, onde estudou.
Direção: Jeremy Kagan
SINOPSE:
Novo México, 1947. Major da força aérea (MacLachlan) investiga destroços de uma nave espacial, encontrados por fazendeiros. Os envolvidos são forçados pelo Pentágono a se calar e a negar à imprensa e à população local informações sobre a descoberta. Durante trinta anos, apesar das pressões que recebe, o oficial investiga por conta própria o acontecimento até que um dia chega a conclusões surpreendentes.
O CASO:
Tudo aconteceu na primeira semana de julho, quando um homem chamado W. W. “Mack” Brazel se deparou com estranhos destroços do que parecia ser um acidente aéreo enquanto cavalgava por seu rancho, situado no noroeste de Roswell, no Novo México. Segundo o rancheiro, como havia chovido muito na noite anterior, ele havia saído para checar seu rebanho de ovelhas quando encontrou fragmentos de metal espalhados por uma grande área, assim como vestígios de que algo havia colidido e se arrastado por centenas de metros.
Brazel chegou a coletar algumas das peças metálicas que encontrou e mostrar a alguns amigos e vizinhos, até decidir relatar o ocorrido ao xerife local, George Wilcox. O policial provavelmente pensou que os destroços podiam ter alguma conexão com testes militares na área e entrou em contato com o pessoal da base aérea de Roswell para pedir auxílio com a investigação.
Os militares enviaram o Major Jesse Marcel para descobrir o que estava acontecendo e, acompanhado de Brazel, Wilcox e de um membro da Counter Intelligence Corps — uma agência ligada ao serviço secreto norte-americano —, no dia 7 de julho de 1947, Jesse pisou na área do suposto acidente. Durante essa vistoria preliminar, o major teria dito que o objeto provavelmente teria explodido próximo ao solo e caído no local e ele então determinou a direção em que estava viajando.
Jesse também fez estimativas da área do acidente e realizou alguns testes rápidos com peças metálicas — e, segundo os rumores, teria dito que nunca havia visto nada remotamente parecido com aquilo antes. Não demorou até que a base aérea fosse novamente acionada e uma operação para a recuperação dos destroços fosse organizada.
Então, no dia seguinte, 8 de julho de 1947, a história estampou a capa do jornal Roswell Daily Record — com o título “Força Aérea Captura Disco Voador em Rancho na Região de Roswell” — e, a partir daí, a coisa toda caiu na boca do povo e se espalhou pelo mundo!
Depois que a notícia foi divulgada, várias testemunhas decidiram se manifestar publicamente, como foi o caso de William Woody, que relatou que ele e seu pai teriam visto um estranho objeto brilhante mergulhar do céu em direção ao solo na noite do dia 4 de julho — anterior à descoberta dos destroços. Os dois contaram que chegaram a tentar encontrar o local do acidente, mas foram impedidos por militares de vasculhar o rancho de Brazel.
Também circularam histórias de que os militares norte-americanos teriam rastreado a movimentação de um objeto voador não identificado sobre o Novo México durante quatro dias — até sua queda no noroeste de Roswell. Outro rumor foi o de que um cara chamado Glenn Dennis, que trabalhava em uma casa funerária local, teria recebido alguns telefonemas curiosos do necrotério da base aérea.
Aparentemente, o pessoal de lá teria perguntado a Glenn se ele dispunha de caixões de pequeno tamanho que pudessem ser hermeticamente fechados. Os oficiais também teriam pedido informações sobre como preservar corpos que estiveram expostos aos elementos durante alguns dias e como evitar a contaminação dos tecidos dos cadáveres.
O agente funerário contou que chegou a ir até a base, onde viu parte dos destroços, e foi prontamente convidado a deixar o local. Glenn contou ainda que uma enfermeira da base teria revelado a ele que os militares haviam descoberto os corpos de seres alienígenas na fuselagem do suposto OVNI.
Como você deve ter lido ou ouvido por aí, também circularam muitos boatos de que o governo norte-americano teria conduzido necropsias nos supostos aliens, além de ter transportado cadáveres, destroços e todas as provas até a Área 51 e tentado a todo custo encobrir toda a história. Segundo o comunicado oficial emitido pela Força Aérea, o que eles recuperaram no rancho de Brazel não era nenhuma aeronave, muito menos um disco voador, mas sim um balão meteorológico.
Algo importante a ser mencionado sobre a época em que o suposto acidente aconteceu é que o assunto sobre os discos voadores era uma completa novidade. Na verdade, o termo “disco voador” havia sido criado apenas duas semanas antes, por um aviador chamado Kenneth Arnold que teria avistado um objeto voador não identificado com formato de disco nos arredores do Monte Rainier, em Washington.
Sobre a explicação apresentada pela Força Aérea, de que os destroços pertenciam a um balão meteorológico, a justificativa foi aceita na ocasião, mas, anos mais tarde, quando os casos de avistamentos de OVNIs começaram a se tornar mais numerosos e populares, a história de que tudo não passou de uma tentativa dos militares de esconder a verdade acabou ganhando força.
Muitas pessoas investigaram o caso ao longo dessas sete décadas desde que o acidente aconteceu, e uma informação que acabou vindo à tona é de que os militares estavam sim tentando encobrir a verdade — mas a coisa toda não tinha nada a ver com discos voadores. Em 1947, como você deve saber, os EUA e a União Soviética estavam envolvidos na Guerra Fria, e os norte-americanos estavam trabalhando secretamente em um projeto chamado Mogul.
O desenvolvimento dessa iniciativa envolveu o lançamento de balões de grande altitude equipados com microfones para monitorar testes nucleares conduzidos pelos soviéticos, portanto, o objeto que caiu em Roswell seria um desses balões. No entanto, como se tratava de um projeto supersecreto, os militares norte-americanos acabaram divulgando apenas uma parte da história — o que acabou atiçando a imaginação do público.
Os detalhes sobre o Projeto Mogul só foram tornados públicos em 1994 e, em 1997, foram divulgadas informações de que a Força Aérea havia realizado uma série de testes com manequins como parte da Operação High Dive, que envolveu lançar bonecos de paraquedas a partir de grandes altitudes para realizar estudos de sobrevivência em humanos. Sobre as supostas necropsias realizadas nos ETs e as imagens que ainda circulam a internet mostrando os cadáveres, já faz tempo que ficou (mais ou menos) provado que tudo não passa de farsa. Só que essas explicações vieram tarde demais...
9) ÁREA Q (2011)
Direção: Gerson Sanginitto
SINOPSE:
Americano que tem o filho desaparecido suspeita que ele tenha sido abduzido por ET's. Essa busca o leva para o Ceará, num lugar conhecido como Área Q, onde estranhos casos envolvendo OVNI's acontecem. Essa investigação pode revelar segredos perigosos, que podem lhe custar caro demais.
O CASO:
A rotina do comerciante Francisco Leonardo Barroso, filho do agricultor que disse ter sido abduzido por extraterrestres no sertão do Ceará nos anos 1970, parece não ter mudado após a estreia de “Área Q”, filme inspirado em histórias de contatos extraterrenos contadas na região. O comerciante conta que o pai morto há 19 anos ensinou a ele e aos irmãos como se defender e evitar que fossem levados por objetos voadores não identificados (óvnis).
“Para você se livrar, só se for com um pé (sic) de árvore. Você tem que ir para debaixo porque, com a árvore, o aparelho deles (os extraterrestres) perde o contato”, explica. Barroso diz que o pai ficou com a pele avermelhada e com retardo mental depois de ser levado por óvnis.
O agricultor Luis Fernandes Barroso, segundo o filho, 'teve um contato bem próximo' com os extraterrestres nos anos 1970. “Uma vez por semana, ele ia para a fazenda olhar o rebanho e gostava de sair de madrugada, por volta de 2h da manhã. Um dia, quando voltava de carroça, ele disse que teve contato com algo que parecia um avião, mas que desceu, ficou perto dele e jogou uma luz muito forte, quase de cegar”, diz.
“Não só acredito, como já vi”, afirma Barroso sobre crença em aparições de óvnis na cidade de Quixadá. Dono de um armazém que vende de tudo no barulhento centro do município, ele segue trabalhando na loja até o meio-dia e, depois, vai para a fazenda na zona rural, local da suposta abdução do pai. Francisco Leonardo é o único filho de Barroso que ainda mora em Quixadá. A mãe dele também faleceu, o irmão mora no Piauí e a irmã em outro município do sertão cearense.
Efeitos da suposta abdução
Após o contato, o comerciante afirma ter visto mudanças físicas e psicológicas no pai, que apareceu com a pele vermelha “como se tivesse queimada” e um retardo mental depois do suposto contato com extraterrestres, fazendo com que os filhos se tornassem responsáveis pelos negócios da família. O caso chamou a atenção de ufólogos de vários países, como Portugal, Itália e Espanha, que visitaram a fazenda para estudar os sintomas e os relatos de Barroso.
“Meu pai passou também por muitos hospitais de Fortaleza e disseram que a mente dele estava como se fosse de uma criança”, conta Francisco Leonardo. O pai dele morreu na fazenda no ano de 1973 com, segundo o filho, o aspecto da pele não correspondia com a idade. “Era como se ele tivesse ficado mais novo”, afirma.
“Não guardo mágoas dos extraterrestres porque aconteceram outros casos iguais aos do meu pai. É um imprevisto, pode acontecer comigo, com você ou com qualquer um”, diz. O comerciante ainda não assistiu ao filme, mas gosta de saber que o pai serviu de inspiração. “Meu pai foi um dos primeiros que passou por isso. Ver essa história no filme é de se admirar porque ele realmente entrou para a história”, afirma. Caso não tem solução, diz ufólogo.
No filme, o agricultor João Batista desaparece após ser abduzido enquanto andava de carroça na zona rural de Quixadá.
A situação quase foi vivida também pelo filho de Barroso, quando este fazia o mesmo trajeto do pai a caminho da fazenda. “Estava de moto e vi um objeto que emitiu uma luz bem forte. Desviei o olhar para não cegar com aquela luz e desacelerei. Lembrei dos conselhos de meu pai: 'Não se amedronte e não fique nervoso'”, conta. Depois disso, as aparições viraram comuns na vida do comerciante que afirma não haver problema “depois que você se acostuma”.
O ufólogo cearense Reginaldo de Athayde acompanhou o “Caso Barroso” desde o momento em que agricultor teria sido abduzido até a sua morte. “Durante 17 anos, eu e outros pesquisadores íamos uma vez por mês a Quixadá para visitar Barroso”, diz. O contato pessoal foi documentado no livro “ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol” (2000), no qual Athayde relata também outros casos envolvendo contatos extraterrestres em municípios do interior do Ceará.
O ufólogo também contou ao G1 que houve tentativas de prosseguir na investigação do caso após a morte de Barroso, mas os filhos do agricultor não concordaram com a autópsia no corpo do pai. “Acreditamos que esse caso nunca seja solucionado, pois fizemos o que podíamos nos 17 anos de acompanhamento”.
10) O MISTÉRIO DO RANCHO SKINWALKER (2013)
Direção: Devin McGinn
SINOPSE:
Uma equipe de pesquisa científica investiga e documenta os fenômenos sobrenaturais que cercam o desaparecimento do filho de 10 anos de um pecuaristas. Inspirado em fatos reais que chocaram a comunidade paranormal ao redor do mundo. Cerca de um ano depois, a Empresa de Defesa Moderna (MDE) enviou uma equipe de especialistas para documentar e investigar as ocorrências misteriosas, que aumentaram após a sua chegada. Os incidentes se tornam mais violentos, provocando tensões forçando a equipe a decidir o quão longe eles irão para desvendar os mistérios de “Skinwalker Ranch”.
Uma equipe de pesquisa científica investiga e documenta os fenômenos sobrenaturais que cercam o desaparecimento do filho de 10 anos de um pecuaristas. Inspirado em fatos reais que chocaram a comunidade paranormal ao redor do mundo. Cerca de um ano depois, a Empresa de Defesa Moderna (MDE) enviou uma equipe de especialistas para documentar e investigar as ocorrências misteriosas, que aumentaram após a sua chegada. Os incidentes se tornam mais violentos, provocando tensões forçando a equipe a decidir o quão longe eles irão para desvendar os mistérios de “Skinwalker Ranch”.
O CASO:
O Rancho Skinwalker, também conhecido como Sherman Ranch, ou Rancho Sherman, é uma fazenda norte-americana localizada em Uintah, Utah, onde ocorrem atividades paranormais. O nome "skinwalker" se deve a lenda e torno de uma espécie de bruxo que os indígenas norte-americanos acreditavam poder transformar-se em qualquer animal.
No outono de 1994, Tom Gorman e sua esposa compraram a fazenda com a intenção de criar gado. Pouco tempo depois Tom começou a dizer que havia vivenciado atividades paranormais em sua fazenda, e estava tentando vendê-la. A família de Gorman permaneceu no local apenas 20 meses.
Desde o primeiro dia, em 1994, eles foram aterrorizados por uma inteligência invisível que jogava com a mente deles: figuras compostas apenas de sombras apareciam dentro de casa, objetos que se moviam sozinhos, vozes, e coisas ruins que aconteciam com seus animais, como o desaparecimento de vacas e touros.
Muitas vezes os animais apareciam mutilados, como se tivessem sido cortados cirurgicamente, mas muitos dos cortes apareciam cauterizados.
O lobo sobrenatural
No dia em que os Gormans fizeram sua mudança eles avistaram um lobo imenso no meio do pasto, em frente à casa. O animal cuidadosamente atravessou o campo e, para a surpresa de todos, esgueirou-se entre os membros da família, agindo como se fosse um animal de estimação. Havia chovido naquele dia e os Gormans afirmam que o lobo cheirava como um cão molhado, quando eles o faziam carinho no animal como se de fato ele fosse um animal domesticado.
Depois de alguns minutos, o lobo foi lentamente para o curral e agarrou um novilho pelo focinho, tentando puxá-lo pela grade do curral. Gorman e seu pai começaram a bater nas costas do lobo com pedaços de pau, mas ele não soltava o novilho. Gorman, então, agarrou sua potente Magnum 357, que estava no caminhão, e atirou no lobo à queima-roupa. O disparo não teve qualquer efeito visível sobre o bicho.
O homem deu outro tiro no lobo, que então soltou o novilho, mas ficou de pé, olhando para as pessoas como se nada tivesse acontecido. Gorman deu mais dois tiros com a poderosa arma e o animal moveu-se um pouco para trás, mas ainda assim não mostrou qualquer sinal de medo ou sofrimento – nem mesmo sangue parecia escorrer do canino selvagem. O fazendeiro, intrigado, apanhou um rifle de caça e disparou no lobo novamente. Ele não apenas é um atirador experiente como também é um caçador esportista de considerável reputação.
Cinco tiros deveriam ter sido suficientes para derrubar um alce, imagine então o que fariam a um lobo. O quinto disparo chegou a arrancar uma mecha de pêlo e rasgar um pouco o corpo do lobo, mas o animal ainda não parecia incomodado. Finalmente, após um sexto tiro, o animal correu pelo campo até um mato lamacento. O fazendeiro e um dos filhos perseguiram a besta por aproximadamente 1,5 km, seguindo suas pegadas na lama. Mas os rastros desapareceram subitamente, como se o animal tivesse simplesmente se elevado no ar.
Ao retornar para a área do curral, Gorman examinou o pedaço do corpo do lobo que havia sido arrancado com o tiro, constatando que tinha a aparência e cheiro de carne podre. Ele passou a questionar a vizinhança a respeito do animal, mas ninguém tinha visto qualquer lobo manso de tamanho anormal na área. Poucas semanas mais tarde, a esposa de Gorman encontrou outro lobo, que era tão grande que suas costas ficavam da altura do topo da janela quando ele encostou ao lado do carro. O lobo estava acompanhado de um animal que se parecia com um cão, mas que ela não pôde identificar ao certo.
Cães desintegrados
Mas o episódio do lobo não foi o único evento estranho que aconteceu no local. Certa vez foram avistados alguns orbes azuis pairando sobre o pasto. Cinco cães da família se botaram a perseguir as estranhas esferas luminosas, sendo que os mesmo foram simplesmente desintegrados quando se aproximaram das luzes.
Mais animais estranhos aparecem
Certa vez, enquanto circulavam de carro por uma das estradas da fazenda, Gorman e sua esposa observaram algo atacando um de seus cavalos. Eles descreveram aquilo como “tendo altura pouco acima do chão, sendo um animal musculoso, pêlos ruivos cacheados e um rabo bem peludo”. O inusitado animal tinha uma aparência que lembrava de longe uma hiena musculosa, que parecia estar agarrando seu cavalo, quase brincando com ele.
Gorman chegou a se aproximara até cerca de 15 metros do bicho, mas disse que ele literalmente desapareceu diante dos seus olhos. Os Gormans verificaram o cavalo e identificaram numerosas marcas de garras em suas pernas.
Poucos meses depois, a esposa de um policial local relatou ter visto uma besta avermelhada e musculosa, semelhante àquele animal, correndo pela propriedade.
Outro visitante da fazenda teve um encontro mais ameaçador ainda em sua área central da fazenda. O visitante, bem como Gorman e seu filho, avistaram uma “coisa grande e embaçada movendo-se em meio às árvores”. O visitante descreveu que a tal coisa apareceu movendo-se suavemente entre as árvores, pelo pasto, cobrindo uma distância de quase 10 metros em segundos. Disse que quando ela o alcançou, produziu um forte rugido, muito semelhante ao de um grande urso, daqueles que são ouvidos a quilômetros de distância.
De acordo com essa história, o animal era quase invisível, lembrando o ser camuflado do filme O Predador. O homem ficou tão apavorado que se agarrou ao fazendeiro e não o largou de jeito algum, depois deixando a fazenda para nunca mais retornar. Outras criaturas e seres não identificados também foram vistos naquela região do Utah, incluindo pássaros exóticos multicoloridos que não eram nativos da região e não podiam ser reconhecidos.
Houve também numerosos encontros próximos com criaturas descritas como bestas escuras de até 3 m de altura, que lembravam o mitológico sasquash. Como se as experiências visuais não bastassem, a família também alega ter tido outros sentidos desafiados por estranhos eventos.
Muitas vezes, ficavam surpresos ao sentir cheiros fortes de almíscar. Igualmente, os pastos inexplicavelmente se clareavam durante a noite, como estádios de futebol. Os Gormans alegam terem visto feixes de luz que aparentemente emanavam do solo. Eles e outros fazendeiros da região dizem também já terem ouvido barulhos que pareciam ser de maquinário pesado, operando sob a terra. E já ouviram vozes, muitas delas.
Tom e um sobrinho relataram que uma vez ouviram uma conversa alta, sem uma origem física aparente e numa língua ininteligível. As vozes eram masculinas e desencarnadas. De acordo com as testemunhas, falavam em um tom debochado e pareciam emanar de uns 10 m acima de suas cabeças, mas eles nada viram. Os cães que acompanhavam as vítimas grunhiam e latiam para as vozes, quando então fugiram em pânico.
Houve também manifestações físicas que não são facilmente explicáveis. Por exemplo, certa vez, enquanto verificava o gado na terceira área da fazenda, Gorman percebeu que alguém havia escavado seu pasto. Quase uma tonelada de terra havia sido retirada de buracos escavados no solo. “Suas extremidades se pareciam com círculos concêntricos perfeitos, como se alguém tivesse enfiado um cortador de biscoitos gigante no chão”, disse o homem. Várias outras marcas de escavação menores também foram achadas.
Incontáveis pesadelos
Quando os Gormans finalmente tinham umas poucas horas de sono, eram assolados por violentos pesadelos, que, depois descobriram, ocorriam identicamente a todos os membros da família. Os dois filhos, considerados excelentes alunos antes de chegarem à fazenda, tiveram suas notas deterioradas. A esposa de Gorman perdeu seu emprego num banco local por suas repetidas faltas ao trabalho e por seu repertório de intenso terror.
Na esperança de sentirem-se mais seguros, os membros da família passaram a dormir no chão da sala todas as noites. Sua situação era precária e desesperadora.
Ufos e outros fenômenos
Os Gormans também relatam fenômenos semelhantes aos círculos nas plantações, descobertos na propriedade. Uma formação encontrada no seu pasto consistia de três círculos de mato amassado, cada qual com aproximadamente 3 m de diâmetro. Estavam dispostos num padrão triangular, tendo cada círculo cerca de 10 m de distância dos demais. Vale ressaltar que há apenas uma estrada de acesso principal à fazenda e que qualquer pessoa entrando ou saindo da propriedade seria certamente notada pelos Gormans ou seus vizinhos.
Na primavera de 1995, os Gormans começaram a ver coisas estranhas no céu. “Eram verdadeiras esquisitices aéreas”. Enquanto verificavam o gado, Tom Gorman e seu sobrinho observaram o que parecia ser um pequeno veículo parado na propriedade. Eles começaram a se aproximar do objeto, achando que o motorista poderia estar com problemas mecânicos. À medida que se aproximavam do tal veículo, este se afastava silenciosamente.
Gorman e o sobrinho tentaram mais uma vez chegar perto, e novamente o objeto se afastou. O objeto levantou voo por sobre as árvores e lentamente foi embora, sem fazer qualquer som. “Com certeza aquilo não era um helicóptero”, disse Gorman. As testemunhas que puderam ver tal artefato com bastante clareza e garantiram que tinha o formato de um refrigerador, com uma luz na frente e outra vermelha atrás.
Já por algum tempo, antes disso, a família vinha observando estranhos objetos aéreos. A esposa do fazendeiro afirma que algo parecido com um caça a jato Stealth, rodeado de luzes piscantes e em forma de disco, pairou silenciosamente a uns 7 m acima de seu veículo, antes de partir em alta velocidade. Cada membro da família fez repetidos avistamentos de uma inusitada nuvem que geralmente pairava do lado de fora da propriedade. A tal nuvem foi descrita por eles como tendo “luzes de árvore de Natal piscantes” ou “mini explosões silenciosas dentro dela”.
De longe, os objetos mais comuns testemunhados por eles foram esferas flutuantes de diferentes tamanhos e cores. Em 1995 e 1996, os Gormans e outros moradores da região relataram 12 incidentes separados, quando viram grandes círculos alaranjados voando acima das árvores da área central da fazenda. Tom Gorman alega que, ocasionalmente, buracos se abriam nos círculos e outras esferas, menores que as anteriores, saíam de seu interior. Um fazendeiro vizinho informou ter tido seus próprios encontros com o que chamou de “uma bola de basquete voadora alaranjada”.
Portal Dimensional
Os residentes de outras partes daquela região vêm relatando fenômenos semelhantes, desde a década de 50. Descendentes de índios da nação Ute, que habitaram Utah, confirmam que tais avistamentos já aconteciam no passado, sendo testemunhados por seus ancestrais. Contudo, anomalias aéreas não eram as ocorrências mais comuns na fazenda – pelo menos não por um bom tempo.
Janela e portas na residência abriam subitamente como se arrombadas ou se fechavam com violência e sem explicação. Objetos da casa simplesmente desapareciam, mesmo que a casa estivesse toda trancada e sem sinal de arrombamento, o que inviabilizaria a hipótese de roubo. Roupas, ferramentas e outros aparelhos pareciam ter desenvolvido vida própria. Ferramentas frequentemente desapareciam e reapareciam depois nas proximidades. Noutra ocasião, uma pesada pá escavadeira simplesmente desapareceu, sendo encontrada, dias mais tarde, entre os galhos de uma árvore de algodão. Em outro estranho acontecimento uma pilha de lenha simplesmente desapareceu cerca de trinta minutos após ter sido organizada.
A fazenda chama a atenção
Em 1995, a fazenda chamou a atenção do NIDS, Instituto Nacional para Descoberta da Ciência com sede em Las Vegas. NIDS (seu dono é Robert Bigelow, não esqueça esse nome) comprou a propriedade e começou um estudo científico sem precedentes. Postos de observação foram construídos. Câmeras de vídeo foram instaladas e postas em funcionamento. Pessoal científico e ex representantes da lei estavam na propriedade durante os próximos anos. Dr. Colm Kelleher encabeçou o estudo do NIDS.
Um instituto privado chamado NIDS (National Institute for Discovery Science) que financia estudos sobre o paranormal - comprou a fazenda das mãos do proprietário por 200.000 dólares. Por volta de 2002, a fazenda voltou à mídia, quando NIDS permitiu que George Knapp (jornalista de um jornal extinto, chamado: Las Vegas Mercury) tivesse acesso à fazenda. No final do mesmo ano, Knapp publicou um artigo em seu extinto jornal sobre a fazenda.
Os membros de equipe de pesquisadores ressaltam que são constantemente pressionados por Bigelow para que obedeçam rigidamente ao método científico. Devido ao fato de que o objeto de sua pesquisa é tão controverso nos círculos científicos, a entidade entende que qualquer desvio do método científico representaria uma perda de credibilidade.
Se ela é considerada uma organização excêntrica, suas descobertas, não importando quão profundas ou bem documentadas, seriam desconsideradas sumariamente.
A fazenda Skinwalker, portanto, se apresentou como uma oportunidade única de se estudar uma rica variedade de coisas exóticas em constante atividade. Era como pedir uma “pizza de estranhezas” com todas as coberturas ao mesmo tempo. UFOs e yetis, bolas de luz e mutilações de gado, poltergeist e círculos nas plantações, manifestações psíquicas e lendas indígenas antigas etc. A fazenda parecia ser um lugar único em todo o mundo e os membros do NIDS sabiam que deveriam ser cuidadosos, levando em consideração as histórias contadas pelas pessoas do local.
''Nós não tínhamos nenhuma ideia pré-concebida sobre o que estava ocorrendo, mas decidimos usar uma abordagem de ‘filtro aberto’ para juntar informações”, disse Colm Kelleher, um microbiólogo do NIDS. “Tínhamos muitas reservas sobre lendas dos skinwalkers, avistamentos de pés-grandes e aquelas coisas que a família alegava estar vendo. Mas decidimos colher toda a informação que pudéssemos, sem desconsiderar nada de imediato, e avaliar tudo mais tarde”, disse, referindo-se a um ser mítico que teria poderes sobrenaturais, dentre os quais o de mudar de forma, deslocar-se invisivelmente em altas velocidades e interromper o movimento das coisas ao redor, como se pudesse parar o tempo. A lenda do skinwalker, reavivada pelas experiências dos fazendeiros, já estava presente desde os tempos dos antepassados dos Ute.