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SEXTA FEIRA 13 - SAGA REVIEW

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Sexta-Feira 13,

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


Mais um saga review a ser concluído e um dos mais prazerosos. Eu tenho uma relação íntima com a série de filmes Sexta-Feira 13, não só por eu ter entrevistado vários envolvidos ao longo dos filmes, mas por ele fazer parte do cinema que despertou minha paixão por filmes. 

Vou assistir aos filmes incluindo o crossover com Freddy Kurgger e o remake e colocar minhas impressões e muitas curiosidades. 

Boa diversão:

Sexta-Feira 13 (1980)

Em 1958, um casal de adolescentes foge de um acampamento para passar uma noite romântica juntos, mas os dois são perseguidos por um assassino e mortos a facadas. Em 1979, os dirigentes do acampamento Crystal Lake decidem reabrir o local, apesar do trauma que ainda marca a cidade. Quando novos monitores são contratados, eles começam a desaparecer mais uma vez, assassinados brutalmente, um por um. 


Após a cena inicial, há uma sequência em que uma mochileira entra em um bar perguntando sobre o acampamento do Crystal Lake. Toda a construção da cena é refeita, poucos anos depois, em Um Lobisomem Americano em Londres, quando os dois mochileiros (David Kessler e Jack Goodman) entram no bar chamado "The slaughtered  lamb". O diretor também faz um aceno a Psicose, colocando uma atriz, que imaginamos ser a principal, sendo morta com menos de meia hora de projeção. Robbi Morgan só apareceu no set por um dia para filmar todas as suas cenas, e ela nunca conheceu Betsy Palmer, sua assassina.

Sexta-Feira 13 é o 1º filme baseado no personagem Jason Voorhees. Os demais foram: Sexta-Feira 13 - Parte II (1981), Sexta-Feira 13 - Parte III (1982), Sexta-Feira 13 - O Capítulo Final (1984), Sexta-Feira 13 - Parte V: Um Novo Começo (1985), Sexta-Feira 13 - Parte VI: Jason Vive (1986), Sexta-Feira 13 - Parte VII: A Matança Continua (1988), Sexta-Feira 13 - Parte VIII: Jason Ataca em Nova York (1989), Jason Vai Para o Inferno - A Última Sexta-Feira (1993), Jason X (2002) e Sexta-Feira 13 (2009). Além dos filmes da série "Sexta-Feira 13", o personagem Jason Voorhees aparece também em Freddy x Jason (2003) e no remake.


Tom Savini (que você pode ler a entrevista que fiz com ele no final do post) foi um dos primeiros membros da equipe a bordo do filme porque os produtores idolatravam seus efeitos de maquiagem em Despertar dos Mortos (1978). Enquanto a maioria do elenco e da equipe ficou em hotéis locais durante as filmagens, alguns dos mais dedicados, incluindo Tom Savini e Taso N. Stavrakis , ficaram no local do acampamento. 

Eles tinham o videocassete Betamax de Savini e apenas alguns filmes, como Barbarella (1968) e Maratona da Morte (1976), em fita de vídeo para se entreterem e assistirem a um a cada noite. Até hoje Savini diz que sabe recitar esses filmes de cor. A maior parte do local e do set já estava lá. A equipe só teve que construir o banheiro. Inclusive, o acampamento ainda está em operação, e tem uma parede com as memorabilias do filme.
A cena com a cobra não estava no roteiro e foi ideia de Tom Savini após uma experiência em sua própria cabana durante as filmagens. A cobra na cena era real, incluindo sua morte na tela.


Existe um município chamado Voorhees, em New Jersey, que fica a cerca de treze quilômetros de Haddonfield, também em New Jersey, que serviu de inspiração para a cidade fictícia onde foi realizado o filme Halloween: A Noite do Terror (1978). O documentário Halloween: 25 Years of Terror (2006) mostra a imagem de uma placa de trânsito que lista Voorhees logo abaixo de Haddonfield. O município recebeu o nome de Foster McGowan Voorhees, governador de Nova Jersey de 1899 a 1902. O sobrenome "Voorhees" é de herança holandesa e também é uma família comum em Nova Jersey. Estes elementos foram vitais para a concepção do roteiro de Sexta-feira 13. O nome "Jason" veio de uma combinação dos primeiros nomes dos dois filhos do roteirista (Josh e Ian).

Sean S. Cunningham e Victor Miller se conheceram em 1977 enquanto faziam um remake de baixo orçamento de Garotos em Ponto de Bala (1976) chamada Here Come the Tigers (1978), dirigido por Cunningham, e escrito por Miller... A essa altura, Cunningham não tinha tido sucesso desde Aniversário Macabro (1972), e Miller era um ex-romancista e dramaturgo apenas começando a escrever roteiros. 


O pai de Jason nunca é mencionado nos filmes. No entanto, em quadrinhos e novelizações, ele foi introduzido como sendo um homem chamado Elias Voorhees, que era muito cruel e abusivo com Jason. Um roteiro não utilizado do crossover de Jason e Freddy  do início dos anos 1990, escrito por Lewis Abernathy, apresentava uma breve cena com Elias que terminava com Pamela o assassinando.

Este primeiro filme é um slasher que sobreviveu muito bem ao tempo, colocando ele numa posição de destaque no sub-gênero. Após o sucesso do filme, Adrienne King foi perseguida por um fã obcecado. Aterrorizada, ela pediu que seu papel na Parte 2 fosse o menor possível. Ela não assumiu nenhum outro papel ou fez aparições em convenções por quase 20 anos após seu lançamento.

Os produtores de Sexta-Feira 13 também produziram o programa de TV Sexta-Feira 13 (que também maratonei e fiz o review), embora não tenha nada a ver com cinema. Betsy Palmer disse que se não fosse pelo fato de que ela precisava desesperadamente de um carro novo, ela nunca teria aceitado o papel de Pamela Voorhees. Na verdade, depois de ler o roteiro, ela chamou o filme de "um pedaço de merda". Com o passar dos anos, entretanto, Palmer se entusiasmou com o filme, pois ele a tornou mais famosa do que infame, e fez aparições em convenções e documentários para discuti-lo.


O compositor Henry Manfredini quem teve a ideia de colocar o icônico "ki ki ki ma ma ma" anexados à partitura. É a voz dele também. Eles significam Kill Mom... algo como uma sugestão, pedido ou ordem de Jason para que a mãe mate pessoas, além de ser um spoiler implícito de quem seria a assassina no final do filme.

Sean S. Cunningham se recusou a dirigir a sequência, porque ele não gostou da história do Jason Zumbi que o estúdio estava empurrando para ele. Ele disse que isso era muito estúpido e não funcionaria. Mais tarde, admitiu o quão errado estava, conforme a série floresceu depois, com Jason como o vilão, e Jason se tornou um dos ícones dos filmes de terror.


Sexta-feira 13 - Parte 2 (1981)

Com total influência do filme Halloween, esta segunda parte começa já com uma referência explícita ao clima do filme dirigido por Carpenter. Aliás, esta tal cena, que mescla cenas da personagem sobrevivente do filme anterior com lembranças traumáticas do ocorrido duram bastante tempo, principalmente considerando a curta duração da produção. Esta sequência dura quase 7 minutos. Além disto, os créditos do filme só aparecem depois de 12 minutos.

Na trama, que se passa cinco anos após o massacre no acampamento Cristal Lake, novos instrutores se instalam num acampamento próximo. Um a um, os jovens do grupo são atacados e brutalmente mortos, revivendo a lenda de Jason. 


Originalmente, a cena de sexo entre Sandra e Jeff era mais longa e incluía nudez frontal completa da atriz Marta Kober. Mas quando o estúdio da Paramount descobriu que ela tinha apenas 16 anos, a nudez foi editada e o filme destruído (de acordo com os produtores, pelo menos). Porém, recentemente as filmagens foram redescobertas para alegria geral dos curiosos de plantão, com muitas outras cenas cortadas, aliás.

Nesse filme, Jason está vestido igual ao assassino encapuzado de "Assassino Invisível (1976)". A única diferença é que o saco de estopa que ele usa tem apenas um orifício para o olho, e sua camisa tem um design xadrez ligeiramente diferente.


O enredo da parte 2 chocou a maioria das pessoas associadas ao filme original. Betsy Palmer, Tom Savini e Sean Cunningham fizeram comentários públicos sobre o quão estúpido era que Jason estivesse vivo o tempo todo, e se ele estava então por que ele simplesmente não disse a sua mãe que ele estava vivo, o que teria evitado todos os assassinatos na parte 1. De fato, não faz o menor sentido, já que, para dar verossimilhança à história, Jason deveria ser uma criança já que ao morrer, ele tinha pouca idade, e quando aparece no final do primeiro filme, sendo um sonho ou não, preserva a idade em que ele se acidentou, morrendo afogado.

Mas os autores levaram apenas em consideração o tempo decorrido. Mas se ele teve uma "vida", por que raios a mãe não saberia? Porque ele ficou tanto tempo sem aparecer? E por que voltar somente depois da morte da mãe? Estes são questionamentos que todos fizeram e que poderiam ter sido facilmente driblados com uma explicação melhor. Mas aparentemente, os fãs não buscavam coerência: só sangue e nudez mesmo...


Inclusive o personagem que insistentemente avisa os protagonistas do primeiro filme sobre a importância de não ir ao Crystal Lake, retorna neste segundo filme com a mesma função. Mas o que não faz sentido é ele ir ao acampamento e ainda ser morto por Jason. Outro fator interessante de se notar é a inconsistência da vingança de Jason no início. A trama se passa 5 anos depois. A sobrevivente, traumatizada, jamais moraria perto dos eventos ocorridos. Então, como raios foi quem Jason a achou? E ainda levou a cabeça da mãe...

Imagine a cena: Jason, com um saco na cabeça, com a cabeça da mãe, fedendo, provavelmente num saco também, indo pela estrada a fora, procurando informações de onde poderia estar a mulher (que ele não sabe o nome) sobrevivente do massacre que ele fez. Risível, para não dizer, ridículo.


A maior parte da equipe do primeiro Sexta-Feira 13 voltou. Na verdade, em setembro de 1980, poucos meses após o lançamento do primeiro filme, este filme já estava em andamento. Steve Miner, produtor associado do filme de 80, entrou em cena para dirigir este e o seguinte depois que Sean S. Cunningham optou por não retornar à cadeira de diretor. Tom Savini não pode se comprometer, já que tinha firmado acordo de estar em outro slasher, Chamas da Morte. No lugar de Savini, iria ser ninguém menos que Stan Winston (de Jurassic Park, O Exterminador do Futuro), mas ele também teve que declinar pelo mesmo motivo de Savini. Ainda assim, Winston fez alguns dos efeitos de maquiagem e não foi creditado. 

A sequência final, que de certa forma remete ao final do primeiro filme, segundo o próprio diretor Steve Miner, não é um sonho, o que nos deixa sem saber o que aconteceu a seguir com Paul e Muffin (o cachorro).


Sexta-Feira 13 - Parte 3 (1982).

Tal como no filme anterior, este também começa uma recapitulação. desta vez, com 6 minutos de duração. Nesta sequência, vemos algumas breves cenas deixadas de fora do filme anterior. Curioso este filme ser em 3D, pelo fato de que a abertura do primeiro e do segundo flertam com o formato, com o logo dos filmes se aproximando rapidamente, emulando o efeito 3D. 


Há um debate popular na Internet sobre o destino de Paul. Na cena de abertura da Parte III, há a sugestão de que ele realmente sobreviveu aos eventos da Parte II. Durante a cena de abertura da Parte III, há um noticiário que diz que foram oito vítimas. Agora, supondo que todos os corpos foram realmente encontrados, houve oito mortes na tela na Parte II: Terry, Crazy Ralph, Sandra, Mark, Jeff, Vickie, Scott e o policial. Isso implicaria que Paul sobreviveu. Alice do filme original não é assassinada no acampamento e não seria incluída na contagem de corpos do noticiário.

A trama segue Jason retornando para causar o terror na vida de um grupo de jovens, que passava um fim de semana de descanso no meio de uma floresta. Antes disto, Jason Voorhees, vai a uma loja de beira de estrada, e também mata os donos da loja, ampliando sua área de atuação.


Um dos primeiros rascunhos do roteiro para esta Parte 3 apresentava Ginny (Amy Steel), do filme anterior, sendo levada a um hospital psiquiátrico e ficando lá confinada. Sofrendo com as lembranças dos eventos da Parte 2, ela finalmente descobre que Jason Voorhees sobreviveu ao ferimento que ela lhe causou e a segue até o hospital, assassinando a equipe e outros pacientes do manicômio. Na época, Steel recusou o papel devido ao seu envolvimento em outros projetos, resultando em mudanças significativas no roteiro.

Aliás, seria mais um filme com referências explícitas ao Halloween, já que a trama de Halloween 2 - O Pesadelo Continua é exatamente esta.  O roteiro da Parte 3 indicava que Jason usaria uma máscara para cobrir seu rosto, depois de ter usado um saco na cabeça na Parte 2. O que ninguém imaginava na época era que a máscara escolhida se tornaria uma marca para o personagem, e seria instantaneamente reconhecível na cultura popular nos anos posteriores.


Este filme acontece na realidade no dia seguinte aos acontecimentos de Sexta-Feira 13, Parte 2 (1981), tornando-se sábado, dia 14. Enquanto o início se passa na noite de sábado, dia 14, quando o dono da loja e sua esposa são mortos, a maior parte do filme se passa no dia seguinte, tornando-se domingo, 15. 

Stan Winston foi contratado para criar e esculpir o rosto de Jason. A máscara de Winston nunca foi usada no filme, mas pode ser vista no final alternativo quando Jason decapita Chris. Já Martin Jay Sadoff , o supervisor de efeitos 3-D do filme, é o responsável por criar a máscara de hóquei de Jason. Sadoff sempre mantinha uma sacola cheia de equipamentos de hóquei no set porque ele era um ávido fã de hóquei. Enquanto testava potenciais máscaras para usar com Jason, ele puxou uma máscara de goleiro do Detroit Red Wings para o teste. O diretor Steve Miner adorou o visual e, após fazer algumas modificações na máscara, decidiu usá-la no filme.


Este foi o primeiro filme da Paramount Pictures produzido em 3-D desde Ulysses, de 1954. E curioso é que várias cena em 3D são realmente imersivas como objetos pontiagudos na direção da tela o tempo todo. Devido à novidade das lentes da câmera 3-D, o processo de filmagem foi extenso, com a equipe às vezes demorando horas para montar uma cena e o elenco realizando várias tomadas de uma mesma cena para que o diretor de fotografia capturasse adequadamente os efeitos 3D.

Este é o único filme da série original a ser rodado em widescreen anamórfico 2.39: 1 em oposição a 1: 85.1, e principalmente devido ao uso de 3D que, no momento do lançamento do filme, exigia filmes filmados neste processo a ser filmado com lentes anamórficas 3D especiais. O formato seria revisitado novamente em Freddy vs. Jason em 2003 e no remake de 2009.

E um detalhe final: o terceiro filme que encerra com a possibilidade do último ataque ser um sonho, mais uma vez...


Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final (1984)

Na noite após os eventos em Higgins Haven, o corpo de Jason Voorhees é encontrado e levado ao necrotério. Depois de se recuperar de seus ferimentos e de escapar do frio, ele mata o legista Axel com uma serra e depois apunhala a enfermeira Morgan com um bisturi. No dia seguinte, um grupo de adolescentes vai de carro até uma casa que alugaram em Crystal Lake para passar o fim de semana. Logo Jason chega para provocar mais um banho de sangue.

Mais uma vez, um filme se inicia com uma recapitulação. Este filme também marca o primeiro retorno (oficial) de Jason pós-morte (não dá para ter certeza se ele efetivamente morreu no primeiro devido a inconsistências na história) e também a primeira vez que a série de encerra (que ocorrerão várias vezes, inclusive, no próximo filme, não é o Jason que mata).


Quando Sexta-Feira 13 - Parte 3 foi lançado, inicialmente se assumiu que a série terminaria como uma trilogia, embora não houvesse nenhum subtítulo para indicá-lo como o último filme da franquia. Inclusive, no final, Jason morre após ser enforcado e golpeado na cabeça. 

Os executivos da Paramount estavam cientes de que o público estava perdendo o interesse pelo subgênero slasher e acharam que era uma boa escolha concluir a série. No entanto, a ideia veio de Frank Mancuso Jr. (filho do CEO da Paramount, Frank Mancuso Sr.), enquanto se realizavam a Parte 2 e a Parte 3 e ele sentiu que ninguém o respeitava por isso, independente de quanto dinheiro rendessem. Querendo trabalhar em outros tipos de projetos cinematográficos, ele decidiu acabar com a franquia no quarto filme e matar Jason definitivamente.


Joseph Zito, diretor de Quem Matou Rosemary? (1981), foi inicialmente escolhido para dirigir e escrever o roteiro do filme. Embora Zito não fosse roteirista, o contrato permitia que ele recebesse o dobro de dinheiro para realizar ambos os trabalhos, o que o levou a aceitar. Zito usou secretamente seu salário extra para contratar Barney Cohen para escrever o roteiro.

Durante as filmagens, Kimberly Beck, que interpreta Trish, passou por acontecimentos estranhos, incluindo um homem observando-a enquanto ela corria no parque e telefonemas estranhos a qualquer hora. Isso parou quando a produção acabou.


Cronologicamente, as partes 2, 3 e 4 ocorrem ao longo de 5 dias, de sexta-feira 13 a terça-feira 17. Durante esse tempo, Jason mata 34 pessoas. Tom Savini aceitou voltar para dar números finais convincentes à maquiagem de Jason (que no final das contas, não aconteceu).

Para finalizar, vou pontuar duas coisas: apesar de se passarem apenas dias, a deterioração da pele do Jason ao longo dos filmes é visível, como se tivesse passado um tempo bem maior. Segundo, a tradição da série ditava que os finais precisavam de uma conclusão falsa  com uma sequência do sonho. Ela foi de fato, filmada, mas optaram em manter o final "real",


Sexta-Feira 13 - Parte 5: Um Novo Começo

Há anos Tommy Jarvis matou o assassino em série Jason Voorhees, mas ainda mora em um hospital psiquiátrico e luta contra o trauma da experiência. Quando Tommy se muda para uma casa isolada, ele tem pesadelos sobre o retorno de Jason, e logo um dos pacientes é morto. Como a contagem de corpos aumenta, Tommy começa a questionar sua sanidade e se pergunta se Jason ressuscitou. Mas, para determinar a identidade do assassino, Tommy precisa sobreviver.

Ainda que haja algumas falhas de continuidade, de modo geral, os "Sexta feira 13" se respeitam bastante, tornando os filmes, quando vistos em maratona, uma série bem coesa.  E se o filme anterior não termina oficialmente com um sonho, o quinto começa desta forma. 


O filme é o único da série Sexta-Feira 13 a apresentar um design da máscara de hóquei com dois triângulos azuis apontando para baixo, ao contrário da variante mais comum de três triângulos vermelhos, com os dois inferiores apontando para cima. 

A história foi originalmente escrita para ter Corey Feldman como estrela, reprisando o papel de Tommy Jarvis e dando a costumeira continuidade diária da trama. No entanto, ele já estava trabalhando em Os Goonies, portanto, o roteiro foi reescrito para ter a aparência de Feldman limitada a uma participação especial. Feldman filmou sua participação em um domingo, já que aquele era seu dia de folga das filmagens, e elas foram realizadas no quintal da casa da família do ator em Los Angeles, com uma máquina de simular chuva. 


Curioso que o ator  Richard Young, que faz o personagem chamado Matt, trabalha em Histórias Maravilhosas e Indiana Jones e a Última Cruzada e todos estes 3 filmes são produzidos ou dirigidos por Steven Spielberg. Outra coincidência é que o editor de 'Um Novo Começo', Bruce Green, havia sido editor assistente do futuro editor vencedor do Oscar Michael Kahn em Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984). Ambos de Spielberg, como sabemos.

Este é o primeiro filme da série em que Jason é realmente conhecido por seu nome completo: Jason Voorhees. Em Sexta-Feira 13 (1980), Sexta-Feira 13, Parte 2 (1981), e Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final (1984), ele é apenas referido como Jason, enquanto ele não é referido qualquer nome em Sexta-Feira 13, Parte 3 (1982).


Danny Steinmann iria escrever e dirigir uma sequência de Aniversário Macabro (1972) para a Paramount. No entanto, depois que o projeto fracassou, os produtores ofereceram este filme a Steinmann. Para quem não se lembra, o produtor de Aniversário Macabro foi Sean S. Cunningham, diretor do primeiro Sexta-Feira 13.

E depois deste filme, Danny se envolveu em um terrível acidente de bicicleta que quase o matou, pouco depois do lançamento deste filme. Ele passou anos se recuperando e nunca mais voltou a fazer filmes, apesar de muitas tentativas que davam errado por variados motivos.


Uma das cenas mais marcantes é o assassinato da personagem de Deborah Voorhees. Sua morte com uma grande tesoura é um aceno a outro slasher de sucesso, Chamas da Morte, em que Tom Savini trabalhou. Tom, como mencionado nos textos acima, esteve envolvido nas produções, direta ou indiretamente, até o filme anterior. 

Deborah Voorhees (que realmente tinha o mesmo sobrenome do Jason da ficção) passou por problemas no colégio onde ela trabalhou, pois alguns alunos expuseram fotos de cenas em que ela aparece nua. Deborah costuma brincar quando seu sobrenome é reconhecido. Ela diz que Jason Voorhees é seu marido e que é um verdadeiro saco tirar manchas de sangue de sua roupa.


O filme também termina com um sonho (além de pouco antes, a tradicional cena em que Jason joga alguém por uma janela ou ele mesmo entra por ela). E após o sonho, há uma indicação que Tommy seria o assassino no próximo filme. No entanto, essa reviravolta na história foi abandonada quando os fãs exigiram o retorno de Jason, e assim, ele foi ressuscitado em Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive (1986). Se o filme tivesse sido bem recebido, os produtores teriam trazido John Shepherd e Melanie Kinnaman de volta para uma sequência direta.

E por fim, um detalhe interessante: a sequência de créditos de abertura de Sexta-Feira 13: O Capítulo Final (1984) originalmente deveria apresentar a máscara de hóquei explodindo no título do filme, no entanto, devido a um aperto de tempo e pressão do diretor Joseph Zito para lançar o filme na sexta-feira dia 13, o trabalho nesta sequência de abertura permaneceu incompleto. A explosão é finalmente mostrada no título de Um Novo Começo,

Em tempo, também entrevistei a atriz Melanie Kinnaman, que faz o papel feminino principal. 


Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive (1986)

Assistir filmes em sequência tem um fator chamado fadiga. Quando uma ideia vai ficando repetitiva, você começa a cansar. Neste sentido, a série de filmes Sexta-Feira 13 se sai muito bem. Apenas o quarto filme (até aqui), representa este "mais do mesmo". Apesar de serem slashers onde a trama funciona, basicamente, em torno de um assassino matando jovens de forma violenta, grandes variações são colocadas para proporcionar uma real razão de o público ir aos cinemas.

Para ter uma ideia, nesta parte 6 é a primeira (e única)  vez que não há nenhuma nudez, embora haja uma cena de sexo. O escritor e diretor Tom McLoughlin chegou a abordar a atriz Darcy DeMoss sobre aparecer de topless em sua cena de sexo (ela recusou), mas admitiu mais tarde que se sentiu desconfortável em sugerir tal coisa, mas tentou apaziguar seus produtores, que sentiam que o público hardcore havia chegado esperar por isso.


O filme dá sequência aos eventos do anterior, mas com uma identidade própria até então nunca vista na série. Por exemplo, a caminhonete azul que Tommy dirige é a mesma que Pam dirige em Sexta-Feira 13, Parte 5: Um Novo Começo (1985). John Shepherd, que estrelou como Tommy em Sexta-Feira 13, Parte 5: Um Novo Começo (1985), não quis repetir o papel e foi para Thom Mathews.  O motivo foi porque ele virou cristão renascido e seguiu um novo caminho. Com sito, Tommy Jarvis se tornou o único protagonista recorrente na série e interpretado por três atores diferentes.

Eu tive a honra de entrevistar o diretor e o ator Thom Mathews. Honra por que, em minha opinião, este é de longe, o melhor filme da série. Na trama, Tommy Jarvis ( Mathews) é liberado da instituição de recuperação mental em que passou a maior parte de sua adolescência. Junto com seu amigo Allen Hawes, Tommy vai escavar e cremar o cadáver de Jason. Mas quando ele perfura o peito de Jason com uma barra de ferro, um raio cai e acaba ressuscitando o assassino. Jason rapidamente tira o coração de Allen com um soco no peito, e, enquanto Tommy foge, Jason vai para Lake Forest Green (antigo Crystal Lake).


A produção é muito marcante pela quantidade de elementos de que dão vida à obra, como a ressurreição de Jason ao estilo Frankenstein, a abertura em referência a James Bond, a trilha sonora (de longe a melhor da série), mortes bem elaboradas, personagens marcantes (mesmo os secundários) como o grupo de crianças, o xerife ou o grupo que brinca na floresta de paintball.

Anos após seu lançamento, Kevin Williamson disse ao diretor Tom McLoughlin que esse filme teve uma grande influência sobre ele enquanto crescia e ajudou a inspirá-lo a escrever seu filme de terror idiota Pânico (1996). Curiosamente, McLoughlin teve a chance de dirigir Pânico em meados dos anos 90, o trabalho que Wes Craven acabou aceitando. 


O filme contém inúmeras referências a outros filmes de terror e / ou pessoas a eles relacionadas. Megan menciona Cunningham Road, uma referência a Sean S. Cunningham, diretor de Sexta-Feira 13 (1980) e criador da série, enquanto Tommy menciona uma mercearia chamada Karloff's, uma homenagem ao famoso ator de terror Boris Karloff. Além disso, o xerife Garris menciona uma cidade chamada Carpenter, uma referência ao cineasta John Carpenter, diretor de Halloween: A Noite do Terror (1978), enquanto o nome Sissy talvez seja uma referência a Sissy Spacek , que estrelou Carrie, A Estranha (1976), que se baseia em um romance de Stephen King . 

Além disso, Sissy usa uma jaqueta com o nome "Baker" nas costas, possivelmente uma referência a Angela Baker do Acampamento Sinistro (1983), e/ou mestre de efeitos especiais, Rick Baker. Allen Hawes ( Ron Palillo ) leva o nome do melhor amigo do diretor Tom McLoughlin, Mike Hawes, enquanto o Sheriff Garris (David Kagen) leva o nome do amigo de McLoughlin, o escritor/diretor Mick Garris, que depois faria várias adaptações de livros do mestre Stephen King, para o cinema ou TV.


O diretor Tom McLoughlin levou para casa alguns adereços do filme, incluindo a lápide de Jason, que fica do lado de fora de sua casa, parecendo que Jason está enterrado em seu quintal  e seu caixão, que fica em sua garagem. 

E para finalizar, uma coincidência bem representativa: Thom Mathews que trabalha neste sexto filme do Jason, faz o papel de  Freddy de A Volta dos Mortos-Vivos.  Jason e Freddy se enfrentam anos depois no cinema... Mas claro, o Freddy que ele faz não é o Kruger, se tornando assim, uma bela coincidência, já que todos são filmes de horror, mas com bastante humor inserido. 


Sexta-Feira 13, Parte 7: A Matança Continua (1988)

Chegando ao sétimo exemplar, conhecemos Tina Shepard (Lar Park-Lincoln), uma adolescente com poderes telecinéticos. Quando menina tirava férias no acampamento Crystal Lake, e acabou matando seu abusivo pai com o uso das suas habilidades mentais, quando teve um acesso de raiva. 

Anos depois, ao se aconselhar com Crews (Terry Kiser), um psicólogo manipulador e ambicioso, Tina concorda em participar de uma terapia radical que a leva de volta à Crystal Lake. Infelizmente, as habilidades psíquicas de Tina despertam Jason Voorhees (Kane Hodder), que estava sepultado no fundo do lago, o que faz com que o vingativo Jason elimine vários adolescentes de uma casa próxima de forma sangrenta. Assim, Tina tenta deter o massacre de Jason usando seus poderes.


Neste sétimo filme, voltam as longas recapitulações (quase 4 minutos). Este foi o último filme de 'Sexta-Feira 13' a usar filmagens de qualquer um dos filmes anteriores. Além de mostrar imagens de Sexta-Feira 13, Parte 2 (1981), Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final (1984) e Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive (1986), a montagem de abertura também usou a filmagem do trailer oficial da Parte 6, incluindo a lenta tomada panorâmica do cemitério e a explosão da lápide.

Este também marca o Jason mais famoso, interpretado por Kane Hodder (que atuou nas partes 7, 8, 9 e 10). Aliás, durante as filmagens, o camarim de Kane ficava a quatrocentos metros por uma estrada de terra. Uma noite as filmagens terminaram às 2 da manhã e ainda com o traje de Jason, ele decidiu caminhar pela floresta em direção ao seu camarim. Enquanto ele caminhava, alguém se aproximou dele e perguntou se ele estava com o filme. 


Ele não respondeu, porque ele achou que era uma pergunta muito estúpida de se fazer, já que ele estava lá com a fantasia completa de Jason. Quando o homem perguntou novamente, Kane deu uma pequena estocada nele e grunhiu. O cara saiu correndo, tropeçando e correndo.

Kane Hodder disse que teve dificuldade com a cena em que mata a campista no saco de dormir, jogando-a contra a árvore, porque o boneco dentro era mais pesado do que ele pensava que seria. A cena exigiu uma série de retomadas porque ele continuou balançando o mais forte que podia, mas não importava o quanto ele balançava o saco de dormir, ele não conseguia fazer com que parecesse certo. Na tomada final, ele estava tão farto da situação que, depois de largar o saco, ele o chutou com raiva. Em retrospecto, Hodder disse que essa foi uma de suas "mortes" favoritas e mais tarde ele a recria em Jason X (2001).


Curiosamente, esta cena está entre as editadas, ficando parcialmente fora do corte final, como Maddy sendo esfaqueado no galpão de madeira, o corpo do Dr. Crews sendo cortado em dois na floresta, o machado de Russell no rosto à beira do lago, Jason segurando a cabeça de David e uma cena final de Jason pulando da água e agarrando um pescador. Aliás, o final não faz qualquer sentido, mesmo se levarmos em consideração que se trata de uma paranormal e algum elemento da cena ser sonho, algo comum nos filmes anteriores. Principalmente pelo pai, morto há uns 10 anos, estar no fundo do lago e aparecer com apenas o rosto sujo de lama.

O diretor John Carl Buechler irritou-se publicamente muitas vezes ao longo dos anos sobre o número de edições exigidas pela MPAA para evitar uma classificação "X". O filme teve que ser submetido nove vezes à Motion Picture Association of America antes de receber uma classificação "R", e é indiscutivelmente o filme mais censurado da série.


Este filme foi originalmente planejado para trazer Jason Voorhees e Freddy Krueger juntos na tela pela primeira vez. No entanto, quando a Paramount Pictures (na época detinha os direitos da série) e a New Line Cinema (detentora de A Hora do Pesadelo) não conseguiram chegar num acordo e o roteiro foi reescrito para colocar Jason contra a telecinética Tina Shepard.

Ainda bem que não aconteceu, pois teria, muito provavelmente, sabotado a impagável ida de Jason a Nova York no filme a seguir.


Sexta-Feira 13, Parte 8: Jason ataca Nova York  (1989)

Do pó veio, ao pó retornou... 

Despertado pela descarga de um cabo submerso, Jason toma carona num iate em excursão de estudantes, matando os jovens de todas as formas possíveis, por fim desembarcando justamente em Nova York, espalhando horror. 

Assim como no sexto filme, Jason retorna com uma descarga elétrica, tal como o clássico monstro de Frankenstein. E a passos largos, se distancia do slasher que o originou. A necessidade de inserir novos elementos para fidelizar o público vai ficando cada vez mais surreal (lembrando que ela ainda irá para o espaço no filme 10). Ao sair do acampamento e ir para um grande centro urbano, a trama perde uma de suas principais características, que é a trama se passar num acampamento.


O diretor e roteirista Bob Hedden tinha a intenção de realizar cenas no Madison Square Garden, no Empire State Building e na Brooklyn Bridge, todos os ícones de Nova York. Entretanto a Paramount informou que o orçamento disponível não permitia que as filmagens ocorressem na cidade por muito tempo. Com isso, Hedden teve que reescrever o roteiro, de forma a ampliar o trecho que ocorre no cruzeiro e diminuir a parte do filme que ocorre efetivamente em Nova York. 

Exceto por dois dias de filmagem na Times Square, todas as cenas nas docas, esgoto, becos e lanchonete foram filmadas em Vancouver por  razões orçamentárias, o que levou o elenco a chamar o filme de "Jason Takes Vancouver". 


Para quem assistir ao filme dublado, vai se deparar com a pérola "Jason Yorker", dito pelo personagem Jimmy no início do filme, ao contar a história do garoto para a namorada. Mas o que faz menos sentido ainda é que o garoto, num ato pré-coito, brinca de assassinar a namorada com a máscara de Jason e com um detalhe: ela contém o buraco da rachadura de filmes anteriores (ou seja, uma década atrás, pelo menos), sendo que a máscara parece um acessório comprado já que a mesma foi quebrada ao meio no filme anterior. 

Aliás, como o navio saiu de Crystal Lake e entrou no Oceano Atlântico??? Outra cena que não faz qualquer sentido é aquela (aos 32 minutos), em que uma personagem é agarrada pela figura de Jason Voohees criança, em pleno alto mar, dando ares fantasmagóricos à trama. 


Lar Park-Lincoln originalmente queria assinar para reprisar seu papel como Tina Shepard na Parte 8, mas ela queria um salário mais alto do que o que recebia em Sexta-Feira 13, Parte 7: A Matança Continua (1988). A Paramount disse a ela que seu orçamento não poderia pagar a ela mais do que ela esperava e por isso ela recusou o papel. Assim, a Paramount decidiu reescrever todo o roteiro da Parte 8 para levar o filme a uma direção totalmente nova, o que mais tarde excluiu completamente a personagem de Tina, pois decidiram que não queriam que ninguém da Parte 7 voltasse.

Este foi o último filme da série a ser produzido e distribuído exclusivamente pela Paramount Pictures. O estúdio vendeu os direitos dos personagens Jason Voorhess e Pamela Voorhess, o nome Crystal Lake e a marca Friday the 13th à New Line Cinema. A causa desta venda foi o fraco desempenho do filme nas bilheterias.


Durante os créditos de abertura do Time Square de Nova York, um enorme pôster do Batman (1989) é claramente visível. As filmagens dessas cenas ocorreram durante a campanha promocional do primeiro filme do Batman de Tim Burton, estrelado por Jack Nicholson e Michael Keaton. O final do roteiro original mostrava Jason sendo completamente derretido por lixo tóxico (o que ocorre de forma parcial com o Coringa em Batman) e sua alma finalmente liberada. Mas eles mudaram para que, se houvesse uma chance de uma sequência.

Devido ao feedback negativo dos fãs e do próprio Rob Hedden, como o filme não era o que ele queria, ele se desculpou repetidamente com todos os fãs que ficaram decepcionados com o filme, como no comentário de áudio em Blu-ray e DVD, e desde então renegou o filme. Uma pena, pois eu curto demais o filme.


Um último detalhe: como é sabido,  um crossover entre Freddy e Jason era planejado (e muito desejado). E como o Sétimo filme "quase foi", neste oitavo fizeram uma referência bem legal. Quando Jason chega em Nova York, ele enfrenta uma dupla de drogados. A cena da seringa remete a filme A Hora do Pesadelo 3 e da mesma forma, a bandana usada por um dos bandidos, é semelhante ás queimaduras características de Freddy Krugger. Fiz a captura das imagens para comparação.

Jason vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira (1993)

Confesso que apesar dos problemas que tenho com a parte 4, 5 e as ressalvas com a 8, eu vejo estas obras com um carinho que supera os eventuais problemas. Já os 3 próximos filmes da New Line são uma tortura, dentro da mitologia criada, o que não significa que sejam ruins, mas vivem num universo paralelo, descontinuando completamente a história.

Na trama, o FBI realiza com sucesso uma armadilha para eliminar Jason Voorhess (Kane Hodder). Os pedaços de seu corpo são levados ao necrotério, mas logo o espírito de Jason toma conta do legista. Isto faz com que ele coma o coração de Jason e passe a encarná-lo. A situação se repete com diversas pessoas, com Jason trocando de corpo sempre que este enfraquece. Seu alvo é reencontrar sua irmã, Jessica (Kari Keegan), que vive em Crystal Lake.


Ainda no início do projeto, uma das ideias levantadas era que Jason Voorhess fosse a Los Angeles, onde enfrentaria duas gangues rivais. Inicialmente, o título original seria "Friday the 13th Part IX: The Dark Heart of Jason Voorhess". Foi oferecida a John McTiernan a direção deste filme, mas ele preferiu trabalhar em O Último Grande Herói (1993). 

O Necronomicon encontrado na casa dos Voorhess é o mesmo dos filmes Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio (1981) e Uma Noite Alucinante 2 (1987). Na época, o diretor Sam Raimi escreveu uma carta ao roteirista Tom Sullivan perdoando-o por não ter pedido autorização para usar o objeto. Sullivan declarou que não foi pago por isto e que jamais emprestaria novamente algum objeto sem ter garantias de que este não seria utilizado.


Nos Estados Unidos, foi lançada uma história em quadrinhos que narra os eventos ocorridos entre Sexta-Feira 13 - Parte VIII: Jason Ataca em Nova York (1989) e este filme, de tão destoantes são os filmes. 

Michael B. Silver e Michelle Clunie, que interpretam Luke e Deborah no filme, foram um casal na vida real, mas se separaram pouco antes de serem escalados. Isso causou certo constrangimento inicial quando eles descobriram que estariam trabalhando juntos em uma cena tão íntima.


O filme foi bastante problemático também no desenrolar. Alguns enredos iam sendo abandonados no meio, personagens esquecidos e subtramas deixadas de lado. Parecia um projeto sendo escrito como uma novela, dia a dia e vendo o que funcionava melhor. De acordo com a atriz Rusty Schwimmer, a maior parte do diálogo entre seu personagem, Joey B, e Shelby (Leslie Jordan) foi improvisada no set. "Eles apenas ligaram as câmeras e nos deixaram ir".

 Curioso é que a trama lembra muito o filmaço "O Escondido", de 1987, pertencente à New Line. O diretor (que é gente finíssima)  Adam Marcus pretendia ter uma história de fundo envolvendo a Pamela Voorhees. Ela usaria o Necronomicon para ressuscitar seu filho morto (explicando por que ele é difícil de matar) depois que ele se afogou no lago. Mas por uma questão de direitos autorais, o livro foi incluso apenas como eater egg


Adam Marcus também revelou que originalmente pretendia que o protagonista masculino do filme, Steven Freeman, fosse Tommy Jarvis, mas não pôde incluí-lo porque a New Line Cinema não detinha os direitos do personagem de Tommy naquela época e foi forçado a escrever um novo personagem e o nome do filme.

O personagem do filme chamado Robert Campbell é uma homenagem intencional a Robert Englund, que interpretou Freddy Krueger, e Bruce Campbell, que interpretou Ash de A Morte do Demônio. E ambos têm uma relação íntima com a trama.


No final, quando a luva de Freddy agarra a máscara de Jason, era para ser uma piada interna, referindo-se ao fato de que um roteiro colocando Jason e Freddy um contra o outro estava em andamento desde 1987, e deveria ser Sexta-Feira, 13ª parte. VII. No entanto, demorou muito para chegar a um bom roteiro para esse filme, então outro filme (Jason X ) foi produzido no intervalo. Como a New Line possuía ambas as propriedades, um projeto conjunto deveria ser mais fácil de desenvolver, mas Freddy x Jason (2003) levou vários anos (e permaneceu intocado após vários falsos começos) para se concretizar.

Jason X (2001)

A esta altura, Jason passou por tudo na vida. Foi eletrocutado, explodiu, foi executado várias vezes, tomou 6 mil tiros, foi para o inferno e digamos, só não enfrentou Freddy Krugger (ainda). Mas a continuidade da série, que foi destruída no filme anterior, neste sofre a arremetida final, selando o fim dos filmes solos (o próximo seria o remake).


Revendo os filmes em sequência, o que mais me incomodou foi o visual do Jason. Eles mantiveram várias características, como as correntes ao redor do pescoço e o rachado da máscara. Porém sua pele está intacta. Podemos ver pelo rosto e por suas mãos.  Mesmo com isto e outros momentos de vergonha alheia, o filme tem uma das mais icônicas cenas de morte da série.

Na trama, confinado no mais "seguro" nível de segurança do Centro de Pesquisa Crystal Lake, o psicopata Jason Voorhess (Kane Hodder) ainda vive. Até que, enquanto o Dr. Wimmer (David Cronenberg) e Rowan (Lexa Doig), que trabalha no mesmo local que Wimmer, discutem o que fazer com ele, Jason consegue se libertar. Quando está prestes a matar Rowan, Jason e a jovem assistente são congelados criogenicamente, estado este onde permanecem durante mais de 400 anos. Até que, em pleno ano de 2455, uma nave espacial contendo jovens exploradores pousa na Terra para explorar o local. 


O planeta não é mais utilizado como moradia para seres humanos, já que a Terra agora é um mundo contaminado com violentas tempestades, oceanos envenenados e solos estéreis. Porém, durante suas pesquisas no planeta, o Prof. Loew (Jonathan Potts) e seus alunos encontram os corpos de um homem e uma mulher congelados. O processo de auto regeneração de ambos foi ligado e, com os corpos já em processo de descongelamento, eles rapidamente são levados até a nave espacial, na intenção de que ambos sejam estudados por cientistas em Terra II. Porém, antes deles chegarem ao seu destino Jason Voorhess desperta e dá início à uma nova onda de assassinatos.

O roteirista Todd Farmer baseou grande parte do filme em Alien - O 8º Passageiro (1979), chegando a nomear um dos personagens (que também interpretou) Dallas, em homenagem ao personagem de Tom Skerritt no filme de Ridley Scott. Mais uma vez,  a New Line Cinema foi incapaz de incluir legalmente "Friday the 13th" no título do filme, pois a Paramount Pictures ainda possuía o título de marca registrada. A máscara que Jason usa após ser atualizado é uma homenagem a Predator (1987).


Embora este filme tenha sido um fracasso crítico e financeiro em seu lançamento inicial nos cinemas, ele fez mais do que o triplo do custo de produção em DVD e vendas pós-cinema. Estatisticamente, é um dos filmes de 'Sexta-Feira 13' de maior sucesso, o que é incrível. Os cenários do interior da nave parecem aqueles da série Emmanuelle no Espaço, clássicos do Cine Privê. 

A participação de David Cronenberg foi feita como um favor a seu ex-aluno Jim Isaac (diretor de Jason X) por emprestar sua equipe de produção canadense para ele. Em troca, ele queria ser morto na tela. E rápido o suficiente para a sua participação ser esquecida, pelo visto.

A cena de simulação "virtual dos anos 80" incluída no terceiro ato como uma distração para Jason, foi originalmente concebida para ser muito mais detalhada, incluindo um número de mulheres em topless jogando vôlei. Uma ideia até incluía o aparecimento de Pamela Voorhees, a mãe de Jason, e até chegou ao ponto de fazer com que Jason a atacasse, mostrando o quão mal ele havia se tornado. A última ideia foi lamentavelmente abandonada quando Betsy Palmer recusou o papel. Ela inclusive estava fazendo uma peça em Toronto na época em que Jason X estava filmando. 


O final, onde a máscara de Jason cai em um lago na Terra 2, foi deixado em aberto para uma possível sequência. O fracasso crítico e financeiro (nos cinemas) do filme, entretanto, junto com Freddy vs. Jason (2003), levou a qualquer possibilidade de uma sequência ser abandonada.

Freddy vs. Jason (2003)

Finalmente, chegamos ao último número do espetáculo. Dois dos maiores ícones dos filmes slashers, que se flertaram por anos, finalmente tem sua chance. Na história, Freddy está enfraquecido, pois as pessoas se esqueceram dele, já que ele se alimenta do medo das crianças. Ele percebe então que precisa de um instrumento, um monstro que possa usar para instigar o medo. Freddy engana Jason através de sonhos para que saia de Crystal Lake e vá até Elm Street. A matança que promove é atribuída a Freddy, pois ele é o monstro local. Com seus poderes renovados, Freddy volta a matar, mas Jason não pode ser parado e Freddy tem que mostrar a ele quem é o dono do pedaço.


Após seu lançamento, Monica Keena e Katharine Isabelle reclamaram bastante do filme, com Keena em particular dizendo que achou o roteiro terrível, e que ela realmente só assinou pelo dinheiro e para aumentar seu perfil. Os problemas de Isabelle tinham a ver principalmente com o fato de que ela não se dava bem com Ronny Yu, que tentou forçá-la a fazer uma cena de nudez, embora ela tivesse pedido especificamente uma cláusula de "proibição de nudez" ao assinar o contrato.

Cronologicamente, o filme se passa após os acontecimentos de A Hora do Pesadelo 6: Pesadelo Final, a Morte de Freddy (1991) e Jason vai para o Inferno: A Última Sexta-Feira (1993), mas antes de Jason X (2001). O pai de Jason Ritter (Will), John Ritter esteve em A Noiva de Chucky (1998), que também foi dirigido por Ronny Yu, como o chefe Warren Kincaid. Ele faleceu no ano em que este filme foi lançado.


A verdade é que, tanta luta para trazer este confronto para as telas não compensou. E para quem faz uma maratona como esta, assistir a estes 3 últimos filme é um tanto sofrido. Mesmo assim, com um filme desconexo, um no espaço e o último mal aproveitado, a série Sexta-Feira 13 foi a que mais tentou inovar e diversificar sua abordagem. Talvez por isto, tenha sido mais feliz no remake que A Hora do Pesadelo.

Sexta-Feira 13 (2009)

Um dos remakes que mais me dá prazer em rever é Sexta-Feira 13, que segue, com bastante qualidade, os clichês do subgênero. Na trama, Clay (Jared Padalecki) vai à misteriosa floresta de Crystal Lake, em busca de sua irmã desaparecida. Lá ele encontra restos de velhas cabanas, aparentemente abandonadas. Apesar de ser avisado pelos oficiais e habitantes locais, ele resolve explorar o local juntamente com uma jovem, que está em um grupo que se formou para passar um final de semana de aventuras. O que eles não esperavam era encontrar Jason Voorhess (Derek Mears), o assassino da máscara de hóquei.


A produção sintetiza os primeiros filmes, mostrando brevemente a mãe de Jason sendo morta, bem como o assassino usando ainda um saco na cabeça. E houve uma razão para isto, Victor Miller, o roteirista do original, disse que o roteiro foi escrito de tal forma que poderia ser considerado uma sequência em vez de um remake, porque isso significava que eles poderiam pagar menos a ele se o filme fosse qualificado desta forma.  No final das contas, a produção deu um "H", ocasionando numa ação judicial, e que mesmo assim, foi perdida pelo roteirista. No final das contas, o filme foi anunciado como um remake.

Ao contrário dos filmes posteriores, onde Jason começou a aparecer aleatoriamente do nada, o remake usou a ideia de que ele andava por uma série de túneis subterrâneos. Esse conceito estava no roteiro original de Mark Wheaton, mas Mark Swift e Damian Shannon alegaram nunca ter lido o roteiro de Wheaton até que o filme fosse concluído, tendo tido a mesma ideia sobre os túneis por conta própria. Quanto à plantação de maconha que Jason parece usar para atrair adolescentes para armadilhas, aparentemente nenhum escritor pode alegar que é sua. De acordo com Swift e Shannon, essa foi na verdade a ideia do diretor Marcus Nispel desde o início do processo de desenvolvimento, e foi seu trabalho incorporá-la ao roteiro.


O próprio Jason teve sua personalidade alterada. Ele foi repensado como mais territorial, como um caçador, alguém que não mata pessoas ao acaso, mas defende seu território de qualquer invasão. O diretor Marcus Nispel colocou novos aspectos da personalidade de Jason. Sua representação de Jason como um sobrevivente defendendo seu território é parcialmente inspirada no personagem de John Rambo em “Rambo - Programado Para Matar (1982)”. Curiosamente, este sistema de túneis é usado no filme Rambo - Até o fim.

Este é o segundo remake do diretor Marcus Nispel de um clássico filme de terror, em um currículo de apenas quatro longas. O primeiro foi O Massacre da Serra Elétrica (2003), que também foi produzido pela empresa Platinum Dunes, também produzido por Michael Bay e com pelo menos, um ator do grupo principal aparecendo nos dois filmes.


Aliás, no hiato da série Supernatural, Jared Padalecki e Jensen Ackles estrelaram dois remakes de filmes de terror dos anos 80, com Jared fazendo este e Jensen fazendo "Dia dos Namorados Macabro (2009)". Jared também estrelou outro remake  A Casa de Cera (2005), porem não era de um filme oitentista.

Travis Van Winkle interpreta um personagem chamado Trent, o mesmo nome de seu personagem Trent DeMarco de Transformers (2007), que foi dirigido por Michael Bay. Segundo o próprio Bay, trata-se do mesmo personagem, revelando que tanto esse filme quanto aquela franquia ocorrem no mesmo universo.

Só faltava mesmo Jason se tornar um Decepticom;

Ufa...terminou
 


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