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A MALDIÇÃO (1996) - FILM REVIEW


Definhando.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo

O poder da sugestão.

É interessante pensarmos em um filme quando percebemos camadas, que funcionam como estradas que te levam a caminhos diferentes. E Stephen King, autor do livro no qual A Maldição é baseado, sabe disso. 

No filme, Billy Halleck (Robert John Burke) é um advogado influente, que livrou recentemente o mafioso Richie Ginelli (Joe Mantegna) da prisão. Billy leva uma vida perfeita, com exceção da dificuldade em emagrecer. Um dia, ele atropela uma cigana e, devido a isto, é lançado contra si uma maldição que fará com que emagreça cada vez mais, até morrer. 

Logo sua família acredita que ele está doente, mas não sabem como ampará-lo. Apenas Richie acredita na história da maldição e tenta de alguma forma ajudá-lo.

Portanto, em um primeiro momento, entendemos que é a apenas uma história de um advogado que atropela a pessoa errada e uma maldição é jogada sobre ele. Porém, há duas formas de interpretação: olhar o cigano como um feiticeiro capaz de tal feito, ou o poder da sugestão. E esse, sim, vale a pena ser discutido. 

Livros, revistas e programas de TV oferecem maneiras em que a auto-hipnose pode nos ajudar a parar de fumar, reforçar nossa carreira e melhorar nossa vida amorosa. A eficácia da sugestão tem sido demonstrada ocasionalmente em cada campo da medicina e do comportamento humano. Em muitos casos, o placebo foi mais eficaz do que o farmacêutico testado! Simplesmente acreditar que algo faz bem pode de fato fazer uma diferença positiva.

Quando dizemos algo para nós mesmos, por mais que seja um comando longe de ser real, de alguma maneira estamos começando a trabalhar para que o que quer que seja tome forma. Ao reforçar aquela ideia, você dá um passo adiante, acrescenta uma força a mais para que determinado pensamento se concretize. Ou seja, é um trabalho que podemos fazer em nós mesmos. Mas como nem todos são capazes, é necessário um gatilho.

Ele pode vir de muitas formas: como uma pessoa que busca um grande amor, enquanto sua vida pessoal está um desastre. E quando ela encontra esse amor, de forma inexplicável, tudo em sua vida melhora. 

Outro exemplo, é o que vemos nas igrejas. Quando o pastor fala para a pessoa levar um item pessoal para abençoar sua vida, em muitos casos, a pessoa consegue seu objetivo. Mesmo que envolva sua própria fé, ela precisou de um ativador de força, e acreditar que aquele ato funcionaria.

Uma das poucas certezas que podemos ter na vida é bastante clara para qualquer um que já tenha tirado ao menos um minuto para pensar na própria existência: é que não nascemos prontos. Dia após dia, somos brindados com novos conhecimentos, novas descobertas e formas de enxergar o mundo. Isso só reforça a convicção de que somos criaturas sedentas de novos aprendizados e não há maneira melhor de nos mantermos ligados à vida, senão através das mudanças e descobertas que nos potencializam e nos tornam melhores.

E certamente, uma das ferramentas mais úteis é o poder da sugestão. No caso de "A Maldição", o cigano fez com que o personagem Billy fosse emagrecendo. E até certo ponto, lhe poupou muito sofrimento e frustrações, já que ele perde peso muito rápido. O problema é que ele continuo emagrecendo...

Produção

O diretor Tom Holland passou seis anos desenvolvendo o filme. Entre as muitas razões pelas quais a produção continuou adiando é que os executivos temiam que o público comparasse a situação do protagonista à epidemia de AIDS. Após receber o roteiro de Michael McDowell em 1990, o diretor teve que reescrever mais de 10 vezes antes que os executivos dessem sinal verde para o filme.

Dino De Laurentiis originalmente tentou dar vida a este filme em 1986 após concluir Comboio do Terror (1986), outra adaptação de Stephen King. Procurou Sam Raimi (A Morte do Demônio) para dirigir, Scott Spiegel para escrever e Rob Tapert para produzir, mas eles estavam ocupados trabalhando em Uma Noite Alucinante 2 (1987). Di Laurentiis acabou ajudando a produzir Uma Noite Alucinante 2.

Durante a produção, Tom Holland foi acometido pela Paralisia de Bell, um vírus que paralisou um lado de seu rosto. Os efeitos poderiam ter sido minimizados se ele tivesse tomado uma injeção de esteroides imediatamente, mas os produtores insistiram que ele continuasse trabalhando, então demorou 36 horas para ele procurar um médico. E por consequência, demorou mais de um ano e meio para ele se recuperar totalmente.

Fat Boy

Originalmente, a equipe planejava fazer uma maquiagem FX mais horrível, que teria a carne de Billy Halleck pendurada em sua mandíbula saliente e maçãs do rosto. No meio das filmagens, eles decidiram que esse visual era horrível demais. 

Dependendo do estágio de deterioração de seu personagem, Robert John Burke tinha que passar de quatro a seis horas por dia na cadeira de maquiagem. E para a época, ela foi muito bem feita. Burke ainda perdeu 20 quilos para interpretar o papel quando está magro.

Curioso pensarmos em A Maldição, como uma referência a um clássico da Universal: O Lobisomem (1941). Em ambos os casos, um homem é amaldiçoado, e tal maldição é ligada a ciganos. A diferença fica por conta do fato que ninguém pode "sugerir" que outra pessoa se transforme em um homem lobo.

Die clean white men from town, die clean! 

E finalmente, o grande aceno que o filme dá sobre o poder da sugestão, vem com 1h e 14 minutos, quando o personagem de Joe Mantegna joga um líquido no rosto da cigana vivida por Kari Wuhrer. Ela grita desesperada, enquanto o acido corrói o rosto da personagem.  Porém, segundos depois, vemos que nada acontece e ele diz a ela que o liquido era um refrigerante. 

Fica então a sugestão: algumas maldições podem ser destruídas com um simples apagar de uma lâmpada. Ou passada adiante por uma torta... Portanto, cuidado com o que aceita para sua vida.  

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