CHOCOLATE SURPRESA: A HISTÒRIA

Segundo um consenso geral, o filme Nosferatu, de Murnau, é o melhor filme de vampiros do cinema. Esta opinião não leva em conta apenas a produção, mas a importância, afinal é a primeira adaptação (não oficial), do Drácula de Bram Stoker. Dito isso, não posso me punir por considerar o "Surpresa" o melhor chocolate de todos os tempos.

O sabor é tão memorável, que somente em 2017, descobri um chocolate com sabor semelhante: o La Creme, da Cacau Show. A minha hipótese é que eles tentaram de fato recriar o sabor do surpresa, colocando inclusive o papel metalizado, que influencia no sabor. Para ter uma ideia, o ovo de Páscoa Surpresa, que foi um relançamento da marca em uma Páscoa há poucos anos, não preservou o sabor. Nem mesmo o Surpresa conseguiu copiar o Surpresa.

O tablete produzido pela Nestlé foi lançado na França primeiro e só depois veio para o Brasil, chegando em 1983. Outro grande destaque da linha era trazer uma coleção, impressa em papel reforçado e com informações no verso sobre o animal da foto (ou desenho), como o nome popular, família, nome científico, habitat, hábitos alimentares, reprodução e particularidades. A barra, em formato retangular, trazia um animal em alto relevo.

O álbum podia ser adquirido para colar as coleções. Todos os álbuns possuíam trinta cromos, com exceção do primeiro que possuía 20. Para possuí-lo bastava enviar uma carta à Nestlé com certo número de embalagens vazias, que variava de 3 a 4 embalagens. Assim, a empresa manteve o produto por mais de 15 anos no mercado brasileiro, uma vez que se tornou uma referência comercial nas décadas de 1980 e 1990.

Tanto o texto quanto as fotos utilizadas nos cromos dos álbuns Amazônia, campos e cerrados, os sertões e litoral e ilhas oceânicas ficaram sob a responsabilidade do fotógrafo brasileiro Luiz Cláudio Marigo. As pinturas usadas nos álbuns sobre cães de raça e dinossauros foram feitos por Brasílio Matsumoto, fundador do estúdio 6B. De acordo com a própria Nestlé, todos os cromos eram produzidos em igual número. Para quem comprava na época, não parecia, pois alguns repetidos eram mais comuns, mas poderia ser apenas um problema na logística da distribuição.

Coleções:

Um dos maiores desafios deste post será conseguir imagens boas de todas as coleções. Na época, eu colecionei por quase 10 anos, e algumas eu nem tive acesso. Elas foram Animais de Todo o Mundo (1983), Animais do Pantanal (1984), Maravilhas do Mar (1985), Animais da Amazônia (1986), A Fantástica Mata Atlântica (1987), Litoral e Ilhas Oceânicas (1988), Campos e Cerrados (1989), Sertões (1991), Cães de Raça (1992), Dinossauros (1993), Viagem ao Fundo do Mar (1995), Viagem Espacial (1997), Shows da Natureza (1998).

E já em fase decadente, O Guia dos Curiosos (2001, 30 cartões), Scooby-Doo (2002, 18 cartões), As Meninas Superpoderosas (2003, 20 cartões) e Mix Cartoon (2003, 20 cartões). O motivo pelo qual o produto foi retirado de mercado não é conhecido, mas fica óbvio que o hype da década do auge passou e que as vendas caíram. Fato é que não tive acesso a estas últimas coleções. Naquele período era bem comum limitarem a distribuição a grandes centros, quando a produção era menor.

👉Coleção Animais de Todo o Mundo (1983)