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A HORA DO PESADELO - SAGA REVIEW

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Pesadelo na rua Elm.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


Fazer maratonas é um desafio por diversos motivos. O mais óbvio é o desgaste natural que sofremos pelo cansaço. Ou seja, se o quinto filme for ruim, por exemplo, estamos cansados pela maratona em série e consequentemente, temos uma percepção pior do filme, que já era ruim.  

Por outro lado, o efeito comparativo é incrível. Perceber o cuidado (ou não), de referências e continuidades de segmentos, é um deleite. E hoje, vou de A Hora do Pesadelo, que ao contrário de sagas como Amityville e Hellraiser, não há um filme muito ruim. Nem mesmo desgaste, já que há ótimas sequências, como se não me engano, o sétimo filme (que amei quando assisti na época, mas revi apenas uma vez). 

Enfim, boa sessão: 

A Hora do Pesadelo (1984)

Na história, um grupo de adolescentes tem pesadelos horríveis, em que são atacados por um homem deformado com garras de aço. Ele apenas aparece durante o sono e, para escapar, é preciso acordar. Os crimes vão ocorrendo seguidamente, até que se descobre que o ser misterioso é na verdade Freddy Krueger, um homem que molestou crianças na rua Elm e que foi queimado vivo pela vizinhança. Agora, Krueger pode ter retornado para se vingar daqueles que o mataram, através do sono.

Pela 1ª vez na Televisão

Assisti ao filme quando estreou no Cinema em Casa, exibido no dia dois de dezembro de 1988, precisamente, o décimo quinto filme a passar na sessão. Antes da exibição, ficávamos esperando por quase uma hora, com uma música ao fundo e uma imagem mostrando um frame com uma informação de que o filme começaria em breve. Um sofrimento... mas bem recompensado. 

A Hora do Pesadelo é um filme muito bem feito, com efeitos práticos bem interessantes, que transmitem de forma perfeita como o horror de Freddy transcende os sonhos. Há diversas cenas marcantes como a da banheira, do teto formando o rosto de Freddy ou quando a colega de quarto de Nancy é morta, sendo alçada ao teto. Curiosamente, por pouco A Hora do Pesadelo não foi finalizado. Quando as filmagens estavam em sua metade, a New Line Cinema, produtora do filme, teve o contrato de distribuição do filme rompido.  

Sem dinheiro em caixa, o estúdio ficou duas semanas sem pagar os integrantes do elenco e da equipe de produção do filme, até um novo acordo de distribuição ser fechado. Durante este período, as filmagens ocorreram normalmente, com nenhum integrante tendo abandonado a produção. No final, o sucesso de A Hora do Pesadelo nos cinemas evitou a falência da New Line Cinema, que recebeu o apelido de "A Casa que Freddy construiu". 

História real? 

O roteiro do filme foi escrito em 1981, mas foi na infância do diretor que o primeiro elemento de inspiração surgiu, já que em uma noite ele viu, através de janela de sua casa, um homem velho andando do lado de fora que parou e o encarou, para em seguida ir embora caminhando. Esse acontecimento deixou Craven muito assustado e serviu de inspiração para a criação de Krueger. 

Em Aniversário Macabro (1972), Craven também usou essa ideia como inspiração, chamando o vilão de Krug (interpretado por David Hess). O violento assassino em série e estuprador transbordava malandragem e ironia, e gostava de insultar e torturar suas vítimas antes de matá-las. A aparência de Freddy (especialmente as roupas sujas e o chapéu) foi inspirada em um morador de rua que frequentava a rua em que Craven morava. Segundo Robert Englund, ele baseou a fisicalidade de Freddy na atuação de Klaus Kinski em Nosferatu: O Vampiro da Noite (1979), de Werner Herzog. 

A trama também foi inspirada em vários artigos de jornal, que ele leu sobre as misteriosas mortes de vários refugiados do Sudeste Asiático. Eram dezessete homens e uma mulher, que vieram de uma província montanhosa do Laos chamada Hmong. Eles fugiram para os Estados Unidos em 1975, quando o Pathet Lao, uma ditadura comunista acusada de cometer genocídio em seu próprio povo, assumiu o controle do país. O povo Hmong estava especialmente em risco de represália por parte do Pathet Lao, já que muitos deles serviram como soldados anticomunistas que ajudaram a resgatar pilotos americanos abatidos durante a Guerra do Vietnã. 

Eles se refugiaram nos EUA, principalmente em Minnesota e Califórnia. Pelo trauma, eles passaram a ter pesadelos horríveis chegando ao ponto de se recusarem a dormir. Seguindo ordens médicas, os pais destas crianças as encorajaram a dormir, contudo, cada uma delas morreu durante o sono, após um novo pesadelo, e as autoridades médicas, na época, noticiaram o fato denominando-o como Síndrome da Morte Súbita Asiática. É uma condição que parece afetar principalmente os homens filipinos, que faz 43 vítimas a cada 100.000 pessoas por ano. Eles parecem literalmente morrer de medo por acreditarem no que acontece em seus sonhos. 

Já a ideia da luva veio por parte de Wes Craven, pois ele queria dar ao personagem uma arma única, mas também algo que pudesse ser feito de maneira barata e não fosse difícil de usar ou transportar. Na época, ele estava estudando medos primitivos embutidos no subconsciente de pessoas de todas as culturas, e descobriu que um desses medos é o ataque por garras de animais. As cores do famoso suéter de Freddy vieram de quando Wes Craven leu um artigo na "Scientific American" em 1982, que dizia que as duas cores mais contrastantes da retina humana eram o vermelho e o verde. 

No roteiro original, Freddy era um molestador de crianças. No entanto, uma mudança sutil (!!!) foi feita para transformá-lo em um assassino de crianças para evitar acusações de explorar uma série de molestações de crianças na Califórnia na época da produção. Ele foi reescrito como um molestador de crianças no remake de 2010, estrelado por Jackie Earle Haley. 




Crossovers à vista? 

Quando testemunhamos o nascimento de ícones do horror, logo começam as especulações de crossovers. O filme em que Nancy assiste para se manter acordada é A Morte do Demônio (1981), dirigido por Sam Raimi. A luva original foi posteriormente usada e pendurada na parede de um galpão visto em Uma Noite Alucinante (1987). Já na cena em que Nancy dorme na casa de Tina e Freddy Krueger se aproxima da cama através da parede é visível a máscara de hóquei utilizada pelo personagem Jason Voorhess, outro ícone dos filmes de terror. Por anos, um crossover entre Freddy e Jason foi especulado, até que finalmente conseguiram em 2003. Por outro lado, Freddy vs Jason vs Ash, nunca veio ao mundo. 

A Hora do Pesadelo marcou a estreia no cinema de Johnny Depp e em alto estilo. Aparecendo em poucas vezes, a cena da sua morte é antológica, por volta de 1 hora e 5 minutos (sobreviveu bastante não?). Mas durante a cena, nos bastidores, ocorreu um acidente, quando uma fonte de sangue é jorrada da cama para o teto. A ideia original era que o quarto girasse lentamente, de forma a que o sangue jorrasse de maneira surrealista e atingisse a parede em curva. A equipe perdeu o controle do quarto, que ficou girando desordenadamente com o diretor e o câmera amarrados em cadeiras fixas dentro do próprio quarto e 250 litros de água colorida sendo jorrados. Quando conseguiram finalmente parar o quarto, as câmeras estavam danificadas e a equipe, inteiramente "ensanguentada".

O endereço fictício da casa no filme é 1428 Elm Street. A casa onde as filmagens aconteceram está localizada em Los Angeles, Califórnia, na 1428 North Genesee Avenue. Os números "1428" na lateral da casa foram roubados e nunca devolvidos, de acordo com a atual proprietária da casa, Angie Hill, que ficou bastante chateada com isso. Isso é mostrado no segundo disco do documentário Never Sleep Again: The Elm Street Legacy (2010). 

O filme foi seguido por A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy (1985), A Hora do Pesadelo 3 - Os Guerreiros dos Sonhos (1987), A Hora do Pesadelo 4 - O Mestre dos Sonhos (1988), A Hora do Pesadelo 5 - O Maior Horror de Freddy (1989), A Hora do Pesadelo 6 - Pesadelo Final - A Morte de Freddy (1991) e O Novo Pesadelo - O Retorno de Freddy Krueger (1994), e refilmado como A Hora do Pesadelo (2010). Além da série de filmes A Hora do Pesadelo, o personagem Freddy Krueger aparece também em Freddy x Jason (2003). 

A Hora do Pesadelo 2 - A Vingança de Freddy (1985)

Seguindo a tradição Slasher, após o sucesso original, continuações se seguem para aproveitar o sucesso do primeiro. Desta vez dirigido pelo também ótimo Jack Sholder (que tive o prazer de entrevistar) que realizou O Escondido, outro ótimo filme dos anos 80. Neste segundo filme, acompanhamos a família Walsh, que se mudou para a antiga casa de Freddy Krueger (Robert Englund) em Elm Street. Logo, Jesse (Mark Patton) passa a ter horríveis pesadelos com o assassino. Lisa (Kim Myers), sua namorada, investiga e descobre o passado da casa. Entretanto, Freddy já está de posse do corpo de Jesse e o obriga a cometer assassinatos contra sua família e amigos.

Em vez de continuar a história da única sobrevivente do primeiro filme, Nancy (Heather Langenkamp), este filme se concentra nos novos residentes da velha casa de Elm Street de Nancy, juntando-se a uma grande tradição de sequências de terror que ignoram os sobreviventes do filme anterior pelo que apareceria ser razões de controle de custos. Langenkamp disse ao documentário Never Sleep Again que ela nunca teve a chance de fazer esse filme, e o produtor do filme não conseguia se lembrar se alguma vez houve alguma discussão interna na New Line Cinema sobre trazê-la de volta. Foi levantada a hipótese de que o novo conceito de Freddy de David Chaskin e Jack Sholder (possuir alguém no mundo real vs. matá-lo em seus sonhos) parecia tão diferente do primeiro filme que trazer Nancy de volta não faria muito sentido. 

Wes Craven, diretor do filme original, se recusou a trabalhar na sequência por não ter idealizado o filme como uma série. Além disso, ele não concordou com o uso de Freddy Krueger como manipulador do protagonista, para que ele cometesse assassinatos. O primeiro produzido pela New Line Cinema foi Noite de Pânico (1982), dirigido por Jack Sholder e estrelado por Jack Palance. No entanto, teve um lançamento muito limitado e, quando teve um desempenho ruim nos cinemas e recebeu críticas negativas, foi lançado direto para o vídeo. Como tal, o primeiro verdadeiro empreendimento cinematográfico mainstream da New Line Cinema veio a ser A Hora do Pesadelo. Mas Sholder voltou à direção neste segundo.

Você tem o corpo ... Eu tenho o cérebro.

A New Line Cinema originalmente se recusou a dar a Robert Englund um aumento de salário, e um figurante foi escalado como Freddy no início da produção. Após duas semanas de filmagem, Robert Shaye percebeu que foi um terrível lapso de julgamento e atendeu às exigências de Englund. 

 

Para começar a falar do filme, um detalhe para lá de inventivo. A paleta de cores é toda tendendo para o vermelho e verde. Algumas vezes são bem destacadas, como quando o protagonista acorda de um sonho no quarto e na cena seguinte, na sala de aula e depois, quando vemos uma casa com piscina (capturei as imagens que começam em torno de 15 minutos). 

Freak 

Quando adotamos um olhar crítico aos observamos detalhes, percebemos nuances incríveis. O filme talvez seja o primeiro (e único, já que It - Capítulo 2 é explícito ao mostrar um casal gay e como a morte deles traduz o preconceito de forma brutal) slasher com conotações gays estampadas na cara do telespectador. Não só pelo personagem principal, claramente homossexual, mas vítima do preconceito da época. O roteiro, de forma muito perspicaz, colocar Freddy como o monstro interior do personagem, que quer se libertar e de quebra, eliminar os "vilões", uma referência ao sentimento do personagem pelo bullying sofrido e pela necessidade de se manter no armário para que não seja visto como uma aberração.  Seu personagem se sentia como um fantoche de um monstro, mas na realidade, era fantoche da sociedade. 

Repare a cena do vestiário, com o cara nu, morto pelo ator principal (também nu), enfatizando o pecado mortal que seria aquela provável relação sexual. Mais interessante ainda o fato de que o personagem morto usa uma daquelas roupas coladas, usadas em bares gays (como vemos em filmes da época como Parceiros da Noite e Loucademia de Polícia). O ator Mark Patton, assumidamente gay, afirmou que se vê como a "primeira rainha dos gritos masculina" devido justamente a este subtexto homoerótico da obra. A cena em que o personagem não transa com a mulher por motivo de força maior e pula para a cama de um homem é inacreditável. O amigo ainda indaga: " -Tem uma mulher na sua cama e você ainda quer dormir comigo?" 

O filme foi extremamente bem recebido na Europa, pois os residentes desses países perceberam (e amaram) as implicações sexuais. Essa popularidade no exterior é o que convenceu os produtores a continuar fazendo sequências, além de ter proporcionado que a produtora expandisse horizontes do horror, como fez com Criaturas. 

A Hora do Pesadelo 3 - Os Guerreiros dos Sonhos

O terceiro filme é um dos melhores e mais divertidos e com um grande elenco, além da retomada da história do primeiro filme. Nele, Nancy Thompson (Heather Langenkamp), uma das sobreviventes dos ataques de Freddy Krueger (Robert Englund), é agora uma psicóloga especialista em sonhos. Ela trata de alguns adolescentes em um sanatório, que são atacados por Krueger em seus sonhos. Para combatê-lo, Nancy ensina as crianças a usarem suas habilidades especiais no mundo onírico. Quando Krueger sequestra um de seus pupilos, Nancy lidera uma busca no domínio do assassino para resgatá-lo. 

A premissa original do filme seria com Freddy Krueger invadindo o mundo real e atacando o elenco e equipe técnica responsável pela série de filme A Hora do Pesadelo. A ideia foi rejeitada pelo estúdio, mas o próprio Wes Craven a usou posteriormente em O Novo Pesadelo - O Retorno de Freddy Krueger (1994). Esta ideia daria continuidade, em parte, ao segundo filme, já que Freddy ataca a festa em que ninguém está sonhando, rompendo a premissa básica da história.

O filme que Jennifer assiste na TV pouco antes de ser morta é Criaturas (1986), outra franquia iniciada pela produtora de A Hora do Pesadelo, que como dito mais acima, só foi viável por conta do sucesso do personagem Freddy Krueger. 

É sem dúvidas, o filme de maior pedigree da franquia. O filme marcou a estreia de Patricia Arquette (da série Medium) no cinema. Ele foi dirigido por Chuck Russell (que fez A Bolha Assassina e Máskara). Entre os nomes no roteiro está Frank Darabont, que dirigiu Um Sonho de Liberdade e À Espera de um Milagre. No elenco, Craig Wasson e Laurence Fishburne dão as caras, inclusive, a cena em que Neil Gordon é jogado na sepultura é uma homenagem a Dublê de Corpo (1984), no qual uma situação parecida ocorre com o personagem interpretado por Wasson. Na produção, Rachel Talalay, que dirigiu Tank Girl, detonando o Futuro, O Fantasma da Máquina e A Hora do Pesadelo 6: Pesadelo Final, a Morte de Freddy

Wes Craven trabalhou com o irmão de Patrícia, David Arquette, que ficou famoso interpretando Dewey nos filmes Pânico. Mas antes de ambos, Craven escalou Lewis Arquette para viver um xerife no primeiro A Hora do Pesadelo. 

Chuck Russell fez sua estreia na direção com este filme, mas o roteiro que ele e Frank Darabont entregaram exigia um orçamento de 20 milhões para produzir os efeitos, embora eles tivessem apenas 4,5 milhões. O resultado foi um set incrivelmente tenso, não um cenário particularmente ideal para Patricia Arquette fazer sua estreia no cinema. No primeiro dia de filmagens, a produção já estava tão atrasada que só chegaram às cenas às 4 da manhã, momento em que ela já havia esquecido suas falas. Foram necessárias 52 tomadas dela e quando nada mais dava certo, a equipe começou a passar as falas dela por meio de cartões atrás das câmeras. Arquette afirmou que não foi uma experiência agradável para ela, enquanto Russell disse que pode tê-la pressionado demais. 

De acordo com Wes Craven, a ideia do hospital psiquiátrico para tratar os personagens Warriors não era apenas um aceno a Um Estranho no Ninho (1975). Ele foi inspirado em um estabelecimentos da vida real. Craven disse numa entrevista: "Naquela época, havia uma espécie de movimento de lugares que até mesmo anunciavam na televisão, 'Envie-nos seu filho problemático e nós os consertaremos' e, essencialmente, eles eram como prisões ou asilos de loucos."  

Os efeitos especiais do filme alçam voos maiores que nas produções anteriores, ficando mais inventivos. Por exemplo, quando o rosto do fantoche de argila se transforma no de Freddy, o homem dos efeitos especiais Doug Beswick usou a animação em stop-motion. As filmagens começaram com um rosto de Freddy de barro que se tornou mais claro em cada quadro. O resultado foi rodado ao contrário, e é isso que aparece na versão final do filme.  

Já na cena do "Freddy Cobra", a equipe só teve uma hora para filmar a cena, então eles não tiveram tempo suficiente para pintá-la adequadamente. Então, foi coberto por uma substância gosmenta verde. A cena dele tentando engolir Kristen também foi filmada ao contrário, devido às gengivas do boneco serem muito flexíveis e dobrarem sobre si mesmas.  

No roteiro original, um dos Guerreiros sonha com um robô gigante no estilo Transformers para lutar contra Freddy. A sequência até chegou ao estágio de storyboards, mas as restrições orçamentárias impossibilitaram a filmagem. O criador de efeitos especiais Mark Shostrom criou um "cadáver de menina" ressequido, que Kristen descobriria que ela estava segurando, mas foi decidido que o item era muito grotesco. Um esqueleto em miniatura foi usado em seu lugar.  

Robert Englund improvisou algumas das falas de Freddy Krueger, mas o exemplo mais conhecido aconteceu na cena em que Freddy emergiu do aparelho de televisão e matou Jennifer batendo sua cabeça nele. Para essa cena, sua fala no roteiro foi "É isso aí, Jennifer, sua grande chance na TV!" Robert Englund disse essa frase nas duas primeiras tomadas, mas na terceira, quando Chuck Russell tentou uma tomada em ângulo alternado, Robert Englund mudou para "Bem-vindo ao horário nobre, sua vadia!" Chuck Russell não conseguiu decidir qual versão usar, então ele editou os dois juntos. O ângulo diferente da câmera tornou fácil editar as duas linhas juntas. 

Em entrevistas com o elenco e equipe técnica no comentário do DVD, é revelado que a ideia original do filme girava em torno do fenômeno de crianças que viajam para um local específico para cometer suicídio, com sonhos de Freddy Krueger eventualmente descobertos como sendo um elo comum entre os jovens. Na época, o suicídio de adolescentes era uma questão social tabu e isso levou ao abandono desse enredo, embora alguns aspectos permanecessem na versão filmada que ainda retrata o suicídio e a automutilação. Isso foi considerado menos controverso porque esses atos são cometidos com a influência distinta de Freddy, inserindo fantasia suficiente nos atos para removê-los da suposta exploração controversa de jovens perturbados. 

 De toda forma, revendo em sequência, percebe-se a clara indefinição em que rumo tomar com a história, o que regras seguir. Este é o único grande problema até aqui...


A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos (1988)

Renny Harlin é um diretor associado ao cinema de ação e vê-lo seu nome estampado no cartaz do filme causa espanto e até apreensão. O filme traz a simpática atriz Lisa Wilcox, que bati um bom papo e o roteiro de  Brian Helgeland, que se tornou diretor de filmes de sucesso como O Troco e Coração de Cavaleiro, apesar de ter sido reconhecido por premiações em roteiros como Los Angeles: Cidade Proibida (que venceu o Oscar) e Sobre Meninos e Lobos (que foi indicado ao Oscar). Ele foi contratado para escrever o filme por indicação de Robert Englund, para quem escreveu o roteiro da estreia na direção de Englund, Força Demoníaca (1988).

O filme tinha uma data de lançamento definida, mas sem roteiro ou diretor, e Helgeland foi contratado com a condição de entregar o roteiro em sete dias. Ele foi avisado pelo diretor da New Line Cinema, Robert Shaye, que se o roteiro chegasse um dia atrasado, eles não o queriam. Helgeland voou para casa em Massachusetts no Natal e escreveu o roteiro e enviou-o por FedEx de volta para Los Angeles e cumpriu o prazo. Baseado neste roteiro, o diretor Renny Harlin assinou contrato, e o filme marca o primeiro crédito de Helgeland na tela. Embora "Força Demoníaca" tenha sido seu primeiro roteiro produzido, ele foi lançado depois deste filme.


Na história Freddy Krueger (Robert Englund) retorna e logo mata os três sobreviventes da rua Elm. Só que Kristen (Tuesday Knight, que além de atuar, canta a música tema do filme), que possui o poder de atrair outras pessoas em seus sonhos, consegue transferir seu poder para a amiga Alice (Lisa Wilcox) antes de sua morte. É a chance ideal para que Freddy se aproveite do poder recém-adquirido por Alice, usando-a para matar outras pessoas.

Curioso como o filme flerta com o que se tornaria Freddy vs Jason  e o próprio universo Sexta-Feira 13. Freddy é acordado de seu túmulo num ferro velho por um cachorro chamado Jason. No filme Sexta-Feira 13 - Parte 6, Jason também é trazido de volta de onde ele estava enterrado (algo incomum na série, já que ele costumeiramente é morto no lago). Em outra ocasião, durante a mesma cena, Freddy diz para sua futura vítima que o encontrará no inferno. Em A última Sexta-Feira, ao morrer, Jason é levado para o inferno (pelo chão) no final do filme, e Freddy aparece (só a luva, na realidade) e puxa a máscara de Jason que ficou para trás, demonstrando que o personagem já estava no inferno.


Wes Craven e Bruce Wagner propuseram a ideia de que o filme trouxesse viagens no tempo através dos sonhos. Os produtores Robert Shaye e Sara Risher a descartaram, por considerar que fugiria demais da linha da série A Hora do Pesadelo. Não deixa de ser uma história interessante, já que Craven não topou o segundo filme por fugir demais da história inicial.

No documentário "Never Sleep Again", ninguém sabe ao certo porque Patricia Arquette não voltou, mas existem algumas teorias: Renny Harlin e Rodney Eastman, que interpreta Joey no filme, afirmou que seu agente pediu mais dinheiro, mas a New Line Cinema não concordou. Foi dito que era devido a Arquette estar grávida na época das filmagens, mas seu filho nasceu em janeiro de 1989. O filme foi filmado no início de 1988, então é improvável que ela não tenha retornado por estar grávida, porque na época das filmagens, ela ainda não estava grávida ou estava com apenas algumas semanas de gravidez.


Além disso, ela estava em ``A Casa de Kate é um Caso'' (1988), que foi lançado em novembro de 1988. Havia ainda o trauma que foi para ela a produção passada, como dita mais acima. Em seu lugar foi contratada Tuesday Knight. O filme também traz de volta Joey (interpretado pelo mesmo Rodney Eastman), que no filme anterior, tem uma cena marcante, a qual liberta seus amigos com um grito, quebrando os espelhos. Também retorna Ken Sagoes como Kincaid.

A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos foi um grande sucesso  (é o filme preferido de Robert Englund até aqui), e incentivou o produtor a voos maiores. Revendo hoje, o filme é um clipe, flertando com o surreal, com momentos David Lynch e David Cronenberg. Para o bem ou para o mal, isto funcionou bem na telinha. 


A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy (1989)

Após sobreviver ao último ataque de Freddy Krueger (Robert Englund), Alice Johnson (Lisa Wilcox) tem um período de calmaria até voltar a ter sonhos com o assassino. Desta vez, o alvo de Freddy não é Alice, mas o filho que ela carrega na barriga. Seu plano é usá-lo para que possa nascer outra vez.

Quem busca uma história sequencial nos filmes, começa a entender que isto nunca ocorrerá, ainda que haja uma ideia de continuidade nos filmes (neste quinto filme, a primeira cena traz a atmosfera surreal do filme anterior). O grande problema é o fato de que, mesmo derrotado no filme anterior, Freddy sempre volta e ponto. Ao contrário da série Sexta-Feira 13, onde Jason é mostrado sendo trazido de volta, nos filmes A Hora do Pesadelo, ele simplesmente volta. Isto não torna a experiência menor, mas ficamos presos no loop da inevitabilidade. 


O diretor Stephen Hopkins teve apenas quatro semanas para rodar o filme e outras quatro para editá-lo. Por causa disto, ele optou por, enquanto rodava uma cena, fazer com que o elenco se preparasse para a cena seguinte, de forma que ela pudesse ser rodada continuamente. Os produtores ficaram tão impressionados com seu trabalho que o convidaram para dirigir Predador 2 - A Caçada Continua (1990).

Praticamente nada do roteiro escrito pela dupla John Skipp e Craig Spector foi utilizado, sendo que apenas metade do escrito por Leslie Bohem foi aproveitado. O roteiro foi reescrito por William Wisher Jr. e David J. Schow, sendo que a versão final foi feita por Michael De Luca e entregue poucos dias antes do início das filmagens. Apesar da participação, Schow, Wisher Jr. e De Luca não foram creditados como roteiristas.


Esta troca de mãos no roteiro e a direção rápida demais por conta de prazos curtos costumam levar danos colaterais ao filme. Por exemplo, a sequência de graduação foi reduzida significativamente para acelerar o ritmo do filme. Como resultado, existem vários erros de continuidade. Entre as cenas cortadas estava o discurso de formatura de Dan, o diálogo entre Greta e Racine, um rap com Yvonne, Alice e Greta, um diálogo adicional sobre pais e planos futuros e uma cena em que o pai de Alice lhe dá uma câmera que ela estava guardando para comprar como um presente de formatura antes de ir para Paris (se você observar de perto, poderá ver Alice entregar uma câmera ao pai antes de eles irem tirar a foto do grupo). 

A ideia de focar a história em torno das crianças e do nascimento de Freddy foi idealizada pela produtora executiva Sara Risher, que era mãe pela primeira vez na época e sempre tinha seu filho e seu bem-estar em mente. A equipe decidiu construir a partir disso, porque eles sentiram que os adolescentes e jovens de vinte e poucos anos que eram fãs do filme original estavam começando a atingir a idade em que provavelmente estavam pensando em se estabelecer e ter uma família. Isso, ao incorporar elementos de família e nascimento ao filme, manteria a franquia relevante e especial para os fãs de filmes anteriores. 


Esta é a segunda e última vez que a personagem Amanda Krueger ou Irmã Mary Helena (Beatrice Boepple) aparece na série de filmes. Ela estreou em A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos (1987), e foi interpretada por Nan Martin.

A famosa canção foi alterada aqui. A original era: Um, dois, Freddy está vindo atrás de você. Três, quatro, é melhor trancar a porta. Cinco, seis, pegue seu crucifixo. Sete, oito, vou ficar acordado até tarde. Nove, dez, nunca mais durma. Já a nova versão ficou: Um, dois, Freddy está vindo para você. Três, quatro, é melhor trancar a porta. Cinco, seis, pegue seu crucifixo. Sete, oito, é melhor ficar acordado. Nove, dez, ele está de volta ... 

Sem dúvidas, após terminar este filme (lembro bastante dos três seguintes), concluí que A Hora do Pesadelo é a série de filmes de horror mais regular da história. Todos os filmes são na média ou acima, ao contrário de outras como Hellraiser, Halloween, Amityville ou mesmo Sexta-Feira 13 (que amo de paixão, mas A última Sexta-Feira e Jason X são muito fracos). Talvez, o ponto mais baixo de A Hora do Pesadelo seja este quinto filme, mas mesmo assim, tem uma boa fluidez e é bem feito.

É a maratona que mais indico.


A Hora do Pesadelo 6: Pesadelo Final, a Morte de Freddy (1991)
 
Sabe aquele caso de uma profissional que atua na área cinematográfica, que faz uma coisa aqui e outra ali durante as produções e de repente, dirige um dos filmes? Rachel Talalay. Ela é um "faz tudo" no meio. De contadora de produção a diretora de segunda unidade, de gerente de locação a editora, passando para produtora. No terceiro A Hora do Pesadelo, ela trabalhou na linha de produção. No quarto, foi produtora, até finalmente dirigir A Hora do Pesadelo 6,  seu debut na função.

Na história, Maggie Burroughs (Lisa Zane) é uma psicóloga que consegue penetrar nos pensamentos de John Doe (Shon Greenblatt), onde Freddy Krueger (Robert Englund) o ameaça. O jovem, foragido de Springwood, a cidade onde Freddy apareceu pela primeira vez, é o último sobrevivente jovem da região. Desmemoriado, ele afirma ser filho de Freddy.


Os últimos 15 minutos do filme, a partir do momento em que a principal personagem feminina põe os óculos, foram inteiramente rodados em 3-D. Este efeito foi retirado para o lançamento em vídeo do filme. No cinema, assisti com aqueles óculos de duas cores (azul e vermelho) e feito de um tipo de papel cartão. Por ser minha primeira vez em um filme 3D, foi marcante.

Não vou negar: o primeiro minuto deste filme é uma vergonha para a série. Da citação a uma frase dita em off por Freddy Krueger, sugerindo que a história se passa numa realidade paralela ao mapa dos EUA com informações sobre assassinatos, passando pela cena do avião. Ele é considerado pelos fãs da série, o ponto fora da curva de Freddy no cinema. Na realidade, "A Hora do Pesadelo" é um trem que flerta com o descarrilamento desde o segundo filme, mas na minha percepção, tanto o quinto quanto este filme sofrem pelo fruto de escolhas.


Roteiro 1...

Peter Jackson foi originalmente contratado para escrever o roteiro deste filme. Ele escreveu um rascunho, mas não foi usado. Nele, Peter mostra Freddy envelhecendo e enfraquecendo no mundo dos sonhos. Os adolescentes de Springwood teriam festas do pijama movidas a drogas para se divertir e entravam no mundo dos sonhos para espancá-lo. Algo como um payback.

Roteiro 2... Roteiro 3...Roteiro 4...

Jacob Johnson, de dezesseis anos, filho que nasceu de Alice Johnson no filme anterior, A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy (1989), foi um personagem importante no roteiro original escrito por Michael Almereyda. Nesse primeiro rascunho do filme, Alice, agora na casa dos trinta, foi morta por Freddy. Taryn, Joey e Kincaid de A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos (1987) também voltaram como a "Polícia dos Sonhos". No roteiro, Taryn era Blade Cop, Joey era Sound Cop e Kincaid era Power Cop. A diretora Rachel Talalay afirmou que não gostou muito do roteiro original e que o roteiro de Michael De Luca "salvou o dia". De Luca também disse que ficou surpreso por não ter sido convidado no primeiro momento a escrever o roteiro, já que ele havia reescrito de última hora em A Hora do Pesadelo 5: O Maior Horror de Freddy (1989).


Quando assisti a série como cinéfilo e que ama horror, eu tinha certa dificuldade de gostar do quarto e principalmente, o quinto. Já este filme de 1991, foi meu primeiro 3D no cinema, e isto tem algum valor afetivo. Visto de hoje e escrevendo sobre cada um, percebi que o quarto e quinto filme dialogam entre si, ainda que sejam vítimas de más escolhas. Já este sexto filme é inconsequente, fraco, mal escrito e ainda assim, um sucesso. Como entender este fenômeno? Basta olhar a cena do videogame, lá pelos 45 minutos. É vergonhosa.

Para piorar, a diretora, Rachel Talalay, ficou muito doente no final das filmagens. Eles não podiam atrasar a produção para esperar sua recuperação. De acordo com Shon Greenblatt, "Aron Warner dirigiu as últimas cenas do filme", ​​incluindo a cena final entre Freddy e John Doe. Não à toa, Craven e sua mão de ouro para criar mitologias de horror voltou com os dois pés na porta no filme seguinte, um dos melhores da série.


 O Novo Pesadelo - O Retorno de Freddy Krueger (1994)

Imagine só ver o próprio Wes Craven dirigindo um episódio de A Hora do Pesadelo? Realidade e fantasia se misturam em formas inquietantes neste episódio da série de horror, que reúne o diretor e os atores Heather Langenkamp e Robert Englund retratando eles mesmos. Heather considera fazer outro filme com Craven e seu filho Dylan cai, então, sob o feitiço do vilão icônico, o desfigurado Freddy Krueger. Eventualmente, Langenkamp deve enfrentar o espírito demoníaco de Freddy para salvação da alma de Dylan. É quando percebe que, para enfrentar Freddy, precisará voltar a interpretar Nancy Thomson, sua personagem no filme.

É a primeira e única continuação da série dirigida por Wes Craven, responsável pelo filme original e ele faz isso da melhor forma: trazendo a atriz do filme original da forma mais inteligente possível, fazendo aqui uma Rosa púrpura do Cairo, versão Krueger. De fato, A Hora do Pesadelo precisava de uma mudança narrativa. Curioso que quando esta mudança de rumo veio, a série acabou, sendo seguida pelo remake, que devido a certa rejeição, não teve continuações. Neste novo filme, Freddy é retratado muito mais próximo do que Wes Craven pretendia originalmente para o personagem, muito mais ameaçador, muito menos cômico. Inclusive, a história foi ideia de Craven para a terceira parte, que não se concretizou. 


O diretor Wes Craven pretendia pedir a Johnny Depp que aparecesse como ele mesmo na cena do funeral. Craven nunca teve coragem de perguntar a ele, mas após o lançamento do filme, eles se encontraram. Craven perguntou a Depp se ele teria feito uma aparição no filme e Depp disse que sim, e que Craven deveria ter perguntado a ele. 

Antes de fazer este filme, Wes Craven fez como eu: assistiu a todos os filmes "A Hora do Pesadelo". Quando ele terminou, alegou que não conseguia seguir o enredo de forma alguma. Certamente, a atmosfera surreal permeia a obra, além de dar continuidade a ideia de que Freddy é uma entidade demoníaca, se distanciando do propósito original do filme de 1984, bem como as motivações do personagem central, afinal o que os atores do filme tem a ver com a história vivida por Amanda Krueger e Freddy? 


Filme dentro da realidade...dentro da realidade.

Heather Langenkamp e seu marido, o técnico de efeitos especiais David LeRoy Anderson (que não topou fazer seu papel no filme e consequentemente, morrer) tiveram um filho chamado Daniel (nascido em 1991), servindo como base para a família de Heather no filme. Numa infeliz coincidência,  em 10 de janeiro de 2018, seu filho Daniel Atticus Anderson morreu de câncer no cérebro chamado glioblastoma multiforme (GBM) após lutar contra ele por seis anos. 

Já Wes Craven faleceu 3 anos antes, vitimado por um... câncer no cérebro.


Outra coincidência bizarra é que o pai de Miko Hughes (que faz o menino) na vida real, também é técnico de efeitos especiais.

E finalmente, como é sabido, Freddy aterroriza Nancy no primeiro filme. Na vida real, Robert Englund é casado e feliz com sua esposa desde 1988. Advinha o nome dela? 

Nancy.


A Hora do Pesadelo (2010)

Um remake do filme de Craven é tão bem vindo quanto qualquer outro. Alguns acertaram o alvo como O Massacre da Serra Elétrica, Halloween e Sexta-Feira 13. Dois em particular geraram uma repulsa inicial. E estes dois cometem o pecado capital de modificar a máscara e a maquiagem. Respectivamente, Pânico (série de TV) e A Hora do Pesadelo.  

Isto não é, necessariamente, uma deficiência destas produções, mas sim dos telespectadores, principalmente os que, como eu, cresceram com a imagem de Freddy ou se acostumaram com o Ghostface da forma original. Imagine um remake de O Retorno de Jedi, trocando a máscara de Darth Vader? Eu sei que o remake é uma nova visão e que ela pode ser completamente diferente. É a regra do jogo. Mas alguns elementos deveriam permanecer intocados. Recentemente, assisti ao remake de "Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado", que é no formato de minissérie. Modificaram quase tudo, mas é muito bom dentro de  sua proposta, e ainda mantiveram a "máscara original", que era o segredo mantido devido a um atropelamento na estrada. 


remake de "A Hora do Pesadelo" mantém a história, coloca em ação um ótimo elenco, mas comete o pecado mortal de modificar as marcas causadas pelo fogo em Freddy (tornando-as mais realistas). No filme, um grupo de adolescentes de um subúrbio americano tem um sonho em comum, envolvendo Freddy Krueger (Jackie Earle Haley). Ele é um assassino desfigurado, que sempre os persegue em seus sonhos. Enquanto eles estão acordados não há risco algum, mas quando adormecem é a chance que Krueger tem para dominá-los.

É inegável que o nível da produção é outro. Bem acima de qualquer filme "A Hora do Pesadelo" já feito. Isso se deve ao nome de Michael Bay na produção, que garantiu a este filme e vários outros (veja aqui), grande qualidade visual. O diretor Samuel Bayer tem uma carreira de diversos videoclipes premiados, como "Smell Like Teen Spirit" e "Boulevard of Broken Dreams", das bandas Nirvana e Green Day, respectivamente. Foi o primeiro e último filme de Samuel. Apesar do sucesso financeiro do filme (custou em torno de 30 milhões e rendeu 116 milhões), a reação negativa de fãs, críticos e profissionais da indústria foi tão grande, que a produção envolvida sofreu bullying por quase dois anos. Foi traumático, afirmaram em depoimentos e entrevistas. Acabou se tornando o  último remake de um filme de terror clássico, que foi produzido por Michael Bay e a Platinum Dunes. 


Jackie Earle Haley, intérprete de Freddy Krueger na refilmagem, tinha feito um teste para o personagem Glen no filme original da série, mas não foi escolhido. Com a contratação para a refilmagem, desta vez para o papel principal, ele se tornou o segundo ator a interpretar o famoso vilão, após Robert Englund, que tinha vivido Freddy Krueger em todos os filmes anteriores da franquia. O ator Kyle Gallner (Evocando Espíritos) foi o primeiro integrante do elenco a ser contratado. Amanda Crew fez teste para a personagem Nancy Holbrook, que acabou sendo assumido por Rooney Mara, já Billy Bob Thornton esteve cotado para interpretar Freddy Krueger, mas o personagem ficou com Jackie Earle Haley.

O contrato de Haley era para três filmes no total, enquanto Mara para dois. Já se passaram quase onze anos e não há qualquer indicação de retomar os planos de uma sequência. Freddy voltará? O tempo dirá... Mas duvido muito que estes personagens icônicos do horror slasher fiquem esquecidos por muito tempo. 




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