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JOVEM OUTRA VEZ (1991) - SÉRIE REVIEW


Anos dourados.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


Todo amante de cinema enfrenta uma jornada de aceitação pessoal, pois há um ponto em que você aprende a reconhecer que o filme que tanto gosta é fraco e o que não tem paciência para assistir 5 minutos, é uma obra prima. E tudo bem. Não há problema em rever Comboio do Terror 56 vezes seguidas e não conseguir assistir O Sétimo Selo de novo (considerado um dos 10 melhores filmes do cinema).

A minha jornada envolveu o cinema dos anos 80 e 90. E minha paixão por ele teve efeitos colaterais. Um dos mais marcantes foi meu envolvimento com as adaptações para o cinema ou TV de alguma obra de Stephen King. E a produção em questão hoje é Jovem Outra Vez,  ao qual assisti como minissérie na TV (não lembro qual canal, mas acredito que foi na Rede Bandeirantes e um episódio por dia).


Na trama, quando a explosão de um laboratório super-secreto do governo fere um velho zelador (Keith Szarabajka), ninguém jamais imaginaria as aterrorizantes consequências. O contato com misteriosas substâncias químicas faz com que ele passe por uma bizarra mutação. Lentamente... incrivelmente... ele vai se tornando mais jovem a cada dia. 

Agora, um cruel assassino da CIA, não se deterá diante de nada, até conseguir capturá-lo e transformá-lo em cobaia. Com seu futuro em risco, o zelador foge com sua mulher (Frances Sternhagen, Sex and the City) e uma decidida agente (Felicity Huffman, Desperate Housewives). Mas enquanto isso, ele continua a se transformar em um ser com poderes tão mortais quanto inacreditáveis.


O paralelo com O Curioso Caso de Benjamim Button é inevitável, ainda que a similaridade se resuma a vida reversa. O ponto de partida temporal é completamente diferente. Enquanto a trajetória de Button mira o rejuvenescimento como destino, em Jovem Outra Vez, funciona como uma segunda chance. E como ele não "volta" no tempo, basicamente, ele é o cara com toda sabedoria adquirida, só que com a aparência jovem. Literalmente, o sonho de consumo de TODO mundo. Quem não gostaria de ser mais esperto quando jovem?

A minissérie foi dirigida por Allen Coulter, (3 episódios), Michael Gornick (2 episódios), Kenneth Fink e Stephen Tolkin em 1 episódio cada. E talvez aí resida o grande problema, pois nas outras produções que fizeram sucesso, o diretor era apenas um, e Mick Garris ou Tommy Mcloughlin (dois ótimos diretores que tive a honra de entrevistar). Garris fez no universo King: "Sonâmbulos", "A Dança da Morte", "A Maldição de Quicksilver", "O Iluminado", "Montado na Bala", "Desespero" e   "Saco de Ossos".  Tommy Mcloughlin dirigiu "Às vezes eles voltam". 


Havia também Craig R. Baxley (A Tempestade do Século, Kingdom Hospital, O Diário de Ellen Rimbauer, Rose Red - A Casa Adormecida) e Tom Holland (A maldição e Fenda No Tempo). Mas no final das contas, a direção de Jovem Outra Vez foi rateada, o que pode ter prejudicado sensivelmente o resultado. 

Jovem Outra Vez também faz parte do universo compartilhado de King. O perseguidor de Harlan e Gina Williams, Jude Andrews interpretado por RD Call, e sua protetora, Terry Spann interpretada por Felicity Huffman, trabalharam para a agência secreta do governo dos EUA conhecida como "The Shop" que sequestrou Drew Barrymore em outro romance de Stephen King, Chamas da Vingança (1984). Em outro momento, Terry, ao convencer Harlan e sua esposa a fugir com ela, faz referência a um Agente chamado Rainbird, também de Chamas da Vingança. Neste filme de 84, o personagem foi interpretado por George C. Scott.

Um detalhe interessante: a casa que o personagem principal se refugia no final é muito semelhante à de Dança da Morte, lançado 3 anos depois. Também em Dança da Morte há uma personagem cega, com óculos pequenos arredondados e cabelo chanel (a diferença é que em Jovem Outra Vez ela já tem uns 38 anos e em Dança da Morte é bem mais jovem).


Stephen King frequentemente aparece como uma participação especial em seus filmes e séries. Aqui ele interpreta o motorista de ônibus que pega Gina e Terry. Ao longo dos anos, isto virou uma marca registrada dele.

Em sua exibição original na rede de televisão, "Jovem Outra Vez" foi criada como uma possível série contínua com um final em aberto. A esposa de Harlan, Gina, morre de ataque cardíaco enquanto eles tentavam escapar. Harlan recusou-se a sair do lado dela, forçando Terry Spann e o General Crews a deixá-lo para trás. Harlan foi capturado pela agente Jude Andrews, mas Spann e Crews esperavam libertá-lo em outro momento. Quando a série naufragou e a minissérie foi lançada em vídeo, um final alternativo foi usado, onde Harlan e Gina desapareceram em um vórtice do tempo, e Jude Andrews foi morto por Terry Spann.


Tommyknockers era até então, a única minissérie que eu realmente não tinha gostado, fato que mudou recentemente quando redescobri a obra em sua versão integral e infinitamente melhor. Golden Years assumiu este posto, mesmo não sendo ruim. Mas durante esta nova revisão, não consegui me conectar tão bem à trama. Curiosamente, era a única produção baseada numa obra de King que eu jamais revi. 

Se por um lado, corrigi um erro, por outro, entendi porque jamais voltei nesses anos dourados...



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