11 ÁLBUNS DE FIGURINHAS QUE MARCARAM A INFÂNCIA NOS ANOS 80

A ideia do álbum de figurinhas é parecida com a de um quebra cabeças: há uma base, as peças precisam se juntar para dar sentido ao todo. A diferença é que no quebra cabeças, todas as "figuras" estão acomodadas na embalagem do brinquedo, bastando montá-las. Já no álbum, você precisa comprar pacotinhos, que vinham com 4 cromos aleatórios, e o gasto para completar a "imagem" era muito maior, já que centenas de figurinhas repetidas faziam parte do nosso dia a dia nas compras. 

O hábito de colecionar é mais antigo do que se imagina. No Brasil, no início dos anos 1900. Mas somente em 1961, a consolidação das figurinhas no mercado de entretenimento infanto-juvenil veio com a fundação da italiana Panini.

Nos anos 80, os álbuns tiveram um boom, não só em consumo, mas diversificação. Hoje vamos lembrar 11 que marcaram a época.

Nostalgia pura.

Quem ralou comprando cromos de copa do mundo nos anos 90, não imagina o "sacrifício" que as crianças precisavam fazer nos anos 80 para completar seus álbuns. As figurinhas vinham dentro da embalagem dos chicletes da Ping Pong, o terror dos pais e alegria dos dentistas. E haja chiclete.

Eu não me recordo de ter este álbum, até porque eu tinha 6 anos, mas as figurinhas eu tive várias. Lembrar delas hoje é uma nostalgia total.

Lançado no final dos anos 70 e sucesso nos anos 80, Amar é...cativava meninos e meninas.  Nas figurinhas, um casal nudista (!!??) apaixonado dava lições de amor com frases belas. Um prato cheio para entregar para a pessoa amada. O álbum foi relançado três vezes: 1982, 1991 e 2005. E obviamente, o hype veio com o primeiro relançamento, 1982. 

Foi um sucesso tão gigante que fizeram sorteios na época para quem tivesse a melhor frase de amor, foram sorteados carros Fiat 0 km, aparelhos de som e outros brinquedos da época.

Álbum da copa, logicamente, é lançado no período do torneio. E tanto a copa de 82 quanto essa, me marcaram por ser um período de descoberta deste mundo de figurinhas e possibilidades.  

Com relação às figurinhas de 86, vou fazer um relato. Quando eu estudava no colégio Academia (na época deste álbum eu tinha 10 anos), uma das febres entre os garotos era "bater bafinho". Eu um dia qualquer, eu levei minha coleção toda da seleção brasileira e por algum motivo bobo, a professora tomou minha coleção no meio da aula. 

Não vou negar alguma culpa. Eu devo ter, no mínimo, atrapalhado a aula mostrando as figurinhas para meus colegas. Mas a professora não devolveu no final da aula ou em qualquer outro dia. Por esquecimento, maldade ou sei lá. Mas o fato me marcou para sempre. Até hoje acho o fato revoltante.  Se fosse algo sério (que não era), poderia ter entregado para os meus pais. Pior que nem lembro o nome da figura. Colocaria aqui com prazer.

"Destruam seus inimigos e todos os seus sonhos serão realizados!" A reunião promovida por Beyonder, lá nos ans 80, marcou o maior crossover dos quadrinhos até então. Colocando heróis e vilões juntos para se destruírem. E o último que sobrar que apague a luz. Nas revistas, vinham figurinhas, formando um dos primeiros álbuns que fiz na vida. 

Ela foi lançada no Brasil em 1986 pela Abril Jovem. Fazia parte de uma campanha publicitária mundial da Marvel, com o licenciamento de brinquedos da série. Como os direitos de licenciamento da linha de brinquedos no Brasil já havia sido concedida à Gulliver, empresa famosa no país por ter sido fabricante de brinquedos Marvel e DC nos anos 70 e 80, a série em quadrinhos precisava ser lançada no Brasil. E acredite, tenho a coleção de heróis até hoje (o merchan delas ficava no verso nas revistinhas).

Outro álbum famoso da época,  com 192 cromos, se chamou "Bem me quer" e assim como Amar é, investiu no romantismo para cativar. Lançado pela Rio Gráfica Editora, 1982. Com ilustrações de Sarah Kay, foi relançado pela editora Globo em 1991.Por seu estilo muito particular de desenho, marcou época.

Na cola do sucesso da novela Roque Santeiro na televisão em 1985, veio um álbum de figurinhas que também virava um pôster. 120 cromos autocolantes completavam o álbum, publicado pela Rio Gráfica Editora, também conhecida como RGE. Não precisa dizer que foi um sucesso também não é? Outra novela que teve um álbum bem divertido foi Que Rei Sou Eu?, com caricaturas e fotos, como Roque santeiro.

Os primeiros desenhos de Moranguinho e sua gata foram feitos em 1977 por Muriel Fahrio. Em 1979, uma fabricante de brinquedos, Kenner Products, licenciou a personagem e lançou a primeira boneca Moranguinho. Na época, Moranguinho se assemelhava a uma típica boneca de pano, com sardas, um par de cachos de fios vermelhos e um chapéu com estampas de morango.

Durante a década de 1980, Moranguinho se tornou uma moda enorme para as meninas.  Na época, havia muitos produtos relacionados, como álbuns de figurinhas, roupas, um videogame da Parker Bros. intitulado Strawberry Shortcake 

Já estou numa fase em que as memórias se misturam, mas tenho a sensação que juntei cromos, tanto do filme Retorno de Jedi quanto E.T. duas vezes. Calculo que foi por conta dos relançamentos dos filmes no cinema (a edição especial da saga de Lucas, com efeitos corrigidos) e o aniversário de vinte anos do lançamento de E.T. (os álbuns foram relançados). Não sei dizer ao certo se todas as figurinhas eram as mesmas, mas sem dúvidas, as capas eram diferentes. 

De toda forma, com 248 cromos e lançado pela Editora Safira em 1983, o ábum foi meu primeiro e inesquecível contato com o visual dos filmes de George Lucas. Para época, um momento mágico. Eu só assistiria meu primeiro filme, justamente O Retorno de Jedi, numa Tela Quente em 1988. Na época, nem me importei de estar vendo o último filme, até porque, não sabia nem que haviam outros...

O álbum de figurinhas ET O Extraterrestre veio na cola do sucesso do filme, que por uma década, se manteve no topo da bilheteria mundial, sendo ultrapassado por Parque dos dinossauros. Ele foi reeditado vinte anos depois, saindo na mesma época no cinema. Curiosamente, fiz os dois álbuns e assisti ao filme no cinema, tanto em 82 quanto 2002.

No apagar das luzes da década de 80, mais uma coleção do chocolate mais amado veio ao mundo. O álbum podia ser adquirido para colar as coleções. Todos os álbuns possuíam trinta cromos, com exceção do primeiro que possuía 20. Para possuí-lo bastava enviar uma carta à Nestlé com certo número de embalagens vazias, que variava de 3 a 4 embalagens. Assim, a empresa manteve o produto por mais de 15 anos no mercado brasileiro, uma vez que se tornou uma referência comercial nas décadas de 1980 e 1990. 

Um das minhas paixões é criar cachorros. Eu me afeiçoava aos meus como irmãos (sou filho único). E um álbum de figurinhas sobre eles me ensinou muito na época. Eu guardei cada raça do álbum (até hoje eu sei de cor). 

Você completava o álbum com 160 cromos, mas para minha infelicidade, o álbum saiu de cena em 1988 e eu fiquei frustrado (mais uma vez, pois eu nunca conseguia completar os álbuns). 4 anos depois, ele foi relançado e não pensei duas vezes: segui as instruções do álbum e pedi os cromos faltantes. Por tanto, Cães foi oficialmente, meu primeiro álbum completo. E tenho ele até hoje.