TRUCKS - COMBOIO DO TERROR (1997) - FILM REVIEW
Caminhões
Texto: M.V.Pacheco
Revisão: Thais A.F. Melo
O conto ‘Trucks’, publicado originalmente em 1973 para a edição da revista Cavalier, e depois relançado como parte do livro Night Shift, de 1978, chegou aos cinemas pelo próprio King, como Maximum Overdrive: o título que a produção ganharia nas telonas (aqui no Brasil se chamando Comboio do Terror).
E recontar a história de Comboio do terror não é nenhuma heresia, já que são poucos que amam o filme de 1986 como eu. Mas é difícil de entender como conseguiram fazer uma produção em plenos 1997 parecer anterior à primeira versão. E não é justificável apenas por ser um filme para TV. Quando percebi o tema inicial evocando as trilhas da saudosa Cannon, já percebi que "algo errado não estava certo".
Na história, Ray e seu filho se mudam para uma distante cidade no interior dos E.U.A., conhecida pelas aparições de UFOs! Isso atrai turistas e por isso, a desiludida Hope também recomeça a vida ali, e se torna a dona do único hotel da cidade.
De repente, a cidade é invadida pelo terror sobre rodas! Os caminhões da cidade começam a se mover por conta própria; parecem ter o poder de pensar, e decidem destruir tudo e todos que estão em seu caminho.
O ataque do caminhão de brinquedo assassino.
Quando penso em uma cena desconectada do resto, logo lembro da ridícula sequência em que o personagem de Mark Wahlberg em Fim dos Tempos (2008), de M. Night Shyamalan, ao qual ele conversa com uma samambaia artificial (imagem acima). Foi uma tentativa infeliz de inserir humor em um momento inoportuno.
Em Comboio do terror, há um ataque de um caminhão de controle remoto a um homem. O tal homem consegue a façanha de ser morto no melhor estilo gore, com tripas escorrendo pelo minúsculo assassino maldito.
Se pensarmos que originalmente, havia uma subtrama em que o personagem Logan se apaixonaria pela motocicleta depois que ela ganha consciência como os outros veículos, a nossa situação iria ficar bem pior.
Piores diálogos do mundo
Se não bastasse tudo que é ruim, ainda somos obrigados a suportar os piores diálogos que um filme poderia conceber. Coisas como "- O Sol está quente não é?" ou "- É o telefone. Quem pode ser?" compõe 100% do que somos obrigados a escutar.
Quando perguntado porque nunca havia dirigido outro filme, Stephen King respondeu: “Você já viu Comboio do Terror?"
Hoje, certamente, seu comentário seria: "Justamente quando reconheci que era impossível fazer algo pior, alguém foi lá e fez".