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SACO DE OSSOS (2011) - SÉRIE REVIEW

 

Saco de Ossos.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


Dor da perda e o saco de ossos que nos resta

Perder um ente querido é uma das experiências mais dolorosas e difíceis pelas quais alguém pode passar. A dor e a tristeza que acompanham essa perda podem ser avassaladoras, deixando você com uma sensação de vazio e tristeza que parece impossível de se livrar. É um sentimento que pode ficar com você por muito tempo, mesmo anos depois do falecimento do familiar. 

A dor da perda pode ser especialmente aguda se a pessoa que faleceu for alguém muito próximo, como cônjuge, pai, mãe, irmão ou filho. A perda de tal pessoa pode te fazer sentir como se uma parte sua tivesse sido arrancada, deixando-o perdido e sozinho. Você pode estar lutando para aceitar o fato de que a pessoa não está mais com você e que você nunca mais poderá vê-la, falar com ela ou estar com ela novamente.

Ao tentar lidar com ela, pode descobrir que suas emoções estão saltitando por toda parte; sentir raiva, tristeza, confusão ou, às vezes, até entorpecimento. Você pode começar a chorar incontrolavelmente ou pode sentir que não consegue chorar. Também pode sentir sintomas físicos, como dores de cabeça, fadiga ou perda de apetite.

Uma das coisas mais difíceis de lidar é que pode parecer que ninguém realmente entende o que está passando. Mesmo que outras pessoas tenham passado por perdas semelhantes, a dor delas pode ser diferente da sua, e pode ser difícil encontrar alguém que realmente sinta empatia pela sua dor.

Apesar da dor avassaladora, é importante lembrar que é uma parte natural da vida. Todo mundo experimentará uma perda em algum momento e, embora possa ser difícil lidar com isso, é possível encontrar maneiras de seguir em frente e encontrar a paz. Seja conversando com amigos e familiares, procurando ajuda profissional ou participando de atividades que lhe trazem conforto e prazer. 

Em Saco de Ossos, o renomado romancista Mike Noonan (Pierce Brosnan), é obrigado a lidar com a perda, mas ao demonstrar incapacidade de lidar sozinho com a repentina morte de sua esposa, retorna à casa no lago do casal, no Maine, procurando por paz e consolo. 

Lá, ele conhece a pequena Kyra (Caitlin Carmichael) e sua mãe Mattie (Melissa George). Viúva, ela luta na justiça pela guarda da filha contra Max Devore (William Scharllert), o rico ex-sogro. Mike então resolve ajudá-las, mas precisa lidar com a visita de misteriosos fantasmas que parecem trazer uma mensagem de sua falecida esposa.

A série abre pouco espaço para o multiverso kinginiano, justamente por focar, no primeiro momento, na dor da perda. Mas o espectador atento, percebe logo no início, quando ele está em uma sessão de autógrafos, uma pessoa na fila que diz ser o fã número 1 do escritor, referência a Louca Obsessão (1990). 

Outra bastante pontual, é quando ele está de frente para o computador tentando iniciar seu novo livro, momento idêntico vivido por Mort Rainey (Johnny Depp) em Janela Secreta (2004).

Na minissérie, após a morte da esposa, telefones passam a tocar como se fosse a própria esposa ligando. Stephen King usou este elemento posteriormente em "Com Sangue" lançado em 2020, no conto que deu origem ao filme "O Telefone do Sr. Harrigan" de 2022.

Um sutil aceno a Cemitério Maldito (1989) pode ser visto quando ele salva a criança do possível atropelamento. Em um olhar apressado, é apenas uma referência visual, mas fundamental para a trama. Em Cemitério Maldito, a perda da criança desencadeia os eventos que destroem da família Creed. Já com Mike Noonan (Pierce Brosnan), salvar a garota é um símbolo de reconstrução. De nova direção.

A cena da árvore, em que o escritor vê no tronco as formas de uma mulher, mostra o personagem, como disse mais acima, está tentando dar sentido a sua vida, criando novas perspectivas e tomando novos rumos.

É sempre bom lembrar de frases, diálogos e da carta que Benjamin deixa para a filha na obra-prima O Curioso Caso de Benjamin Button, mas no caso específico de Saco de Ossos, Benjamin define a minissérie em algumas sentenças: 

"Às vezes estamos em rota de colisão e apenas não sabemos. Seja por acidente ou por destino, não há mais nada que possamos fazer."

"Estamos destinados a perdermos as pessoas que amamos. De que outra forma, saberíamos o quanto elas foram importantes?"

"Você pode ficar irado como um cão raivoso da forma como as coisas acontecem... pode praguejar e amaldiçoar o destino... mas quando chega perto do fim... tem que relaxa e parar de se importar."

"- Para as coisas importantes, nunca é tarde demais, ou muito cedo, para sermos quem queremos. Não há um limite de tempo, comece quando quiser. Você pode mudar ou não. Não há regras. 

Podemos fazer o melhor ou o pior. Espero que você faça o melhor. Espero que veja as coisas que a assustam. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com diferentes opiniões. Espero que viva uma vida da qual se orgulhe. Se você achar que não tem, espero que tenha a força para começar novamente."


Saco de Ossos é sobre a perda, mas é também sobre qual atitude tomamos com o que resta.


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