O CEMITÉRIO MALDITO 2 (1992) - FILM REVIEW
Semitério de animais II
Texto: M.V.Pacheco
Revisão: Thais A.F. Melo
Continuar filmes de sucesso ou fazer remakes é o caminho natural da indústria do cinema. Eles visam lucro e entendem que nada é mais garantido que trilhar um caminho que deu certo. E o que poderia dar errado contratando a mesma diretora (Mary Lambert)?
Lambert afirmou que seu conceito original para o filme envolveria Ellie Creed como personagem central, a única sobrevivente do primeiro filme. No entanto, a Paramount não estava confiante em fazer com que o protagonista do filme fosse uma adolescente, então a história foi escrita com personagens completamente novos e um protagonista masculino. Furlong, de treze anos (hã??), foi escalado para o papel principal, capitalizando sua ascensão à fama no blockbuster do ano anterior O Exterminador do Futuro 2: Dia do Julgamento (1991).
Na trama, Jeff Matthews (Edward Furlong) é filho de Renee Halow (Darlanne Fluegel), uma atriz de filme de terror que morreu acidentalmente durante uma filmagem, quando recebeu um enorme choque elétrico. Jeff se muda com Chase Matthews (Anthony Edwards), seu pai, um veterinário, para o campo e lá Jeff faz amizade com Drew Gilbert (Jason McGuire), um tímido garoto maltratado por Gus Gilbert (Clancy Brown), seu padrasto, o qual é o xerife local. Jeff também descobre um antigo cemitério indígena, no qual pessoas e animais que ali são enterrados voltam à vida.
Quando a produção começou, em janeiro de 1992, a diretora Mary Lambert estava programada para filmar no Maine, como o primeiro. No entanto, os produtores mudaram a produção para a Geórgia porque estavam preocupados com o inverno do Maine naquela época. Além disso, a folhagem da Geórgia era semelhante à do Maine.
Em uma entrevista, Mary Lambert comentou que a verdadeira razão pela qual ela quis fazer esta sequência foi "Eu realmente queria ter uma ideia do que se passa na cabeça de um adolescente, porque eles fazem coisas estúpidas''.
Porque esse é o tipo de coisa estúpida que um adolescente faria! Louis Creed enterra seu filho devido a um desejo intenso, um sentimento de culpa pois por causa dele que o menino tenha morrido, mas o personagem de Edward Furlong enterra Clancy Brown no Cemitério de Animais porque ele é um adolescente e é estúpido! Para os adolescentes, o sangue não vai para o cérebro; vai para outro lugar.
Kingverso
Quando Jeff está perseguindo o valentão que está com seu gato, eles passam pela casa para onde os Creeds se mudam no primeiro filme. O nome pode ser visto na caixa de correio.
O braço do monstro usado no set de filmagem no início do filme é, na verdade, o braço do esqueleto na lagoa em It - Uma Obra Prima do Medo (1990).
Clancy Brown voltaria ao Kingverso dois anos depois no consagrado Um Sonho de Liberdade.
Às vezes, não fazer o filme, é melhor.
Cemitério Maldito 1 não é tão magistral a ponto de tornar o segundo uma discrepância. Mas é melhor do que a crítica quer que você acredite. A história, na verdade, é bem ampla, desde má educação até bullying por parte dos colegas. Há muitos motivos de vingança que levam a alguns momentos verdadeiramente angustiantes.
Particularmente, as piores sequências, esteticamente falando, são as que fazem uso da câmera lenta. A intensão era intensificar o horror, mas criou um efeito ruim, que rouba a atenção da cena. Uma escolha da diretora.
O filme investiga temas de luto e as consequências de interferir na morte, assim como o filme original e no romance de Stephen King, no entanto, como a trama introduziu novos personagens, ela explorou os horrores do Cemitério de Animais de uma nova perspectiva.
Afinal, o que deu errado?
Desvio do material original foi uma das principais críticas. Distanciar-se do romance original de Stephen King e dos eventos do primeiro filme foi uma decisão equivocada. O enredo também é menos coeso, com personagens superficiais ou sem profundidade, dificultando a empatia com eles.
O filme também se perde na construção de sua atmosfera. As escolhas visuais foram ineficazes. Ao término do filme, fica a sensação que ele se passou apenas dentro dos locais (casas, hospital, estúdio de filmagem). Até o Cemitério de Animais parece gravado em um galpão, com fundo falso. Bem diferente do filme anterior, onde a fotografia privilegiava cenários abertos.
Além disto, o filme tem o pior, mais gratuito, e mais fake jumpscare possível, que é a cena do gato voando no ator. E para finalizar, o filme tem muitas cenas com violência excessiva (que não é a proposta de nenhum Cemitério Maldito).
Curioso, já que filmes de horror, a violência é esperada, mas aqui, fica uma sensação que estão encobrindo o roteiro com cenas de mortes intermináveis.
Não é um filme ruim. Mas erraram o alvo.
E parece que não sabiam nem mesmo qual mirar.