10 CURIOSIDADES SOBRE O FILME "CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON (2008)"
Revendo O curioso caso de Benjamin Button, me recordei das várias vezes que escrevi algo sobre o filme, seja em texto, ou estabelecendo alguma referência. Mas constatei que não havia feito um post sobre curiosidades do filme.
Confira abaixo diversas situações interessantes que cercam o filme, que mesmo usando diversos personagens reais, não é uma história real.
Boa sessão:
10) O visual que David Fincher, o supervisor de efeitos visuais Eric Barba e o artista de efeitos especiais de maquiagem Greg Cannom criaram para Benjamin quando criança se assemelha aos estágios finais da Progéria, uma condição tecnicamente chamada de Síndrome de Hutchinson-Gilford, uma doença genética extremamente rara que acelera o processo de envelhecimento em cerca de sete vezes em relação à taxa normal. Uma criança com 10 anos se parece com uma pessoa de 70 anos. A palavra Progéria é derivada do grego e significa "prematuramente velho".
Podemos vê-la num filme que passava no SBT nos tempos áureos do cinema em casa chamado de "Os Três Desejos de Billy Grier", com Ralph Macchio. Robin Williams também fez um filme sobre o assunto, chamado Jack (1996), dirigido por Francis Ford Coppola.
9) A cidade de Varanasi, cena da Índia onde Brad Pitt caminha pela estrada do mercado de vegetais está situada perto do conhecido Ghat Dashaswamedh. O local famoso, foi mostrado em muitos filmes como O Invencível de Satyajit Ray (1956).
Para quem não sabe, Ghat é um termo usado no subcontinente indiano, dependendo do contexto, pode se referir a uma série de colinas escalonadas com vales ou a série de degraus que levam a um cais, como um local de banho ou cremação ao longo das margens de um rio ou lagoa.
8) A história de Nguda Oti (Rampai Mohadi) é realmente verdade (e polêmica). Realmente havia um homem pigmeu alojado com um orangotango num Zoológico. Ota Benga foi capturado no Congo em 1904 e mantido em exibição no Bronx. Seus dentes eram cinzelados e ele costumava atirar flechas nos curiosos.
Em 1906, eles o libertaram, percebendo que tinham sido "desumanos", e ele foi colocado em um orfanato até 1910, quando foi realocado para a Virgínia. Ele recebeu educação formal antes de começar a trabalhar em uma fábrica de tabaco e começou a planejar seu retorno ao Congo. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial seus planos pareciam impossíveis e ele ficou deprimido e se matou em 1916.
7) As semelhanças entre Forrest Gump e Benjamin Button são gigantescas. Se você assistir aos dois filmes simultaneamente, você assusta com as similaridades pontuais das tramas. A culpa disto não poderia ser mais bem explicada: Eric Roth, que venceu seu único Oscar por Forrest Gump é o mesmo roteirista de Benjamin Button.
As semelhanças são tantas, que parecem plágios. A estrutura dos filmes é muito parecida: as tramas seguem um "contador de histórias", com desordens do desenvolvimento, e veem a vida passar, sem grandes ambições financeiras, mas que ainda assim ficam ricos. Nesta caminhada, passam por grandes eventos da história ou personalidades importantes. Ambos viajam bastante, para países bem diferentes.
Ambos vão para a guerra e desenvolvem uma relação parecida com um personagem: o Tenente Dan em Forrest Gump e Capitão Mike em Benjamin Button. O capitão Mike morre na Guerra enquanto o Tenente Dan sobrevive, e se torna capitão de uma embarcação.
Da mesma forma, o anão pigmeu e o soldado Bubba, cumprem funções semelhantes dentro da história, como confidentes do personagem central.
A paixão de infância de ambos seguem caminhos quase promíscuos (no caso de Daisy, uma mulher empoderada!!! e no caso de Jenny, uma mulher livre). E ambas tem trágicas complicações no caminho: Jenny contrai AIDS e morre, enquanto Daisy sofre um acidente que a impossibilita de continuar sua paixão (dançar).
Mas dessas relações, surgem um filho (Forrest) e uma filha (Benjamin Button), saudáveis e como uma "reviravolta" final.
Aliás, quando Daisy é atropelada pelo táxi e Benjamin a está visitando-a no hospital, a mesma cena de hospital foi usada no filme Forrest Gump. Nos dois filmes há uma frase de efeito relacionada à surpresa. Em Forrest: "A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que está por vir". Já em Benjamin Button, "Você nunca sabe o que está vindo para você.".
Ambos os personagens nasceram e foram criados em pequenas cidades no sul dos Estados Unidos, Forrest em Greenbow, Alabama e Benjamin em New Orleans, Lousiana (ambos pronunciam “Mama” no mesmo sotaque arrastado). Nos dois filmes, um elemento pontua a trama, com significados: em Forrest, a pena. Em Benjamin, o Beija Flor.
São pontos principais da trama, demonstrando o interesse do roteirista em revisitar a trajetória de uma pessoa extraordinária, mas que na visão da sociedade, era deficiente.
E quem veio primeiro? O ovo ou a galinha?
Forrest Gump é um romance escrito por Winston Groom e publicado em 1986 pela editora Doubleday. Já The Curious Case of Benjamin Button é conto de 1921 escrito por F. Scott Fitzgerald. Segundo o autor, a ideia de escrever o conto partiu de uma citação de ninguém menos que Mark Twain. E é assim: "É uma pena que a melhor parte da vida venha no início e a pior no final."
6) O exterior da casa do pai de Benjamin, que ele vende no filme, é a mesma casa na Esplanade Ave, New Orleans, Louisiana, o qual é o exterior da casa dos Gallier no filme A Marca da Pantera (1982).
5) Quem vê os nomes na produção de Kathleen Kennedy e Frank Marshall, dupla associadas à Steven Spielberg, não imagina que o mesmo iria dirigir o filme nos anos 90 e com Tom Cruise no papel de Benjamin. Não aconteceu, mas eles fariam, poucos anos depois, Minority Report - a nova lei e Guerra dos mundos. A "bola" passou para outro, que tinha relação com Spielberg. Em 1998, Ron Howard foi escalado para dirigir, com John Travolta no papel de Button. Mas as limitações com a tecnologia dificultou colocar em prática, já que naqueles anos, os softwares não conseguiam fazer um CGI tão perfeito quanto uma década depois. Só olharmos "O Escorpião Rei" de 2002.
Se pensarmos que antes da Amblin comprar os direitos da adaptação, eles foram comprados no final dos anos 70 e ainda com Jack Nicholson no papel de Benjamin, o resultado poderia ser bem pior. Ou dá para imaginar um Benjamin Button com John Travolta?
Aliás, a primeira escolha para a direção na produção, antes de Spielberg foi Frank Oz, com Martin Short sendo cogitado para o papel-título, mas Oz não conseguiu descobrir como fazer a história fluir em formato de um filme.
4) No mesmo dia em que soube de sua indicação ao Globo de Ouro para este filme, o roteirista Eric Roth também soube que seu fundo de aposentadoria havia sido aniquilado pelo esquema Ponzi de Bernie Madoff. O caso foi abordado na série Damages, em sua terceira temporada. Bernard Madoff, operador renomado de Wall Street e fundador da Bernard L. Madoff Investment Securities LLC, foi condenado a 150 de prisão no dia 29 de julho de 2009 acusado de estar por trás de um esquema multibilionário e fraudulento de pirâmide financeira conhecido como Ponzi.
3) O filme se passa em 11 de novembro de 1918 e em 1925, 1936, 1941, 1945, 1954, 1962, 1964, 1968, 1970, 1981, 1991, 1997, 2002, 2003 e 2005.
2) Benjamin Button é cercado por personagens reais. Um dos mais marcantes (e ilustre desconhecido) do grande público é aquele senhor que aparece vez por outra para dizer que foi atingido por um raio sete vezes. Na realidade, o azarado foi Roy Cleveland Sullivan (1912-1983) que entrou para o Guinness.
E até mesmo alguns detalhes como quando o Sr. Daws ( Ted Manson ) se lembra quando ele estava sentado em sua caminhonete, cuidando de sua vida. Isto aconteceu com Sullivan em 1969.
1) O tema principal do filme é sobre um neném, que nasce com características físicas de um idoso e com o passar do tempo, vai ficando mais jovem. Ou seja, como se a linha do tempo do personagem girasse ao contrário. E o diretor pontua diversas vezes na trama esta ideia. Por exemplo, o beija-flor está presente em algumas cenas. Ele é o único pássaro do mundo que pode voar para trás.
Os furacões giram no sentido anti-horário no hemisfério norte e no sentido horário no hemisfério sul. A própria história, que mostra o personagem de Elias Koteas (Monsieur Gateau), envolve um relógio cujo ponteiro gira ao contrário.
Extra) Esta é uma curiosidade bem particular. Todos nós temos nossas preferências musicais. E a música preferida do meu pai (hoje com 80 anos) se chama Skokiaan. Mal pude acreditar que ela toca, orquestrada por Dámaso Pérez Prado & e sua Orquestra neste filme, pois é uma música bem incomum em filmes. Aliás, eu nunca havia visto ela ser tocada em alguma produção.
E como diria Benjamin: nunca havia visto e nunca mais vi.