google-site-verification=21d6hN1qv4Gg7Q1Cw4ScYzSz7jRaXi6w1uq24bgnPQc

INTERLÚDIO (1946) - FILM REVIEW

interludio-1946-film-review

Guerras e pandemias trazem tensões para a população em geral. E foi esta tensão que Hitchcock pensou em explorar quando nasceu a ideia de Interlúdio. A guerra permitia ele criar um pano de fundo perfeito para criar sua história envolvendo um alemão condenado a espionagem e sua filha, de atitudes duvidosas (Ingrid Bergman) que não reagiu bem à situação.  

Ela acaba se aproximando de um agente do governo (Cary Grant), que vê uma oportunidade. Encaixá-la num caso que ela seria uma espiã americana no Rio de Janeiro, onde nazistas amigos do pai dela estão operando. Ela acaba se casando com um espião nazista, mas se apaixona pelo seu contato no governo americano.


Como sempre, os filmes de Alfred não são o que parecem, mas este tomou uma proporção bem maior, antes mesmo de ser lançado. O "MacGuffin" da vez envolvia urânio e bomba atômica. Hitch foi questionado pelo produtor sobre ele, já que seria uma ideia muito complexa para um filme relativamente simples. Foi sugerido que ele trocasse por "diamantes", mas Hitch bateu o pé porque para ele, a história faria sentido se fosse concebida durante a guerra. Detalhe: a bomba atômica de Hiroshima foi um ano depois!!!. 

Continuando...

Hitch e o roteirista foram fazer "pesquisa de campo" no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, onde encontraram o Dr. Millikan, na época um dos principais cientistas da América e vencedor do Prêmio Nobel, para saber mais sobre a Bomba atômica. O Dr. não deu tantos detalhes quando Hitch queria, mas confirmou que o ingrediente principal, o urânio, cabia em uma garrafa de vinho.


O episódio rendeu uma história curiosa: O FBI, sempre vigiando possíveis espiões, recebeu a informação da pesquisa de Hitch e começou a vigiá-lo por um tempo. Sorte do diretor que o macarthismo e a caça às bruxas comunistas começou no pós guerra (5 anos depois). Eles certamente inventariam um jeito de enquadrá-lo de alguma forma. 

Ben Hecht foi o tal roteirista contratado e passou três semanas polindo o roteiro com Hitchcock. Selznick, como sempre, não tinha certeza sobre o filme, não gostava da personagem feminina central, não estava convencido sobre o urânio, achava o protagonista masculino desinteressante e, provavelmente, mais do que tudo, estava preocupado com os rumos financeiros de outro filme, "Duelo ao Sol".. 


O famoso dramaturgo Clifford Odets foi contratado para melhorar o roteiro, mas Selznick ainda não achava que valia a pena investir sua energia no projeto, e Hecht descartou a nova versão instantaneamente. Ele então concordou em vender o filme para a RKO, ganhando um bom dinheiro e ainda ficando com 50% dos lucros (spoiler: o filme foi um sucesso!!!). Hitchcock foi emprestado a RKO (e adorou ficar longe da interferência de  Selznick).

Hitch e o  beijo

O lendário beijo intermitente entre Cary Grant e Ingrid Bergman foi projetado para contornar o Código Hays, que restringia beijos a não mais que três segundos cada. Este código, ou seja censura, previa um sem número de restrições e foi oficialmente vigente de 1922 a 1945, ou seja, o filme Interlúdio estava sendo filmado no último ano do código. 


Mesmo assim, o beijo ficou conhecido como sendo "mais longo da história do cinema", porém, com a famosa esperteza do diretor para contornar situações. Assim, Bergman e Grant alternavam beijos com diálogos e brincadeiras, sem nunca se separarem. A sequência começa em uma varanda com vista para o Rio, engloba um telefonema e uma discussão sobre o cardápio do jantar e termina com uma despedida na porta do apartamento, com duração de três minutos. A regra dos três segundos acabou tendo por consequência uma cena memorável com um tempo muito maior. 

Alfred disse que se inspirou para fazer a cena em parte pela memória de um jovem casal que viu de um trem na França. O menino urinava contra a parede e a menina segurava seu braço, sem nunca soltar. “Ela olhava para baixo para ver o que ele estava fazendo, e então olhava para a paisagem, e para baixo novamente para ver o quão longe ele estava”, Hitchcock explicou. "E foi isso que me deu a ideia. Ela não conseguia desistir. O romance não deve ser interrompido, nem mesmo urinando."

Por estas e outras, que Alfred Hitchcock era o Homem que sabia demais...




Classicline lançou este filme imperdível em BLURAY, que pode ser adquirido no site da empresa ou nas lojas parceiras. Abaixo, veja detalhes da edição. E para comprar, só clicar no link acima. 
 
➤Informações do filme e da edição:

Elenco: Cary Grant, Ingrid Bergman, Claude Rains, Louis Calhern, Leopoldine Konstantin, Reinhold Schünzel, Moroni Olsen, Ivan Triesault, Alexis Minotis, Wally Brown, Charles Mendl, Ricardo Costa, E.A. Krumschmidt, Fay Baker
Direção: Alfred Hitchcock
Produtor: Alfred Hitchcock
Roteiro: Ben Hecht
Fotografia: Ted Tetzlaff
Direção de Arte: Carroll Clark, Albert S. D'Agostino
Ano de produção: 1946
Pais de produção: Estados Unidos
Formato de tela: 16x9 Pillarbox
Cor: Preto e Branco
Duração Aprox.: 101 min.
Idioma: Inglês (2.0 DTS-HD) - Português (2.0 LPCM)
Legenda: Português e Inglês
Extras: Trailer de cinema | Galeria de fotos | Making of Restauração | “Hitchcock, o mestre dos espiões” | “Um prêmio para Hitchcock” Documentário “Era uma vez...“Interlúdio”.





Tecnologia do Blogger.