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O PIANISTA (2002) - FILM REVIEW

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Num período curto, o cinema vivenciou um momento glorioso para o cinema de Guerra, mais precisamente, a Segunda Guerra. Vieram O Resgate do Soldado Ryan (1998), de Steven Spielberg, no mesmo ano Além da Linha Vermelha, de Terrence Malick e O Pianista, 4 anos depois, de Roman Polanski. Curiosamente, todos vitimados por uma derrota vergonhosa no Oscar, para Shakespeare Apaixonado em 99 e Chicago, em 2003. Confesso que gosto bastante de Chicago, mas compará-lo a O Pianista, é como comparar bijuteria com uma joia. 

O pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições aos judeus poloneses pelos nazistas. 

Inspirado nas memórias do pianista, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas, e acompanha a perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos de concentração. Wladyslaw é o único que consegue fugir e é obrigado a se refugiar em prédios abandonados espalhados pela cidade, até que o pesadelo da guerra acabe.

Wladyslaw Szpilman 

Muitos me perguntam como é este Szpilman ou sua história real. Ele começou seus estudos de piano em Varsóvia, Polônia, onde estudou piano com Aleksander Michałowski e Józef Śmidowicz, alunos da primeira e segunda geração de Franz Liszt, que foi um compositor, pianista, maestro, professor e terciário franciscano húngaro do século XIX, que ganhou fama na Europa durante o início do século XIX por sua habilidade como pianista.

Em 1931, Wlad foi aluno da prestigiosa Academia de Artes de Berlim, onde estudou com Artur Schnabel, Franz Schreker e Leonid Kreutzer. Dois anos depois, se tornou um célebre pianista e compositor de música clássica e popular. Principalmente um solista, ele também foi parceiro de violinistas aclamados como Roman Totenberg, Ida Haendel e Henryk Szeryng, e em 1934, fez uma turnê pela Polônia com o violinista dos Estados Unidos, Bronislav Gimpel.

Em 5 de abril de 1935, ingressou na Rádio Polonesa, onde trabalhou como pianista executando música clássica e jazz. Na época da invasão alemã da Polônia em setembro de 1939, mostrada no início do filme O Pianista, ele já era uma celebridade e solista de destaque na Rádio, que foi bombardeada em 23 de setembro de 1939, logo após a transmissão do último recital de Chopin interpretado por Szpilman. 

Resumidamente, 

Władysław Szpilman e sua família, junto com todos os outros judeus que viviam em Varsóvia, foram forçados a se mudar para um "bairro judeu", o Gueto de Varsóvia, em 31 de outubro de 1940. Uma vez que todos os judeus foram confinados dentro do gueto, um muro foi construído para separá-los do resto da cidade nazista ocupada pelos alemães. 

Szpilman conseguiu encontrar trabalho como músico para sustentar sua família, que incluía sua mãe, pai, irmão Henryk e duas irmãs, Regina e Halina. Ele trabalhou pela primeira vez no Nowoczesna Cafe, onde os clientes às vezes ignoravam seu jeito de tocar para fazer negócios, como ele lembrou nas memórias.

Todos em sua família foram deportados em 1942 para Treblinka, um campo de extermínio dentro da Polônia ocupada pelos alemães, a nordeste de Varsóvia. Um membro da Polícia Judaica, que reconheceu Szpilman de um show, puxou-o de uma fila de pessoas (episódio também mostrado no filme). 

Nenhum dos membros da família de Szpilman sobreviveu à guerra, fato oculto do filme, mas que faz sentido já que o foco do enredo é no pianista e como ele vai se adaptar ao novo mundo que lhe é apresentado. A solidão, falta de notícias e fome é elevada ao máximo e a omissão do destino da família é parte do plano do diretor e fazer com que o telespectador se torne parte da agonia sofrida pelo personagem.

Szpilman ficou no gueto como trabalhador, e ajudou a contrabandear armas para o levante da resistência judaica. Permaneceu no Gueto de Varsóvia até 13 de fevereiro de 1943, pouco antes de ser abolido após a deportação da maioria de seus habitantes entre abril e maio ​​de 1943. 

Szpilman encontrou lugares para se esconder em Varsóvia e sobreviveu com a ajuda de seus amigos da rádio polonesa e de outros músicos, como Andrzej Bogucki e sua esposa Janina, Czesław Lewicki e Helena Lewicka, apoiados por Edmund Rudnicki, Witold Lutosławski, Eugenia Umińska, Piotr Perkowski, Irena Sendler. 

Ele evitou ser capturado e morto pelos alemães e seus colaboradores várias vezes. No início de agosto de 1944, Szpilman estava se escondendo em um prédio abandonado em al. Niepodległości 223. Em novembro, ele foi descoberto por um oficial alemão, o capitão Wilm Hosenfeld. Para surpresa de Szpilman, o oficial não o prendeu nem o matou, depois de descobrir que Szpilman era pianista. 

Tal como no filme, o nazista realmente o ajudou. Szpilman não sabia o nome do oficial alemão até 1951. Apesar dos esforços de Szpilman e dos poloneses para resgatar Hosenfeld, ele morreu em um campo de prisioneiros de guerra soviético em 1952.

Szpilman morreu em Varsóvia em 6 de julho de 2000, aos 88 anos. Em 25 de setembro de 2011, o Studio 1 da Rádio Polonesa foi renomeado para Władysław Szpilman. Em 4 de dezembro de 2011, uma placa comemorativa a Szpilman, gravada em polonês e inglês, foi inaugurada na Avenida Niepodległości 223 em Varsóvia, na presença de sua esposa Halina Szpilman e filho Andrzej, e da filha de Wilm Hosenfeld, Jorinde Krejci-Hosenfeld. 

O Pianista

O filme foi bastante pessoal para Polanski. Tanto que ao assistirmos, podemos notar um tom documental em diversos momentos, como se saíssemos do espetáculo, para uma produção da BBC sobre os guetos. Os pais do diretor Roman Polanski foram aprisionados em campos de concentração. 

Seu pai sobreviveu, mas sua mãe, não. Seus pais foram enviados para dois campos de concentração diferentes: seu pai para Mauthausen-Gusen, na Áustria, onde ele sobreviveu à guerra, e sua mãe para Auschwitz, onde foi assassinada.

Durante as filmagens, enquanto procurava locações na Cracóvia, Roman Polanski conheceu um homem que ajudou a família de Polanski a sobreviver à guerra. O realizador Roman Polanski procurou tornar o filme o mais fiel possível a uma adaptação, com inspiração adicional proveniente de circunstâncias que lhe aconteceram quando era criança durante a guerra.

Porém, na cena em que Wladyslaw Szpilman é salvo de ir aos campos de concentração e é dito "Não corra!" foi inspirada por um evento semelhante na vida do diretor Roman Polanski. Originalmente, Szpilman ouviu "Corra!", o que ele fez, mas Polanski mudou deliberadamente esse elemento para refletir sua própria experiência.

Observe como o diretor de fotografia Pawel Edelman drena lentamente a cor de todas as cenas à medida que o filme avança para significar a deterioração da cidade e do próprio Szpilman. 

E o Oscar vai para...

Adrien Brody perdeu 14 kg para o papel ao manter uma dieta diária de dois ovos cozidos e chá-verde no café da manhã, um pouco de frango no almoço e um pequeno pedaço de peixe ou frango com legumes no vapor para o jantar. Um período de seis semanas. Inicialmente, seu peso era de 73 kg. 

Para se conectar com o sentimento de perda necessário para desempenhar o papel, Adrien Brody se livrou de seu apartamento, vendeu seu carro e não assistiu à televisão.

Mais de 1.400 atores fizeram o teste para o papel de Wladyslaw Szpilman em uma chamada de elenco em Londres. Insatisfeito com todos os que tentaram, o diretor Roman Polanski procurou Adrien Brody, que considerou ideal para o papel em seu primeiro encontro em Paris, na época em que Brody estava filmando O Enigma do Colar (2001).

Adrien Brody estava convencido de que não tinha chance de ganhar o Oscar de Melhor Ator e disse ao seu colega indicado Michael Caine que não tinha pensado em nada para dizer por que tinha certeza de que não iria subir no palco.

O diretor Roman Polanski considera este seu melhor filme. No final do documentário Roman Polanski: A Film Memoir (2011), o entrevistador Andrew Braunsberg pergunta qual de seus próprios filmes, ele acredita ser absolutamente perfeito e que não mudaria um enquadramento se pudesse. A isso, Polanski responde: 

Se alguma lata de filme fosse colocada em meu túmulo, eu gostaria que fosse do Pianista,

De fato, uma obra-prima.



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