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MARVEL: FASE 3 - SAGA REVIEW

 


Marvel.

Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


A Fase Três começou em 2016 com o lançamento de Capitão América: Guerra Civil e foi concluída em 2019 com o lançamento de Homem-Aranha: Longe de Casa.

Capitão América: Guerra Civil (2016)

Steve Rogers (Chris Evans) é o atual líder dos Vingadores, supergrupo de heróis formado por Viúva Negra (Scarlett Johansson), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Visão (Paul Bettany), Falcão (Anthony Mackie) e Máquina de Combate (Don Cheadle). O ataque de Ultron fez com que os políticos buscassem algum meio de controlar os super-heróis, já que seus atos afetam toda a humanidade. Tal decisão coloca o Capitão América em rota de colisão com Tony Stark (Robert Downey Jr.), o Homem de Ferro.


Com a evolução dos heróis e vilões no cinema, Guerra Civil propõe as mais interessantes e necessárias discussões sobre a influência dos atos destes personagens na vida das pessoas. O controle proposto pelo tratado de Sokóvia pode ser analisado de duas formas bem coesas. Neste sentido, a desavença entre os heróis é totalmente pertinente.

Para o co-diretor Joe Russo, uma das cenas mais espetaculares do filme é quando o Capitão América impede um helicóptero de decolar, apenas usando a força das mãos. Para isso, o ator Chris Evans teve de trabalhar intensamente durante um período. Na gravação, ele segurou um pedaço de ferro perto do helicóptero. A intensidade foi extremamente elogiada por seus diretores.

Os atores Chadwick Boseman e Tom Holland, que interpretam o Pantera Negra e o Homem-Aranha, respectivamente, trabalharam muito na preparação física para seus papeis. Chad viajou para África do Sul para se integrar mais realisticamente à cultura do seu papel. Já Tom escolheu trabalhar com mestres de artes marciais para diminuir a intervenção dos efeitos especiais nas acrobacias que o aracnídeo faz em tela, fazendo tantos movimentos que quase quebrou o nariz durante as filmagens após uma queda mal calculada.



Neste filme, vemos a primeira vez: Pantera Negra, Homem-Aranha, e Brock Rumlow caracterizado de Ossos Cruzados, além da volta do General Ross, dando importância ao filme "Incrível Hulk", que andava esquecido da timeline Marvel. Somos apresentados ainda ao vilão Barão Zemo, que futuramente voltará mascarado em sua forma original dos quadrinhos. Stan Lee aparece no apagar das luzes, como funcionário da Fedex e diz uma de suas falas mais memoráveis: "Você é o Tony Sterco".

No filme há, como de costume, duas cenas pós-créditos. A primeira prenuncia Pantera Negra. Steve Rogers (Chris Evans) observa Bucky Barnes (Sebastian Stan) voltar à criogenia e agradece a T'Challa (Chadwick Boseman), que concedeu asilo a eles em Wakanda até que uma cura para a programação mental de Barnes pela HYDRA possa ser encontrada. Cap avisa a ele que se descobrissem que Bucky está lá, viriam atrás dele, ao que T'Challa responde: "Deixe que eles tentem". Curiosamente, a cena de Wakanda foi filmada nas Cataratas do Iguaçu, no Brasil.


Já prevendo Homem-Aranha: De Volta ao Lar, a segunda cena mostra Peter Parker (Tom Holland) descansando em sua cama enquanto tia May (Marisa Tomei) pergunta sobre seu olho roxo. Assim que ela sai da sala, Peter inspeciona os Atiradores de Teia e relógio que recebeu de Tony Stark (Robert Downey Jr.) enquanto eles exibem um símbolo em forma de aranha no teto.

O filme bateu 1 bi e 100, mostrando que a dupla de irmãos que dirige o filme tem mesmo pé quente e mão boa na condução da história.

Doutor Estranho (2016)

Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) leva uma vida bem sucedida como neurocirurgião. Sua vida muda completamente quando sofre um acidente de carro e fica com as mãos debilitadas. Devido a falhas da medicina tradicional, ele parte para um lugar inesperado em busca de cura e esperança, um misterioso enclave chamado Kamar-Taj, localizado em Katmandu. Lá descobre que o local não é apenas um centro medicinal, mas também a linha de frente contra forças malignas místicas que desejam destruir nossa realidade. Ele passa a treinar e adquire poderes mágicos, mas precisa decidir se vai voltar para sua vida comum ou defender o mundo.


Scott Derrickson é um diretor que parece figurar em multiversos e realidades paralelas. Afinal, como compreender que o cara faz uma bomba chamada Hellraiser V: Inferno e o excelente O Exorcismo de Emily Rose. Novamente, uma bomba chamada O Dia em que a Terra Parou  e em seguida dois ótimos filmes de horror: A Entidade  e Livrai-nos do Mal. Em seguida, embarcou no sucesso Doutor Estranho, sem mostrar qualquer rastro dos filmes anteriores, os bons e os ruins. Curiosamente, o próximo Doutor Estranho, programado  para 2021, sugere ser de... terror.

Doutor Estranho chegou ao Universo Cinematográfico da Marvel para expandir ainda mais os seus limites. Pode-se dizer que ele chegou para abrir as portas da percepção de seus expectadores, aprofundando ainda mais os conceitos sobre magia desse universo. Ainda de quebra, esse filme conta com a primeira aparição da Joia do Tempo.


O filme possui duas posições na cronologia do Universo Marvel. O início se passa em 2016, pouco depois dos acontecimentos de Guerra Civil, quando podemos ver Stephen Strange negar a cirurgia de James Rhodes. O resto do filme, após seu acidente, se passa em 2017.

A ponta de Stan Lee no ônibus é genial e uma das mais divertidas do Universo Marvel.

Na primeira das cenas pós-créditos, Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) pergunta a Thor (Chris Hemsworth) por que ele trouxe seu irmão Loki (Tom Hiddleston) para a Terra.  Ao descobrir que eles estão procurando por Odin, Strange oferece para ajudar, com a condição de que os três voltassem para Asgard assim que a missão fosse completada.


Na outra sequência traz Karl Mordo (Chiwetel Ejiofor) confrontando Jonathan Pangborn (Benjamin Bratt) e retira a magia dele, afirmando que ele está fazendo isso porque há "muitos feiticeiros". É bem possível que o personagem assuma sua personalidade vilanesca em filmes futuros, já que nos quadrinhos ele é conhecido por Barão Mordo.

Guardiões da Galáxia 2 (2017)

Imaginem, há uns 10 anos, se disséssemos que um dos melhores filmes de heróis dos últimos tempos teria nomes no elenco como Vin Diesel, Kurt Russel, Michael Rooker e Sylvester Stallone. Alguém acreditaria? Dificilmente. E ainda com um personagem infame da Sessão da Tarde chamado Howard, o Pato?

Na trama Ayesha, líder da raça Soberana, contrata os Guardiões para proteger valiosas baterias de um monstro inter-dimensional em troca da irmã de Gamora, Nebulosa, que foi pega tentando roubá-las. Depois que Rocky rouba algumas baterias, os Soberanos atacam a nave dos Guardiões com uma frota de drones. Esses drones são destruídos por uma figura misteriosa, mas os Guardiões são forçados a cair em um planeta próximo. A figura revela-se como o pai de Quill, Ego, que o convida, acompanhado por Gamora e Drax, para sua casa, enquanto Rocket e Groot ficam para trás para consertar a nave e vigiar Nebulosa. Enquanto isso, Ayesha contrata Yondu Udonta e sua tripulação, que foram exilados da comunidade dos Saqueadores por tráfico de crianças, para recapturar os Guardiões.


"Vamos salvar a galáxia de novo?"
"Acho que sim."
"Legal! Vamos poder subir bastante nosso preço se salvarmos a galáxia duas vezes!"

Diálogo entre Rocket Raccoon e Senhor das Estrelas

Apesar da sequência de Guardiões da Galáxia ter estreado apenas três anos mais tarde, a história do Vol. 2 se passa apenas alguns meses após os eventos do primeiro filme. Cronologicamente, o filme acontece antes mesmo de Vingadores: Era de Ultron, porém possui uma incongruência, admitida pelos próprios diretores. Trata-se da cena de Stan Lee, na qual ele conta para os Vigias suas aventuras na Terra. Stan Lee fala da vez que ele foi um entregador de encomendas, porém isso só acontece em Capitão América: Guerra Civil, que cronologicamente só aconteceria dali dois anos. Mas claro, podemos dar uma forçadinha de barra e dizer que a cena pós-creditos não retrata, necessariamente, o momento imediatamente após o filme.


Stan, ele é deixado para trás pelos alienígenas e reclama: "Pensei que vocês me dariam uma carona para casa."  Os alienígenas com quem Stan Lee estava conversando são os Vigias, uma raça muito avançada que observa e recolhe informações de todo o universo, sem nunca se envolverem em qualquer evento. Isso é uma grande evidência para uma teoria feita por fãs sobre quem é Stan Lee nos filmes da Marvel.

Mas não parou ai, há  cinco cenas nos créditos!

Após a morte de Yondu (Michael Rooker), Peter Quill (Chris Pratt) dá a Flecha Yaka a Kraglin Obfonteri (Sean Gunn). Então, numa das cenas dos créditos de Guardiões, ele tenta usar a Flecha mas foge quando acaba atingindo Drax (Dave Bautista) no ombro.

A segunda cena mostra Stakar Ogord (Sylvester Stallone), inspirado pelo sacrifício de Yondu Udonta, reúne sua esposa Aleta Ogord (Michelle Yeoh) e seus camaradas e propõe a reunião de sua antiga equipe.


Já a terceira traz Ayesha (Elizabeth Debicki) que diz a sua camareira que ela está criando um ser capaz de destruir os Guardiões da Galáxia, decidindo chamar sua criação de "Adam", em referência a Adam Warlock.

Em um prelúdio do que será visto em Vingadores: Guerra Infinita, a quarta sequência mostra Peter Quill encontrando um Groot adolescente jogando videogame e mostra seu desgosto pelas videiras que o garoto espalhou por toda a sala.

A última foi colocada acima, com Stan Lee.

O filme rendeu 863 milhões contra os 773 feitos pelo primeiro.


Homem-Aranha: De volta ao lar (2017)

Depois de atuar ao lado dos Vingadores, chegou a hora do pequeno Peter Parker (Tom Holland) voltar para casa e para a sua vida, já não mais tão normal. Lutando diariamente contra pequenos crimes nas redondezas, ele pensa ter encontrado a missão de sua vida quando o terrível vilão Abutre (Michael Keaton) surge amedrontando a cidade. O problema é que a tarefa não será tão fácil como ele imaginava.

O filme segue os eventos após a batalha com os Chitauri e mostra as consequências do acontecido. A produção é um retrato perfeito da geração atual.  O filme rendeu espantosos 880 milhões de dólares nas bilheterias (o segundo teria um feito ainda maior, rendendo mais de 1 Bi.). Considerando o "excesso" de homens-aranhas no cinema (2002, 2004, 2007, 2012, 2014), é incrível como o personagem gerou tanto interesse, principalmente por conta do "endeusamento" dos filmes com o Tobey Maguire (o primeiro e o segundo, obviamente) e do hype negativo das produções com o ator Andrew Garfield (que foram sucesso da mesma forma).


Ainda que as histórias seja alinhadas, a linha temporal dos filmes da Marvel tem inúmeros problemas. E vamos combinar, é aceitável, afinal eles não sabiam que os filmes renderiam tanto interesse do público, gerando um hype de filmes de heróis jamais visto. No caso do Homem aranha acontece uma das maiores incongruências da linha temporal da Marvel. A cena inicial é em  2012. Porém, a cena seguinte diz que se passa oito anos depois. Isso faria com que a história de Homem-Aranha: De Volta ao Lar se passasse em 2020. Uma errata para essa incongruência foi feita em Marvel: The First Ten Years que oficializou o período em que o filme acontece, em 2016 (um ano antes do lançamento do filme).

Na primeira cena pós-créditos, Adrian Toomes (Michael Keaton) encontra o criminoso Mac Gargan (Michael Mando) na prisão e descobre que ele tem "amigos" querendo matar o Homem-Aranha, antes de ser confrontado com um rumor sobre ele saber quem é o jovem herói. Toomes nega conhecer a verdadeira identidade do Cabeça de Teia e sai para ver sua família.


A segunda cena foi uma pegadinha para quem esperou aquele tempo todo! Capitão América filma um anúncio de serviço público sobre a importância da paciência e quebra a quarta parede, informando ao público que eles esperaram por nada.

Michael Keaton e Marisa Tomei já trabalharam juntos em O Jornal (1994), filme escrito por David Koepp, que, por sua vez, também escreveu o roteiro de Homem-Aranha (2002). Esse longa de 2002 foi dirigido por Ron Howard, cujo a filha, Bryce Dallas Howard, apareceu em Homem-Aranha 3 (2007).

A participação de Stan Lée é durante a cena que em o Homem-Aranha impede um roubo de carro. Ele aparece na janela reclamando do barulho. No filme também aparecem vilões tradicionais dos quadrinhos como Shocker e Scorpio.


J.K. Simmons demonstrou interesse de retomar seu papel de J. Jonah Jameson na trilogia do Homem-Aranha de Sam Raimi, mas acabou sendo escalado para Liga da Justiça (2017). Mas seu retorno aconteceu no segundo filme, Homem Aranha - Longe de Casa.

What a f@$*# ...

Thor Ragnarok: (2017)  

Thor está aprisionado do outro lado do universo sem seu poderoso martelo e precisa correr contra o tempo e para evitar o Ragnarok, que é a destruição de sua terra natal e o fim da civilização de Asgard, a princípio pelas mãos de Surtur. Mas o que ele não sabe, é que o gatilho da destruição virá pelas mãos de sua irmã Hela.  Porém, no primeiro embate, ele  tem seu martelo destruído, e no segundo, é exilado num planeta chamado Sakar, uma espécie de depósito de lixo humano vindo de pontos diversos da galáxia. Lá, ele descobre que há um torneio de gladiadores e que é a forma de sair do planeta. Porém, ele não esperava que o campeão seja seu companheiro de equipe, Hulk, que ficou a deriva no espaço após o conflito com Ultron.


Aliás, sabe por que Thor apresentou Hulk como um colega de trabalho? Porque uma criança da Make-A-Wish, uma fundação que realiza desejos de crianças com doenças graves, sugeriu isso durante uma visita ao set.

Ragnarok foi um divisor de águas na Marvel. Não só para a saga de Thor no cinema, mas influenciou o que viria a seguir: Guerra infinita e Ultimato. A pegada do diretor Taika Waititi´foi aprovada pelo público, e o que parecia improvável aconteceu: o filme rendeu o dobro da bilheteria do primeiro e obteve aprovação do público e crítica, dando moral ao personagem no cinema que parecia fadado a terminar suas aventuras solo no terceiro. Mas tudo mudou. Para o quarto filme, até a atriz Natalie Portman topou voltar. Com a personagem Valkíria, a Marvel deu ao público a primeira personagem central bissexual, que será mais explorado no quarto filme do Thor. Ragnarok também assume o lado cômico mostrado em Guardiões da Galáxia.


Stan Lee é o responsável por cortar os cabelos de Thor em Sakar.

A primeira cena dos créditos de Thor: Ragnarok faz uma relação direta com Vingadores: Guerra Infinita. Loki visita Thor em seus aposentos e pergunta se levá-lo de volta para a Terra é uma boa ideia, ao que o Deus do Trovão responde: "provavelmente não, mas sinto que tudo vai dar certo". Porém, uma enorme espaçonave — provavelmente de Thanos (Josh Brolin) — aparece na frente deles.

A segunda cena mostra o Grão-Mestre (Jeff Goldblum) tentando aplacar os cidadãos de Sakaar declarando a revolução de Sakaar como um empate.


Pantera Negra (2018)

Após a morte do rei T'Chaka (John Kani), o príncipe T'Challa (Chadwick Boseman) retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Nela são reunidas as cinco tribos que compõem o reino, sendo que uma delas, os Jabari, não apoia o atual governo. T'Challa logo recebe o apoio de Okoye (Danai Gurira), a chefe da guarda de Wakanda, da irmã Shuri (Letitia Wright), que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia (Lupita Nyong'o), a grande paixão do atual Pantera Negra, que não quer se tornar rainha. Juntos, eles estão à procura de Ulysses Klaue (Andy Serkis), que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.



Há um tempo, não muito distante, imaginávamos se algum dia acertariam nas adaptações de quadrinhos pata o cinema. Claro que há adaptações ótimas, como Superman de Richard Donner, Batman/ Batman o Retorno de Tim Burton e Homem-Aranha 2 de Sam Raimi. Porém eram casos esporádicos. E desde 2008, a Marvel impôs um ritmo e um nível de excelência até agora nunca vistos.

Dez anos depois o pensamento mudou. Agora, com tantos sucessos seguidos, começou a passar na nossa cabeça quando um filme receberia um Oscar. Cavaleiro das Trevas fez isto. Mas a consagração definitiva veio com Pantera Negra. Concorreu a 7 Oscars, incluindo melhor filme, vencendo 3. O Filme bateu 1 bi e 346 milhões nas bilheterias mundiais.


A Pantera Negra foi criada em julho de 1966, dois meses antes da fundação do Partido das Panteras Negras. Como muitas pessoas acabaram relacionando o nome do partido com a história da trama, o personagem passou a ser chamar Leopardo Negro, mas nem os leitores nem os criadores abraçaram a ideia. No final, como se pode perceber, essa mudança não durou por muito tempo e o nome "Pantera Negra" voltou com tudo!

Ryan Coogler insistiu em trazer colaboradores de seus filmes anteriores para colocar seu próprio estilo no filme e diferenciá-lo das outras produções da Marvel. Entre os integrantes desse time remanescente estão Rachel Morrison (diretora de fotografia), Hannah Beachler (designer de produção) e Ludwig Göransson (compositor).


Pantera Negra tem duas cenas pós-créditos. Na primeira, vimos T'Challa, acompanhado por Nakia (Lupita Nyong'o), Okoye (Danai Gurira) e Ayo (Florence Kasumba), viajando para o Centro Internacional de Viena e falando diante das Nações Unidas, afirmando que Wakanda abrirá suas fronteiras e utilizará seus recursos para ajudar o resto do mundo. Já na segunda, Shuri (Letitia Wright) visita um convalescente Bucky Barnes, que acordou de seu estado criogênico, e diz que ainda tem muito a aprender.

Stan Lee faz mais uma divertida aparição na boate, pouco antes da treta acontecer.

Vingadores: Guerra Infinta (2018)

Vingadores: Guerra Infinita é o maior evento cinematográfico da Marvel da história. A maior reunião de heróis já feita. Na trama, Os Vingadores e seus aliados devem se dispor a sacrificar tudo em uma tentativa de derrotar o poderoso Thanos antes que seu ataque de devastação e ruína dê um fim ao universo. Para isto, Thanos (Josh Brolin)  chega à Terra, disposto a reunir as Joias do Infinito, que darão ao Titã louco poder supremo.


Após entrarem na franquia fazendo bonito com Capitão América 2 - O Soldado Invernal e Capitão América: Guerra Civil, os diretores Joe Russo e Anthony Russo agora assumiram o posto de responsáveis pela maior marca do Universo Marvel: Os Vingadores, tanto Guerra Infinita quanto Ultimato.

Muito mais que um filme, é  um evento. Sua grandiosidade é traduzida na tela, principalmente ao descobrirmos que Thanos é um vilão... humanista!!! Sim, seu desejo, ainda que seja executado de forma tirânica, é a sobrevivência da humanidade. Os recursos estão cessando e a única saída na sua opinião é dizimar aleatoriamente metade da população do Universo. Ozmandias já havia flertado com a ideia em Watchmen. Thanos é um daqueles vilões com um propósito que acabamos compreendendo, tendo até simpatia por sua dor quando é obrigado a escolher entre a filha e uma joia. Suas motivações são contextualizadas, críveis e se encaixa perfeitamente no universo apresentado. A genialidade do roteiro é tão grande que no meio de um gigantesco número de heróis distribuídos em 2 horas e meia de produção, o maior tempo em cena disparado é do vilão.



Afinal, a ameaça parece muito maior que a soma do todo. E isto se mostra real no término da produção, quando uma trilha, simbolizando tristeza, desesperança e derrota ecoa na sala de cinema. Os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFreely souberam trabalhar os grupos que se formam no filme, às vezes pessoas (ou criaturas) de personalidades opostas, dando a elas uma boa sinergia, usando os elementos vindos dos demais filmes, o que cá entre nós, é dificílimo.

Neste filme vemos Stan Lee trabalhar mais uma vez, mas em um novo emprego. Dessa vez, ele é o motorista do ônibus escolar que está levando a turma de Peter Parker em uma excursão. Quando todos os alunos ficam surpresos com a nave alienígena que sobrevoa Nova York, ele é o único que mantém a compostura. Ainda por cima, tira um sarro deles, dizendo: "Até parece que é a primeira vez que vocês veem uma nave alienígena.



A cena pós-créditos introduz a Capitã Marvel. Nela, Nick Fury está em um carro com Maria Hill (Cobie Smulders). Com o estalo de Thanos, as pessoas vão desaparecendo. Antes de sumir, Nick aciona o pager para chamar a Capitã.



Homem Formiga e a Vespa (2018)

Mais um filme que parece ter sido enfiado na linha do tempo da Marvel com o único objetivo de formar um link entre os Vingadores (Guerra Infinita e Ultimato). Tinha tudo para dar errado neste sentido, mas o filme é mais uma aula de cinema de entretenimento. A Marvel marcou um golaço com mais um filme brilhante de equipe. Inclusive, com um dos melhores vilões (vilãs) apresentados (a) até aqui.


Na história, após ter ajudado o Capitão América na batalha contra o Homem de Ferro na Alemanha, Scott Lang (Paul Rudd) é condenado a dois anos de prisão domiciliar, por ter quebrado o Tratado de Sokovia. Diante desta situação, ele foi obrigado a se aposentar temporariamente do posto de super-herói. Restando apenas três dias para o término deste prazo, ele tem um estranho sonho com Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), que desapareceu 30 anos atrás ao entrar no mundo quântico em um ato de heroísmo. Ao procurar o dr. Hank Pym (Michael Douglas) e sua filha Hope (Evangeline Lilly) em busca de explicações, Scott é rapidamente cooptado pela dupla para que possa ajudá-los em sua nova missão: construir um túnel quântico, com o objetivo de resgatar Janet de seu limbo.

Curioso como a Marvel conseguiu fazer um filme genial sobre um quarteto, sendo que a produção Quarteto Fantástico foi uma completa bomba 3 anos antes (lançado no mesmo ano do primeiro Homem Formiga). E mais curiosa ainda a segmentação proposta pela empresa a fim de atingir todos os públicos: seja com herói honroso, herói negro, heroína feminista, herói família, herói Deus, herói (bilionário e filantropo) rico e arrogante, herói(s) engraçado(s). Até mesmo orientação sexual já está sendo apresentada sutilmente. E claro, mais incrível como conseguem juntar tudo num Vingadores.


As cenas pós-créditos acontecem ao mesmo tempo que Vingadores: Guerra infinita. A primeira acontece algum tempo depois dos eventos do filme. Hope Van Dyne, Scott Lang, Janet Van Dyne e Hank Pym trabalham em uma versão reduzida do túnel quântico. O grupo está no topo de um prédio e o túnel foi montado dentro da van de Lang. Vestido como Homem-Formiga, ele se prepara para entrar no Reino Quântico mais uma vez. O objetivo é colher as partículas de energia que podem ajudar a curar Fantasma. Antes que encolha, Janet o aconselha a evitar criaturas que parecem fofas, mas são mortais, e qualquer vórtex temporal. Scott entra no túnel quântico e estabelece contato com a “superfície”. Assim que recolhe as partículas de energia, ele avisa a equipe e pede para ser retirado de lá. A resposta, porém, não chega. A câmera deixa o Homem-Formiga e mostra que Hope, Janet e Hank foram vítimas do estalar de dedos de Thanos. Scott Lang está preso no Reino Quântico.

A segunda, se passa dentro da casa de Scott é possível ouvir uma pessoa tocando a bateria elétrica dele. Quando descobrimos quem é, se trata de uma formiga que foi programada para acompanhar a rotina diária do herói.





E não podemos esquece de Stan Lee. Dessa vez, durante uma perseguição de carro, para despistar seus inimigos, a Vespa atira seus discos de encolhimento. Um desses discos atinge o carro estacionado de Lee, que imediatamente assume ser o efeito colateral de ter abusado de drogas recreativas durante os anos 60.

O filme também surpreendeu nas bilheterias, batendo na casa dos 622 milhões.

Capitã Marvel (2019)

Na onda extrema de representatividade do cinema de heróis, a Marvel atingiu o alvo com louvor. Pelo menos foi assim a resposta do público nas bilheterias. Pantera Negra arrebentou, fazendo mais dinheiro nos EUA que Titanic e Vingadores: Guerra infinita, por exemplo. Capitã Marvel veio no rastro, rompendo a barreira do 1 bi mundial.


Na história, Carol Danvers (Brie Larson) é uma ex-agente da Força Aérea norte-americana, que, sem se lembrar de sua vida na Terra, é recrutada pelos Kree para fazer parte de seu exército de elite. Inimiga declarada dos Skrull, ela acaba voltando ao seu planeta de origem para impedir uma invasão dos metaformos, e assim vai acabar descobrindo a verdade sobre si, com a ajuda do agente Nick Fury (Samuel L. Jackson) e da gata Goose.

Não há como negar que o sucesso de Mulher Maravilha, que chegou aos cinemas em 2017 foi o gatilho para encaixar a Capitã no Universo Marvel. Ainda mais com o filme da Capitã estreando dois meses antes do derradeiro Vingadores. Os filmes funcionam perfeitamente, mas a sensação de que foi um filme feito para colocar uma mulher capaz de resolver a treta com Thanos é flagrante, ainda que depois da produção iniciada, você entra na história e esquece deste detalhe. Aliás, este filme, assim como o Pantera Negra, entra facilmente numa lista do top 10 da Marvel, deste Universo Compartilhado.


Na primeira cena pós-créditos, Steve Rogers (Capitão América), Natasha Romanoff (Viúva Negra), Bruce Banner (Hulk) e James Rhodes (Máquina de Combate) estão em um laboratório na sede dos Vingadores. Com eles está o pager dado por Carol Danvers a Nick Fury (dispositivo que é explicado ao longo do filme da heroína e que havia aparecido antes na cena pós-créditos de Vingadores: Guerra Infinita, quando Fury o aciona antes de desaparecer). Rhodes então aponta que o pager, que estava ligado a uma máquina, “parou de fazer o barulho que estava fazendo”. Rogers e Romanoff conversam sobre a sua importância, lembrando que se Fury o acionou deve ter um significado importante. De repente, Capitã Marvel surge ao lado do grupo, seus cabelos estão mais longos e seu uniforme sofreu algumas modificações. Ela pergunta “Onde está Fury?”

 Na segunda cena, a gata Goose, que no filme é revelada como sendo uma alienígena da espécie Flerken, vomita o Tesseract como se fosse uma bola de pelos na mesa de Nick Fury. O trecho responde como o artefato voltou ao poder da SHIELD depois de ter passado um tempo no espaço por conta dos experimentos feitos por Mar-Vell (a Joia do Espaço foi encontrada por Howard Stark ao final de Capitão América: O Primeiro Vingador e se encontrava em poder da SHIELD, dona da base em que Mar-Vell conduzia seus experimentos).


A participação de Stan Lee era muito esperada devido sua morte.  Na cena, Carol Danvers (Brie Larson) procura um Kree, alienígena que pode copiar a aparência de qualquer ser vivo, em um vagão de trem. Observando todos os passageiros, a heroína olha para um senhor lendo um roteiro, Lee, e dá um pequeno sorriso ao idoso.

Vingadores Ultimato (2019)

Como prenunciado, a Capitã Marvel teria um efeito devastador nos planos de Thanos. A linha narrativa é tour the force emocional, daquelas dignas do tempo que a Marvel nos “tomou” com seus filmes alinhados. Ainda que o espectador mais atento apontasse falhas aqui e ali, é louvável um projeto como este, com tantos envolvidos.



São 3 horas de despedidas, amizades feitas, vidas concebidas, emoções desfeitas, relacionamentos "rebootados", enfim elementos incomuns num blockbuster, que se não merece o Oscar de filme do ano, certamente merecia ser o filme mais rentável da história, deixando Avatar, Titanic e O Despertar da Força comendo poeira. É um épico em todos os sentidos, ainda que intimista, trágico, bem humorado, e finaliza tudo ao mesmo tempo que reinicia muitas coisas.

Assim como foi em Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei, Ultimato merecia ser o último filme de todos. Foi a despedida de Stan Lee inclusive, no melhor estilo... Stan Lee. Mas sabemos que a máquina de dinheiro criada pela Marvel não vai parar, ainda que a Saga do Infinito tenha finalizado. Uma pena. Merecia terminar no auge.



Endgame

Revendo todos os filmes, ainda que haja uma justificável falta de sintonia temporal e física dos personagens, afinal, muita coisa mudou em 10 anos, inclusive os efeitos. O Hulk por exemplo. O realismo atingido em Ultimato é impressionante. Até mesmo a inserção de heróis como Homem-Aranha foi em função de um acordo firmado entre a Marvel e a Sony com as produções dos heróis a todo vapor, ou seja, precisavam enfiá-lo na história a fim de que faça parte da equipe. Da mesma forma, a Capitã Marvel, que veio com força da representatividade que tomou conta da sociedade nos últimos anos.  Assim como Pantera Negra.

Tirando eventuais tropeços e encaixes forçados, temos um projeto brilhante, de encher os olhos. A desconstrução do personagem Tony Stark e a construção do herói Homem de Ferro são fantásticas. Se alguém no mundo hoje merece um Oscar em 2020 é Robert Downey Jr. O crescimento do personagem é incrível. Assim como Thanos, que iria ser o "vilão da semana" em algum dos filmes e acabou virando o gigante a ser derrotado.



A emocionante batalha final e a postura do personagem ao ser finalmente derrotado merece todo nosso louvor. Ele se desfaz sem dizer mais nada, pois tudo que já havia sido falado ao longo dos filmes. Naquele momento, ele entende que perdeu.

Ao assistir os dois filmes em sequência, percebemos que o personagem a ser sacrificado seria mesmo Tony Stark, não só pela jornada de construção do herói que se encerrou com seu sacrifício, mas o Dr. Estranho deu dicas para os telespectadores mais atentos várias vezes. Os próprios personagens Arqueiro e Viúva negra sempre pareceram meio avulsos, inclusive sem seus filmes de origem, denotando que seriam figuras a serem sacrificadas em algum momento, o que ocorre quando chegam em Vormir. Por mais que sejam personagens sem uma conexão forte com o telespectador, eles tinham um elo forte entre eles, e isto faz com que nos importemos com o destino de ambos, quando este é colocado a prova, já que somente um sairia vivo com a jóia. É um momento tão genial, que se você não tem a menor identificação com os personagens, vai se importar com seus destinos naquele instante.


E o que dizer do Capitão América? Existe no universo apresentado até hoje um personagem mais digno de levantar o martelo de Thor? Desde a sua introdução ao Universo Cinematográfico da Marvel, Chris Evans apareceu como Steve Rogers/Capitão América em um filme por ano, a não ser em 2015. Esse foi o ano em que ele apareceu duas vezes, 10 no total. Ele estreou em Capitão América: O Primeiro Vingador (2011),  Os Vingadores (2012), teve uma breve aparição em Thor: O Mundo Sombrio (2013), Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), Vingadores: Era de Ultron (2015), outra breve aparição sem créditos em Homem-Formiga (2015), Capitão América: Guerra Civil (2016), uma participação especial em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017), Vingadores: Guerra Infinita (2018), aparição breve em Capitã Marvel (2019) e em Vingadores: Ultimato (2019). Em outubro de 2018, Evans anunciou oficialmente via Twitter, por onde expressou sua grande satisfação por estar envolvido nesse universo por quase uma década.


Até o olhar de Chris transmite esta dignidade. Para um ator acostumado a fazer comédias esquecíveis, ele se tornou o "Capitão América" no cinema de forma definitiva, assim como Hugh Jackman, que será substituído em breve, como imaginamos.

Enfim, novos caminhos apontam para um futuro sem nossos heróis preferidos, mas que serão substituídos por outros que ainda  não são preferidos, mas certamente serão. Um futuro sem Capitão América e Homem de Ferro ( mas se pensarmos bem, há 10 anos não sabíamos que precisávamos tanto deles). Hoje, um futuro sem Homem-Aranha. Um futuro com Eternos, Miss Marvel, Mulher Hulk, Quarteto Fantástico e X-Men, ou seja ...como disse Steve Rogers naquela cena, que desde já, é uma das mais antológicas do cinema: Vingadores: Avante.

Easter Eggs

Há detalhes que valem a pena serem observados. Na cena inicial, Barton treina a filha. Nos quadrinhos ela assume o manto, se tornando a Gaviã Arqueira. 

Pepper Potts dá as caras na batalha final como "Resgate", a versão feminina de Homem de Ferro. Outros personagens aparecem como Ronin (o Gavião Arqueiro pós-morte da família) e Professor Hulk, a versão híbrida de Bruce com o Hulk.

Um dos diretores do filme faz uma participação. Na cena, Joe Russo interpreta um homem que teve seu marido transformado em poeira depois que Thanos concluiu seu plano em Guerra Infinita. O personagem relata isso durante um encontro do grupo mediado por Steve Rogers logo após a passagem de tempo de 5 anos. Na mesma cena, Jim Starlin, o escritor da história Desafio Infinito, saga que baseou a trama do filme, aparece como um homem mais velho sentado entre os participantes do encontro.

 
Quando Capitão e o Homem de Ferro voltam nos anos 70, eles entram na  base militar, e um dos easter eggs é o capacete clássico do Homem-Formiga, criado por Hank Pym. Ele pode ser visto quando Steve Rogers chega no escritório do cientista.

O ator Ken Jeong (de Se Beber, Não Case) faz uma pequena participação, como segurança do local em que Scott Lang reaparece. Na cena, ele está lendo um livro chamado The Terminal Beach, uma coleção de contos de ficção científica do escritor britânico J. G. Ballard. Um dos contos mais aclamados se chama “Endgame”.

Não sei se era piada interna, mas os diretores deram certa importância ao Howard - O Pato. Ele não só aparece em outros momentos como dá as caras na batalha final de Ultimato. Não viu? Procure-o no canto, quando a Vespa aparece. 

 

Pouca gente entendeu o que aquele rapaz fazia no funeral de Tony. Aparentemente sem contexto, o rapaz é aquele menino que ajuda Tony no Homem de Ferro 3. O mesmo ator, Ty Simpkins.

O que parece ser apenas uma zoação, talvez seja uma indicação. Os Asgardianos da Galáxia realmente existem nos quadrinhos.

No final dos créditos, ouvimos sons de marteladas em ferro. Foi uma homenagem ao personagem que fez o maior sacrifício do filme. O som pode ser ouvido no primeiro Homem de Ferro, quando Stark faz sua primeira armadura.

Bilheteria total: $2,799,439,100
 

Homem Aranha: Longe de Casa (2019)

Peter Parker (Tom Holland) está em uma viagem de duas semanas pela Europa, ao lado de seus amigos de colégio, quando é surpreendido pela visita de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Precisando de ajuda para enfrentar monstros nomeados como Elementais, Fury o convoca para lutar ao lado de Mysterio (Jake Gyllenhaal), um novo herói que afirma ter vindo de uma Terra paralela. Além da nova ameaça, Peter precisa lidar com a lacuna deixada por Tony Stark, que deixou para si seu óculos pessoal, com acesso a um sistema de inteligência artificial associado à Stark Industries.


O filme não é só mais um vilão contra herói. Existe uma profunda dor dos personagens com os eventos acontecidos em Guerra Infinita e Ultimato, além da adaptação da população mundial com a questão de que metade ficou sumida 5 anos e quando reapareceram, o planeta estava cinco anos mais velho. Ou seja, quem tinha 3 anos e um teve um irmão mais velho de 5 que despareceu, no retorno, ele continuou com 5 e o outro tinha 8. Ou seja, muda toda a dinâmica da vida. 

Por conta de tantos filmes já feitos e tão próximos, o novo aranha precisou se reinventar. Mudaram muitas coisas aqui e ali, como a idade da Tia May, que mais parece sua mãe (e jovem ainda por cima). Não mostraram também aquela dinâmica da morte do Tio Ben, bem como a importância do fato para a formação da consciência de herói do personagem.

E com todas as peças no lugar e o tabuleiro montado, veio a bomba que chocou o mundo: a Marvel e a Sony não chegaram a um acordo financeiro para continuarem a parceria, principalmente depois de "Longe de Casa" se tornar o primeiro Aranha nos cinemas a bater um bi nas bilheterias mundiais, que foi um grande feito, considerando a ideia do esgotamento do personagem no cinema.


No acordo prévio, a Sony Pictures continuaria a possuir, financiar, distribuir e exercer o controle criativo final sobre os filmes do Homem-Aranha. Kevin  Feige declarou que a ideia  da Marvel  é seguir o modelo da série de filmes de Harry Potter, tendo o enredo de cada filme cobrindo um novo ano escolar, descrevendo como uma espécie de como fazer uma jornada para Peter não muito diferente da que os alunos de Hogwarts passam por cada um dos seus anos.

No final das contas, acho que ninguém esperava que o sucesso fosse tão grande que a Marvel passou a querer uma fatia maior do bolo, esquecendo o mais importante: os fãs. Ficaríamos sem o impactante desenrolar de "Longe de Casa"? Não veríamos mais o Aranha mencionando Tony Stark?

Quem entrou em cena?  O Homem-Aranha, ou melhor, Tom Holland. Após a separação das duas empresas em agosto, o ator procurou o CEO da Disney, Bob Iger, e o presidente da Sony, Tom Rothman, diversas vezes para pressionar as duas partes a chegarem a um acordo. Holland convenceu as empresas mostrando o forte fluxo de fãs do herói Amigão da Vizinhança. Outro fator que ajudou a reforçar o acordo foi a hashtag #SaveSpiderMan (salve o Homem-Aranha) que os fãs criaram e divulgaram na internet após o ator aparecer na D23 para divulgar a animação Dois irmãos: Uma Jornada Fantástica.


Com o novo acordo, o Homem-Aranha poderia continuar no Universo Marvel e aparecer nas produções da Sony. Uma das cenas pós-créditos em que aparece  J. Jonah Jameson (J.K. Simmons), interpretado pelo mesmo ator dos filmes dirigidos por Sam Raimi na Sony já sinalizava que haveria dois caminhos a serem seguidos e de forma simultânea.

Teia de mentiras

Longe de Casa funciona como uma verdadeira teia de mentiras, onde nada é o que parece, e mesmo quando você acha que entendeu, vem uma nova mentira e sobrepõe o que havia sido dito anteriormente. Como o Grande Truque, de Christopher Nolan: nada é o que parece. Neste sentido, seria quase aceitável ignorar tudo que aconteceu caso o filme saísse dos planos da Marvel. Mas também seria uma pena.


O filme meio que fecha da mesma forma que o primeiro Homem de Ferro, funcionando como um arco de 23 filmes que se cumpre. A jornada do vilão também é muito bem explicada, estabelecendo conexões com os primeiros “Homem de Ferro” e mostrando que suas motivações residem na arrogância de Stark em tratar seus funcionários na época. E para quem é fã, lembra bem que o Homem de Ferro era tudo, menos herói naquele tempo e foi amadurecendo como tal ao longo dos filmes.

"What the Fu..."

Agora tape os ouvidos, respire fundo e assimile: Tom Holland e os dois filmes do Aranha são muitoooo melhores que os dirigidos por Raimi. Mas muito. De longe (sem trocadilhos). Tudo é melhor. Só não é, evidentemente, mais importante. Não há uma vírgula sequer dos filmes da Sony que são melhores que os da Marvel. Efeitos, interpretações, direção, roteiro, tudo.


E de quebra, conseguem estabelecer seus personagens de uma forma convincente, algo que Raimi não tinha a menor condição de fazer na época. A Marvel consegue dar densidade a personagens com uma facilidade incrível ao mesmo tempo em que junta inúmeros personagens, dando importância a todos.

Saiu de cena aquela risada picareta de Tobey e entrou um personagem com sentimentos, preocupações e em paralelo é um adolescente querendo namorar, ir ao cinema e se divertir. Só que aos poucos, Peter vai conciliando tudo debaixo da roupa vermelha e ainda se tornando um herói.

E Longe de Casa não pretende ser nada mais que diversão, ainda que com certa responsabilidade de continuar os dramáticos eventos de Ultimato. E ele cumpre seu papel de ser um blockbuster com louvor.

Aceita que dói menos.

 
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