O EMISSÁRIO DE MACKINTOSH (1973) - FILM REVIEW
O filme
Metade dos 98 minutos do filme, você, telespectador, deverá fazer uma cara de brisa, sem entender absolutamente nada do que está acontecendo. Mérito do roteiro esperto, que faz questão de nos deixar no escuro (já que a trama envolve espionagem e agente duplo). No filme, Joseph Rearden (Paul Newman) é um ladrão de jóias que é coagido a participar de um plano elaborado pelo Serviço Secreto Britânico para desmascarar um agente duplo infiltrado no Parlamento. Para isso Rearden é enviado a uma penitenciária na intenção de auxiliar um importante preso político a fugir. A ideia é que, em liberdade, o preso possa revelar suas verdadeiras ligações com o agente duplo. Entretanto a trama se torna cada vez mais intrincada a partir da entrada em cena da misteriosa Sra. Smith (Dominique Sanda).
Resumidamente, Paul Newman , um ator americano, interpreta um agente britânico que se faz passar por um ladrão australiano para se aproximar de um espião russo e, finalmente, eles acabam na Irlanda, onde ele recebeu um falso passaporte canadense da atriz francesa Dominique Sanda.
O roteiro é de ninguém menos que Walter Hill , o famoso diretor que fez obras como Warriors, 48 horas, A encruzilhada e Ruas de fogo e e se baseou numa novela de Desmond Bagley, chamada The Freedom Trap. Desmond Bagley foi um jornalista e romancista britânico conhecido principalmente por uma série de thrillers best-sellers. O livro por sua vez foi baseado na fuga de George Blake da prisão cinco anos antes de sua publicação, que se deu em 1971.
George Blake é um ex- espião britânico que trabalhou como agente duplo para a União Soviética . Ele se tornou comunista e decidiu trabalhar para a KGB enquanto era prisioneiro durante a Guerra da Coréia . Descoberto em 1961 e condenado a 42 anos de prisão, ele escapou da prisão de Wormwood Scrubs em 1966 e fugiu para a União Soviética.
Walter Hill ficou com o crédito pelo roteiro, mas depois afirmou que ele havia escrito apenas a primeira metade do filme. Outras pessoas conhecidas por terem trabalhado no roteiro em vários pontos incluem o dramaturgo William Fairchild, o romancista Gerald Hanley, o historiador Alan Moorehead e a colaboradora e assistente de longa data de Huston, Gladys Hill , bem como o próprio Huston. De acordo com a autobiografia de Huston, o roteiro ainda estava sendo escrito nos últimos dias de filmagem.
Isto aconteceu por conta de uma insatisfação de Hill com a Warner porque ela havia vendido outro roteiro, Os perigosos (1972) para a United Artists, em vez de fazer o filme e sem compensá-lo adequadamente.
Ao mestre, com carinho
A direção da obra, como dita acima, ficou a cargo do mestre John Huston, diretor de cinema, roteirista e ator americano, além de ganhador do Oscar. Ele dirigiu 37 longas-metragens durante uma carreira de quase cinco décadas e também escreveu os roteiros para a maioria de seus filmes. Ele recebeu 15 indicações ao Oscar, vencendo duas delas. Alguns de seus filmes mais populares estão entre os mais importantes do cinema.
Ele nasceu em 5 de agosto de 1906, em Nevada, Missouri, EUA, filho único de Rhea e Walter Huston. Sua mãe era repórter de jornal, enquanto seu pai era um ator famoso. John começou a se apresentar no palco com seu pai aos três anos de idade. Seus pais se divorciaram quando John tinha sete anos. Após sua separação, ele dividiu seu tempo entre viajar pelo circuito de vaudeville com seu pai e viajar pelo país com sua mãe em excursões.
Quando adolescente ele se tornou boxeador e acabou vencendo o Campeonato de Boxe Amador da Califórnia, perdendo apenas 3 combates em 25. Porém, uma ferida grave forçou-o a abandonar o boxe e ele se matriculou na Smith School of Art de Los Angeles para seguir carreira como pintor.
Como escrever era uma de suas paixões e ele trabalhou como jornalista para o "New York Daily Graphic" por um tempo antes de se aventurar em Hollywood em busca de uma posição como roteirista. Ele foi empregado pela Universal Studios, onde seu pai era então uma estrela. John escreveu diálogos de vários filmes. Durante esse tempo, ele acidentalmente matou uma pedestre quando dirigia. Mesmo que ele não estivesse legalmente envolvido, o incidente o abalou profundamente e ele viajou sem rumo pela vida pelos próximos cinco anos.
Depois de sua "pane" pessoal, ele resolveu reconstruir sua carreira como como roteirista na Warner Brothers Studio. Tornou-se diretor em 1941 com o thriller policial de Dashiell Hammett, "O falcão maltês". Um grande sucesso, o filme marcou o início da bem sucedida carreira de direção de Huston.
John Huston foi casado cinco vezes, com quatro de seus casamentos terminando em divórcio. Seu quarto casamento foi com Enrica Soma. Este casamento também teve problemas, mas o casal nunca se divorciou. Soma morreu em um acidente de carro em 1969. Ele teve vários filhos de seus casamentos, incluindo a filha Anjelica Huston, que cresceu para ser atriz e diretora. Danny Huston também se tornou ator, diretor e roteirista. O sobrinho deles, Jack Huston, também se tornou um ator famoso (recentemente fez Ben Hur).
John Huston era viciado em fumar e sofria de enfisema. Ele morreu em 28 de agosto de 1987, aos 81 anos de idade.
O próprio Hill trabalhou no roteiro de forma rápida e meio inconsequente, sem muito interesse no que estava escrevendo, e ficou chocado com o fato de ter um ator com Newman e um diretor com Huston no barco. Hill disse a Huston na época que o roteiro era ruim e como dito acima, várias pessoas tentaram corrigir as inconsistências. Walter também não gostou do resultado final.
Huston ficou entusiasmado em trabalhar novamente com Paul Newman, a quem ele proferiu elogios generosos. Ele chamou Newman de "um dos atores mais talentosos que já conheceu. A admiração era mútua. Newman, por sua vez, chamou Huston de "um homem genial". Mas isto não mudou ou influenciou a opinião de Huston sobre o filme. Para terem uma ideia, já no meio das filmagens, eles não sabiam como terminariam a história. Hill disse que nunca viu o produto final, mas foi informado de que era "uma verdadeira bomba".
Mesmo com estes problemas gigantescos na produção, a trama intricada de espionagem é fascinante. Figuras com Huston, Mason, Newman e Sanda fazem valer o ingresso. É um filme para ver e rever.
Filme problemático
Alguns dos gênios do cinema, como Woody Allen ou Jean Luc Godard não gostam ou mesmo nem assistem aos seus filmes. John Huston é um destes casos. Ele odiou o filme, dirigia com total má vontade (inclusive Paul Newman se indispôs com o o descaso). Posteriormente, John escreveu um livro onde ele se desculpa por ter realizado o filme.O próprio Hill trabalhou no roteiro de forma rápida e meio inconsequente, sem muito interesse no que estava escrevendo, e ficou chocado com o fato de ter um ator com Newman e um diretor com Huston no barco. Hill disse a Huston na época que o roteiro era ruim e como dito acima, várias pessoas tentaram corrigir as inconsistências. Walter também não gostou do resultado final.
Huston ficou entusiasmado em trabalhar novamente com Paul Newman, a quem ele proferiu elogios generosos. Ele chamou Newman de "um dos atores mais talentosos que já conheceu. A admiração era mútua. Newman, por sua vez, chamou Huston de "um homem genial". Mas isto não mudou ou influenciou a opinião de Huston sobre o filme. Para terem uma ideia, já no meio das filmagens, eles não sabiam como terminariam a história. Hill disse que nunca viu o produto final, mas foi informado de que era "uma verdadeira bomba".
Mesmo com estes problemas gigantescos na produção, a trama intricada de espionagem é fascinante. Figuras com Huston, Mason, Newman e Sanda fazem valer o ingresso. É um filme para ver e rever.
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