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O APANHADOR DE SONHOS (2003) - FILM REVIEW

 


O apanhador de sonhos.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


O apanhador de sonhos é um filme que jamais revi. A memória que tenho é sobre um filme esquecível.  Aparentemente, o filme é tão mal visto, que dentre as obras do mestre disponíveis na HBO Max, que quando se digita Stephen King na busca, aparecem todas, menos ele. Parece incrível, mas nem mesmo a empresa que disponibiliza a produção para ser vista, não facilita a procura.

Mas afinal, como um filme com Morgan Freeman, Timothy Olyphant, Thomas Jane e Jason Lee poderia ser ruim? Ou como uma obra dirigida por Lawrence Kasdan, de filmes como Corpos Ardentes (1981), Silverado (1985) e Wyatt Earp (1994), poderia ser ruim? Ainda pontuada pela bela trilha de James Newton Howard?

Foi a terceira vez em que o roteirista William Goldman adaptou para o cinema um livro escrito por Stephen King. As anteriores foram em Louca Obsessão (1990) e Lembranças de um Verão (2001). Ou seja, não há uma peça fora do lugar. Mas é incrível como, às vezes, todos os ingredientes certos podem gerar um resultado tão errado! Lawrence Kasdan admitiu que o fracasso do filme prejudicou sua carreira, impedindo-o posteriormente de produzir dois filmes.

Pensando na história, que se passa em Derry, Maine, fico na expectativa de a qualquer momento, Pennywise apareça. Até mesmo o bullying, tema tão comum que permeia as obras de King, está presente. 

Na trama, após salvarem Duddits (Donnie Wahlberg) de vândalos adolescentes, quatro garotos ganham estranhos poderes que lhes confere uma ligação telepática. Anos mais tarde, em um acampamento nas florestas do Maine, eles ficam presos em uma violenta e repentina nevasca. É quando eles descobrem que uma força alienígena está pestes a controlar as mentes de todos na cidade onde moram.

O romance original de Stephen King tem 692 páginas. Foi o primeiro livro que ele escreveu após seu acidente de trânsito quase fatal. O acidente se reflete na história, principalmente em uma cena gráfica em que um veículo quase atropela um personagem importante.

Ataque do verme maldito

Quando o filme atinge o pico, ou seja, Morgan Freeman aparece, já estamos com a sensação de que a história foi escrita por umas 4 pessoas, que não se conheciam, não falavam a mesma língua e nem sabiam qual tema seguir. Quando dois dos amigos estão na cabana, e são atacados por um verme, com boca dos Langoliers, e na sequência, um Alien aparece, percebemos que alguém jogou tudo o que foi mostrado fora.

Minutos depois, somos brindados com uma sequência de ataque aos aliens inacreditavelmente anti-climática, fora do tom, com alienígenas pedindo pelo amor de Deus para serem poupados. E aí então, os amigos passam a ser mortos, um a um, também de forma aleatória como um NPC do GTA.

Não há o mínimo de construção de personagens que gere alguma empatia por suas mortes. E considerando que dois haviam morrido e um terceiro, limitado a um limbo, em uma cabana, fazendo "caras e bocas", fica relativamente fácil de entender o motivo do "hate" ao filme. 

Até 1h.30min, nada funciona. Mesmo Morgan Freeman alterna entre antipático, vilão e Morgan Freeman. E a história é completamente mal resolvida em estabelecer as peças dos dois núcleos principais, com os 4 amigos e a dupla Morgan Freeman e Tom Sizemore. O próprio "Apanhador de sonhos", personagem importantíssimo na trama, vivido por Donnie Wahlberg, é jogado de um lado pro outro na trama; hora esquecido, hora lembrado, até que finalmente volta para a constrangedora sequência final. 

King, o rei.

Ao olharmos adaptações para a TV, como Dança da morte, Tempestade do século e Fenda no tempo, percebemos que a fluência da produção esta diretamente relacionada ao tempo de tela: quanto maior, melhor fica e mais rápido o tempo passa. 

Quando lembro de Tommyknockers, fica ainda mais claro, já que a produção foi lançada em home video com duas horas de duração e até recentemente, eu a colocava entre as piores adaptações. E foi quando finalmente descobri que a versão foi picotada e ao assistir à original de 3 horas, pude compreender como as histórias de King precisam de tempo para desenvolvimento. 

Nesse sentido, Apanhador de sonhos ou mesmo Torre negra, mereciam melhor sorte, ganhando uma minissérie para apreciarmos melhor todas as nuances imaginadas por King.  

 
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