VERA VIANNA - RESPONDE ÀS 7 PERGUNTAS CAPITAIS
Através das 7 perguntas capitais eu conheci o mundo, literalmente. Consegui conversar com pessoas que eu jamais imaginaria que seria possível. Foi um projeto incrível. São apenas 7 perguntas, mas que fornecem um pequeno mosaico da carreira e paixão do entreviado (a) pelo cinema.
E hoje, com vocês a atriz e jornalista Vera Vianna.
Boa sessão:
1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS que faziam parte do nosso cotidiano. Você é uma apaixonada por cinema? Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte.
V.V.: Sim, sou apaixonada poe cinema. É a vertente da ate que mais em emociona, e escolhi. Desde garota tenho uma relação intensa. Vejo pelo menos 2 filmes por dia. E repito os meus favoritos.
2) Muitos adoram fazer listas de filmes preferidos. Outros julgam que é uma lista fluida. Para não te fazer enumerar vários filmes, nos diga qual o filme mais importante da sua vida. E há uma razão para a produção que citar ser destacada?
V.V.: Sim, seria uma imensa lista. Mas minha escolha seria o “Asfalto selvagem” e “Engraçadinha”, justamente porque foi o que modificou minha vida e me lançou na carreira de atriz,
3) Quem trabalha com cinema no nosso país, certamente o faz por amor. Mas precisamos ter também talento e sorte para estar no lugar certo, e você tinha os 3.
Nélson Rodrigues te escolheu, com apenas 17 anos, para estrelar “Engraçadinha” no cinema (um papel disputadíssimo, imagino eu). Como foi atuar nesta obra tão importante para nosso cinema, de um autor único, numa época que a censura "corria solta"? E o que o papel representou na sua carreira?
V.V.: Desafiador. Aos 17 anos ser escolhida pelo então dramaturgo maldito, numa época de censura e muito preconceito, foi um ato de coragem e muita paixão. O papel transformou minha vida .
4) Algumas profissões rendem histórias interessantes, curiosas e às vezes engraçadas. E certamente, quem trabalha com cinema, tem suas pérolas. Se lembra de alguma história legal que tenha acontecido durante a execução de algum trabalho seu e que possa compartilhar conosco? Alguma história de bastidores, por exemplo…
V.V.: Tenho muitas histórias curiosas dos bastidores. Conto no Livro que escrevi e está à espera de edição. Mas vou deixar uma aqui para você: numa famosa cena, a da calcinha, como havia nudez, eu pedia para que só ficasse no set o diretor, a câmera e o iluminador. A esquipe então, em protesto, furou o fundo da calcinha de cena, com cigarro. Chegamos e encontramos a calcinha furada... (risos).
5) Se pudesse, por um dia, ser uma atriz do cinema clássico (de qualquer país) e através deste dia, ver pelos olhos dela, uma obra prima sendo realizada, qual seria atriz e o filme? E claro…porquê?
V.V.: Fernanda Montenegro em Central do Brasil. Uma atriz que se entrega em cada papel. E esse filme tem um romantismo que adoro.
6) Agora voltando à sua área de atuação. Qual trabalho realizado você ficou profundamente orgulhosa? E em contrapartida, o que você mais se arrependeu de fazer, ou caso não tenha se arrependido, teria apenas feito diferente?
V.V.: Adorei fazer todos os meus trabalhos. Nenhuma restrição a nenhum deles. Sempre tentei fazer o melhor, me dedicando. Posso citar meu último filme “ABC do amor”, que foi o primeiro longa dirigido por Eduardo Coutinho. O filme carrega uma história paralela e me envaidece.
7) Para finalizar, deixe uma frase famosa do cinema que te represente.
V.V.: No filme “E o vento levou ...”, na cena da Scarlett arrancando o rabanete do chão, ela diz: “Por Deus eu juro! Por Deus eu juro eles não vão acabar comigo! Eu vou passar por tudo isto e quando terminar, jamais sentirei fome de novo. Nem eu nem minha família. Mesmo tendo que matar, mentir, roubar ou trair eu juro por Deus jamais sentirei fome novamente!”
E outra ainda do filme Casablanca: “Nós sempre teremos Paris”. As duas passagens são minha cara.
M.V.: Obrigado pela entrevista. Sucesso para você.
V.V.: Obrigada pelo convite Tive muito prazer em fazê-la. No momento atual voltando às origens (como jornalista), escrevo muito. Sou blogueira, tive site, e gosto de colaborar com pessoas que se dedicam as artes.
M.V.: Obrigado novamente. Por incrível que pareça, não é tão comum este reconhecimento de que todos fazemos parte da mesma engrenagem.