CHAPELWAITE (2021) - SÉRIE REVIEW
Chapelwaite,
Texto: M.V.Pacheco
Revisão: Thais A.F. Melo
Os Vampiros de Salem foi uma minissérie lançada em 1979, que contava a história de Ben Mears (David Soul), um romancista natural da pequena cidade de Jerusalem's Lot - ou, como os habitantes locais a chamavam, Salem's Lot.
Enquanto volta para casa em busca de inspiração para sua próxima obra, ele descobre que há um novo morador em uma casa que permaneceu vazia por décadas, um vendedor de antiguidades chamado Barlow. Nenhum dos habitantes da cidade conhece o tal Barlow, e sim o seu charmoso representante, Straker. Mas quando pessoas começam a morrer de repente, as coisas ficam ainda mais estranhas.
Ele foi uma adaptação do livro “A Hora do Vampiro” de 1975 - escrito por Stephen King. Foi seu segundo livro a ser publicado. A cidade Salem's Lot ainda seria protagonista de mais dois contos no futuro ‘’Jerusalem’s Lot’’ e ‘’A Saideira’’, ambos publicados no livro de contos Sombras da Noite, uma coletânea de contos publicada pelo autor em 1978.
A minissérie teve uma continuação dirigida por Larry Cohen em 1987, chamada "Retorno a Salem's Lot" e o livro foi novamente adaptado em 2004, no filme feito para a TV americana chamado A Mansão Marsten estrelando Rob Lowe.
O que nos leva a Chapelwaite, série de 10 episódios e baseada no conto de Stephen King, “Jerusalem’s Lot”, servindo como prelúdio de Vampiros de Salem. Situada na década de 1850, a série acompanha o Capitão Charles Boone (Adrien Brody, de “O Pianista”, 2002), que se muda com os três filhos para uma mansão ancestral, herdada por um primo, na pequena e pacata cidade de Preacher’s Corners, no Maine, após sua esposa morrer de forma trágica em um navio no meio do oceano.
Ao se instalar na mansão, Charles contrata Rebecca Morgan, uma escritora no início de sua carreira, para ser governanta e ajudar a cuidar dos filhos. Porém, assim que chegam na nova cidade em busca de um recomeço, Charles e seus filhos reparam que seu nome é motivo de medo e desconfiança por parte dos habitantes supersticiosos.
No entanto, Charles logo terá que confrontar os segredos da história sórdida de sua família, especialmente em relação a uma maldição que assombra a cidade por gerações. Enquanto isso, Rebecca procura escrever histórias sobre os mistérios que cercam a família Boone. Além das assombrações, a família Boone precisa lidar com a hostilidade de seus vizinhos.
Ainda sobre a localidade...
Jerusalem’s Lot é uma cidade cujo nome veio do mito sobre um dos primeiros moradores da cidade, Charles Belknap Tanner, um criador de porcos, Dentre os porcos, um se chamava Jerusalém. Um dia o animal escapou de seus limites para uma floresta próxima e depois se tornou agressivo. O Sr. Tanner alertou as crianças que invadiam sua propriedade para terem cuidado: “Mantenha-se fora do lote de madeira de Jerusalém”, para que o porco não os atacasse. Eventualmente, a frase “Lote de Jerusalém” ou Jerusalem’s Lot foi adotada como o nome da cidade.
Com a evolução da cidade o "Lot" foi abandonado. Quando o aristocrata Charles Boone e seu criado Calvin McCann mudaram-se para uma casa próxima, conhecida como Chapelwaite, em 1850 e foi procurar a cidade, eles a encontraram deserta. Havia evidências de um culto de bruxas na cidade centrado em Yog-Sothoth; Boone e McCann encontraram uma cópia de De Vermis Mysteriis (“os Mistérios do Verme”) e ao entrar na igreja da cidade, eles encontraram um gigantesco monstro verme, parecendo ser uma encarnação da divindade do Cthulhu Mythos Shudde M’ell, que mata Calvin.
Boone consegue fazer o monstro fugir queimando o livro, mas foge ao ver o cadáver de seu bisavô rastejar para fora do buraco deixado pela partida do verme. Nas cartas que Boone escreve para seu amigo descrevendo esses eventos, ele afirma que pretende se matar para acabar com a linhagem Boone e acabar com o mal em Jerusalem’s Lot.
Por uma razão desconhecida, as pessoas começaram a habitar a cidade novamente após o encontro com o monstro. A data exata em que as pessoas começaram a habitar a cidade novamente, é desconhecida, mas sabe-se que a cidade tinha um representante chamado Elias Jointner na Câmara dos Deputados em 1896. Jerusalem’s Lot tem sido mais frequentemente identificada como uma residência para um grande e misterioso mal, particularmente, vampiros.
“Chapelwaite” foi criado, roteirizado e produzido pelos Irmãos Peter Filardi de Linha Mortal (1990), Jovens Bruxas (1996) e Jason Filardi de A Casa Caiu (2003), 17 Outra Vez (2009), que exploram as raízes de “Jerusalem’s Lot”, inserindo elementos sobrenaturais com uma atmosfera de terror gótico para contar uma história coerente que se adapte perfeitamente com a obra literária.
A ambientação lembra os melhores momentos de Tim Burton, com uma aura de Edgar Allan Poe. Essa atmosfera assustadora é construída com seu próprio foco narrativo, sobre laços familiares, luto, trauma e memória. Bram Stoker e H.P. Lovecraft são outras duas influências notáveis.
A série, original da Epix, foi lançada em 22 de agosto de 2021 nos Estados Unidos, mas só chegou no Brasil em 31 de maio de 2022, disponibilizada na HBO Max. Obrigatória, ainda que se fosse mais enxuta, com uns 3 episódios a menos, seria perfeita. Vale a pena ser conhecida.