STAR WARS: OS ÚLTIMOS JEDI (2017) - FILM REVIEW
Pode parecer exagero, mas Star Wars - Os últimos Jedi é o ponto máximo da saga. Em interpretação, direção, efeitos e história. E o episódio que melhor homenageia ícones da saga e o que melhor resolve a mitologia criada. E resolve da forma mais inesperada...
Matar personagens marcantes muitas vezes é visto como transgressor dentro de uma obra. Mas mantê-lo vivo para desmistificá-lo, eleva a produção para outro nível. Filmes como "Os imperdoáveis" fizeram isto com maestria. O Cowboy de Clint Eastwood não vive mais seus dias de glória. Mal consegue montar um cavalo ou mesmo atirar!!! Em outra obra prima, Wyatt Earp, de Lawrence Kasdan (que inclusive roteirizou O Império Contra-Ataca e o Retorno de Jedi), o personagem central é mostrado como um rude, alcoólatra e até ladrão de cavalos.
Matar personagens marcantes muitas vezes é visto como transgressor dentro de uma obra. Mas mantê-lo vivo para desmistificá-lo, eleva a produção para outro nível. Filmes como "Os imperdoáveis" fizeram isto com maestria. O Cowboy de Clint Eastwood não vive mais seus dias de glória. Mal consegue montar um cavalo ou mesmo atirar!!! Em outra obra prima, Wyatt Earp, de Lawrence Kasdan (que inclusive roteirizou O Império Contra-Ataca e o Retorno de Jedi), o personagem central é mostrado como um rude, alcoólatra e até ladrão de cavalos.
Riam Johnson faz mais. Ele implode Star Wars. Ele pega uma dos principais mitos inventados para o cinema e diz que não é tão legal assim...Ele desmistifica os Jedi. Era preciso coragem para realizar um filme como "Últimos Jedi".
Voltando no tempo....
Conheci "Guerra nas estrelas" nos anos 80. Comecei a fazer parte daquele universo através de um álbum de figurinhas do primeiro filme. Mas foi em 1988 que assisti meu primeiro Star Wars: Retorno de Jedi, na sessão inaugural da Tela Quente. Foi uma grande experiência. Cresci querendo ser um Jedi. E afinal, quem não quis?
Minha luminária é um sabre de luz. Tenho action figures, revistas, máscaras, naves... Ser um Jedi é uma religião...quase uma obsessão de muitos. E é ai que o novo Star Wars entra. Ele equipara os Sith e Jedi, comparando-os com religiões, mostrando que a "força" (que no comparativo, seria a "fé") está em todos nós, independente do lado que seguir. Imagine se a vida inteira seguir uma religião para então, num dia, descobrir que a sua fé funciona sozinha, sem necessidade de seguir um dogma? Ou mesmo, descobrir que Jesus sentiu medo e fugiu da cruz? É exatamente esta ferida que o novo filme abre e mexe.
Lógico que não é a intenção do filme dizer que o lado negro é algo bom. Jamais. Mas ele discursa abertamente sobre o fato que os Jedi tinham suas falhas, até então ignoradas.
Resposta nas Bilheterias
Como esperado, Star Wars - o despertar da força, rendeu horrores. Mais de 2 Bilhões de dólares. Ainda que ótimo, ele segue uma certa fórmula, que agrada os fãs. Já "Últimos Jedi" corre o risco de faturar um pouco mais da metade, ficando em nono lugar nas maiores bilheterias de todos os tempos, o que não é, nem de longe, um resultado ruim. Mas os fãs tradicionais mostraram que aceitação deste "tapa na cara" foi menor. Para piorar, houve a conspiração (provada como tal inclusive) no Rotten Tomatoes e a declaração de Mark Hamil que aquele não era "seu Luke", colocando mais lenha na fogueira.
Vilão (icônico) vs Vilão (real)
Darth Vader é o símbolo máximo de Star Wars e talvez do cinema, e não Luke Skywalker ou Han Solo. Mas George Lucas "cagou" o personagem na segunda trilogia, mostrando um figura irritante, com motivações pífias, em atores sem talento. Ou seja, Darth Vader era mito quando era obscuro, sem muitas explicações.
Já o personagem Kylo Ren, que provavelmente nunca será um Darth Vader em termos de importância para os fãs, dá um banho de desenvolvimento se comparado com o titio. Ele é o retrato de um ser humano prestes a explodir por conflitos, além de cobranças dos outros e pessoais. A cena em que ele luta ao lado da Rey, e virtualmente "mudado de lado", é de arrepiar até as costelas. Kylo mostra suas intenções e sua força para governar a galáxia. É um personagem tão conflituoso, que sua redenção teria melhor destino se fosse pelas suas próprias mãos, cometendo um sepuku.
O Herói
Leio Hqs desde sempre. Mas colecionava especialmente as de heróis. E o motivo principal se chama identificação. Nós nos identificamos com a jornada do herói. Com os sacrifícios que ele faz. O herói acaba se tornando uma idealização. Não necessariamente do que você gostaria de ser, mas ainda sim, ele se torna um "conceito" na sua cabeça.
Quer uma prova disto? No filme "Homem de aço (2013)", há uma cena em que o Superman mata Zod. Naquele momento, o diretor do filme "quebrou" uma idealização que fazemos Superman. Muitos chegaram ao cúmulo do absurdo de dizer que o Superman não faria isto.
Hein? Como assim?? Superman existe???
Exatamente isto, ocorre neste novo Star Wars. Luke é a vitima da idealização. E ao se comportar como humano (que ele é), meio mundo se revoltou, afinal, são 40 anos de idealizações... Afinal, ele não poderia sentir medo, ser irônico, se arrepender, enfim...Rian Johnson agregou camadas aos personagens, até então não exploradas, o que tornou o resultado final genial.
Mi mi mi sem fim
Muitas coisas em Star Wars: Os Últimos Jedi geraram discussões. Mas uma cena especifica está causando controvérsias e diversos cinemas pelo mundo estão colocando avisos para destacar que a tomada não é um erro da projeção, mas sim uma escolha criativa do diretor Rian Johnson (foto abaixo, à direita).
A cena em questão é quando a Vice General Holdo se sacrifica pela resistência e parte um Star Destroyer com sua nave na velocidade da luz. O plano da destruição da imensa nave é lento e feito para ser admirado, mas muita gente não está entendendo isso devido ao vazio sonoro: os cinemas estavam recebendo reclamações de espectadores que afirmavam que isso era um erro na projeção. Diversas redes, então, decidiram colocar avisos para que os espectadores já entrem na sala sabendo que a tomada é intencional.
Mi mi mi sem fim - parte 2
As pessoas reclamam demais, e sem pensar. Na imagem acima (à esquerda), vejam uma comparação das atitudes de grandes ícones da saga. Fãs reclamaram muito, dizendo que Luke não faria isto ou aquilo. Quem disse isto, perdeu uma boa chance de se entregar ao entretenimento puro.
Star Wars é um filme para ser aplaudido, vivido, sofrido, chorado. Impossível não se arrepiar em várias cenas. Merecia 12 Oscares, faturar 4 Bilhões, e ser reconhecido. Mas no ano em que Blade Runner 2049 mal se pagou e apostas certas para fatura 1 Bi ficaram no meio do caminho como o novo Transformers, o Piratas do Caribe e Liga da justiça, vemos que o problema não é o público que está exigente. Estão com falta de grana mesmo...
E por fim, uma última comparação: George Lucas fez o filme de 1977 baseado no fato que havia uma nova esperança para trazer o equilíbrio. Luke foi esta pessoa. Já em 2017, Rian mostrou que a esperança está dentro de cada um de nós, e não somente em um indivíduo. Ele descentralizou o poder de forma brilhante, tornando a saga aberta para novos horizontes e novo heróis.
"Star Wars - Os últimos jedi" não veio para reafirmar o universo que conhecemos e aprendemos a amar.
Veio para questioná-lo.
Agora lidem com isto.
"Star Wars - Os últimos jedi" não veio para reafirmar o universo que conhecemos e aprendemos a amar.
Veio para questioná-lo.
Agora lidem com isto.
Após ler o roteiro, Mark Hamill disse a Rian Johnson que ele não concordava com os rumos que seu personagem, Luke Skywalker, tomava no filme. Apesar disso, o astro afirmou que daria o seu melhor durante as filmagens.
A pré-estreia do filme, realizada em 09 de dezembro de 2017, em Los Angeles, contou com uma homenagem a Carrie Fisher, que faleceu em 27 de dezembro de 2016.
Ewan McGregor demonstrou interesse em reprisar seu papel de Obi-Wan Kenobi neste filme.
John Williams estava confirmado como o compositor do filme desde 2016.
Kelly Marie Tran escondeu até de sua família que estava escalada para este filme. Ela chegou a mentir, dizendo que estava fazendo um filme canadense! Essa sim sabe guardar segredo!
Durantes as primeiras produções, o nome do filme era Space Bear.
Este foi o último filme da saga com a eterna Carrie Fisher interpretando a princesa Leia. A atriz faleceu em dezembro de 2016.
O filme foi Lançado 40 anos depois de Star Wars: A Nova Esperança (1977).
A princípio, o lançamento do filme seria em 26 de maio de 2017, mas diante do sucesso de Star Wars: O Despertar da Força (2015), a estreia foi transferida para dezembro de 2017.
Rian Johnson preferiu mover a cicatriz facial de Kylo Ren (Adam Driver). Em Star Wars: O Despertar da Força (2015), o personagem é atingido por um sabre de luz no nariz. Neste filme, no entanto, a cicatriz desse machucado foi parar em cima do olho direito do rapaz. O motivo? Bem, o diretor não achava certo ter uma cicatriz no nariz.
Aliás, Rian Johnson foi considerado para dirigir Star Wars: O Despertar da Força (2015).
Daisy Ridley levou seu pai para o set de filmagens na Irlanda, onde a cena final de Star Wars: O Despertar da Força (2015) estava prestes a ser recriado. Quando o pai da atriz conheceu Mark Hamill, ele pergunou: "Qual é o seu papel no filme?".
É o filme mais longo da saga: 152 minutos.
Tom Hardy aparece no filme como um stormtrooper (mas a cena foi cortada da montagem final).