PREDADOR - SAGA REVIEW
Rever a saga Predador será um programa interessante por serem filmes que funcionam muito bem separadamente. Isto elimina a fadiga de eventuais repetições de ideias. Eu inclui Alien vs Predador porque é interessante sobrepor os ótimos filmes com o personagem ao fiasco que foi o confronto do Predador com a figura criada por Giger.
Dillon !!! Seu sem vergonha. O que foi? A CIA resolveu armar você com lápis e borracha?
Isto está ficando cada vez melhor...
Não desgruda daí.
Se ele sangra, pode ser destruído.
Não é de hoje que as pessoas do meio cinematográfico se ajudam. Stan Winston foi inspirado por uma pintura de um guerreiro Rastafari no escritório do produtor Joel Silver. "Eu vi isso e achei que era um ótimo conceito inicial para o Predador", disse Stan Winston. "Comecei a desenhar e redesenhar esse personagem alienígena com penas que em silhueta pareceriam dreadlocks.
Vamos todos morrer.
Não há de que...não há de que...
Get to the chopper!
🔷Predador 2 - A Caçada Continua (1990)
Um alienígena predador, invisível e equipado com armas poderosas, desembarca em Los Angeles, devastada pelo conflito de gangues de traficantes rivais, para iniciar seu festival de matança, deixando um rastro de corpos mutilados em seu caminho.
A sequência pré-titulo força uma conexão com o filme anterior de forma absolutamente desnecessária, mostrando um movimento de câmera da floresta em direção à cidade, sugerindo que o Predador sobreviveu ou algum parceiro não mostrado tenha ido caçar na cidade. Fora este ponto, Predador 2 - A Caçada Continua é ótimo, bem feito, movimentado e com um elenco bem acima da média, numa época em que continuações eram depredadas.
O principal motivo do bom resultado, além do diretor Stephen Hopkins (de ótimos filmes como A Sombra e a Escuridão e Contagem Regressiva) é mudar a narrativa para a cidade e não fazer uma cópia do primeiro.
Após receber a oferta do papel principal, Danny Glover rapidamente embarcou no filme, pois conhecia poucos filmes que tinham "um homem negro lutando contra um ser sobrenatural". O diretor disse que a única preocupação do estúdio era que um protagonista afro-americano limitasse a lucratividade do filme em alguns países (por exemplo, África do Sul), mas eles finalmente concordaram, dada a popularidade de Glover nos filmes Máquina Mortífera.
Hopkins também afirmou que a presença de Glover funcionou como um ímã para vários outros atores, que estavam ansiosos para trabalhar com ele. Vários membros do grupo de caça foram interpretados por jogadores do Los Angeles Lakers; Glover era um grande fã, e quando a produção precisou de várias pessoas muito altas para interpretar os Predadores coadjuvantes, Glover pediu ajuda ao time.
As gangues de vodu jamaicanas vistas no filme foram baseadas em gangues reais que aterrorizavam a cidade de Nova York e Kansas em meados da década de 1980. Os jamaicanos não foram interpretados por atores ou dublês, mas por seguranças porque, como disse o diretor Stephen Hopkins, eles tinham que ser capazes de ser fisicamente intimidadores e morrer de forma "fantasticamente horrível".
Alguns sons do Predator foram reciclados do filme O Ataque dos Vermes Malditos (1990). O enredo original do filme deveria se passar na cidade de Nova York, mas Jim Thomas e John Thomas rapidamente mudaram para Los Angeles, devido a questões orçamentárias. A cena em que o Predador levanta o crânio durante a tempestade elétrica deveria ter ocorrido no topo do Edifício Chrysler.
Com mais tempo de pré-produção que o original O Predador (1987), Stan Winston, Stephen Hopkins e Lawrence G. Paull tiveram ideias e designs com armas mais exóticas como a lança retrátil, as pinças destacáveis, o Smart Disc, a rede, etc. para o Predador usar e diferenciar este filme do anterior. Quase o dobro de armas foram concebidas em comparação com o filme original (incluindo um tipo de jetpack), mas apenas aquelas que a equipe sentiu que tinham uma chance razoável de serem usadas na história e eram acessíveis para serem construídas aparecem no filme.
Elpidia Carrillo, que interpretou Anna no primeiro filme, tem seu nome listado nos créditos da sequência, mas não parece aparecer no filme real. Observe atentamente a cena dentro da sede móvel de Peter Keyes e você a localizará. Quando Keyes (Gary Busey) descreve como a criatura ativou um dispositivo de autodestruição em “ O Predador (1987) ”, você pode localizar Anna brevemente em uma das telas de vídeo. Carrillo filmou uma cena de interrogatório, em que fala para a câmera e descreve os acontecimentos do primeiro filme, mas foi cortada da sequência.
Segundo o diretor Stephen Hopkins, a sequência do matadouro se inspirou na cena semelhante de Aliens, O Resgate (1986), onde os fuzileiros navais entram no ninho dos Aliens no porão do processador de atmosfera.
Bill Paxton, o ator que interpreta Det. Jerry Lambert foi o soldado Hudson em Aliens, O Resgate (1986), que curiosamente também é a primeira sequência da franquia. E como homenagem, seu personagem em Predador 2 tem o mesmo sobrenome da personagem de Veronica Cartwright em Alien, o 8º Passageiro (1979).
Aliás, Bill Paxton é o primeiro ator a ser atacado por um Exterminador (em O Exterminador do Futuro (1984) ), um Alien (em Aliens, O Resgate (1986) ) e um Predador (neste filme).
Este é o primeiro filme de Gary Busey após seu devastador acidente de motocicleta em 1988, no qual sofreu um TCE (traumatismo cranioencefálico) que causou danos cerebrais permanentes e progressivos.
Nenhum filme do personagem foi um sucesso, mas Predador 2 teve o pior resultado de todos, lucrando apenas 57 milhões mundialmente. Até o primeiro, tão amado por todos, fez somente 98. O fracasso crítico e financeiro do filme dissuadiu a 20th Century Fox de continuar a franquia imediatamente, e foi colocado em espera para se concentrar no potencial crossover Alien vs. Predador, mas que só saiu em 2004, 14 anos depois.
A pesquisa do Predador feita por Peter Keyes (Gary Busey) neste filme continua após sua morte por seu filho (Jake Busey) na sequência O Predador (2018). Gary e Jake também são pai e filho na vida real.
Raphael Andolini 1715
O final deste filme - em que uma caveira de Xenomorfo de Alien, o 8º Passageiro (1979) aparece na vitrine de troféus da nave Predador - estabeleceu como cânone o fato de Xenomorfos e Predadores coexistirem no mesmo universo cinematográfico.
A inclusão da caveira do Xenomorfo no final foi ideia do diretor Stephen Hopkins, depois que ele a viu pendurada na loja de efeitos especiais de Stan Winston de Aliens, O Resgate. Como a 20th Century Fox possuía as franquias de filmes Predador e Alien, foi fácil obter os direitos para usar a cabeça do Xenomorfo no filme.
Durante o final, quando o Predador Ancião entrega a Danny Glover a arma datada de 1715, Jim Thomas e John Thomas conceberam a ideia para um possível filme do Predador que se passaria no passado, onde não havia armas modernas disponíveis para combatê-los. O filme O Predador: A Caçada (2022) explica a origem da pistola.
🔷Predadores (2010)
O conceito básico do Predador é que ele caça, seguindo alguns códigos de conduta. Portanto, era natural que em suas explorações na Terra, identificasse pessoas potencialmente perigosas e os selecionasse para um jogo de sobrevivência.
Na trama, Royce (Adrien Brody), Isabelle (Alice Braga), Edwin (Topher Grace), Cuchillo (Danny Trejo), Stans (Walton Goggins), Nikolai (Oleg Taktarov), Hanzo (Ozawa Changchien) e Mombasa (Mahershalalhashbaz Ali) são jogados de paraquedas em uma selva desconhecida, sem saberem o motivo.
Eles não se conhecem, mas logo percebem que precisam se unir para sobreviver. Em busca de um meio de sair do local, o grupo descobre que está, na verdade, em outro planeta. Para piorar ainda mais a situação, eles logo percebem que estão sendo caçados por um ser alienígena altamente mortal.
A história do filme foi concebida em 1994, quando Robert Rodriguez trabalhava em A Balada do Pistoleiro (1995). Ele apresentou um rascunho do roteiro à 20th Century Fox, mas eles recusaram porque o orçamento necessário era muito grande. Quinze anos depois, o estúdio decidiu seguir com seu roteiro; no final, uma versão atualizada de seu roteiro.
A ideia original previa a participação dos personagens originais Dutch (Arnold Schwarzenegger) e Michael Harrigan (Danny Glover), mas acabou sendo suprimida no roteiro final. Os "cães de caça" são baseados em um dos crânios de criatura vistos na vitrine de troféus a bordo da nave no final de O Predador 2: A Caçada Continua (1990).
Robert Rodriguez foi originalmente escalado para ser o diretor, mas acabou ficando no projeto como produtor. O filme foi produzido através da Troublemaker Studios, de Rodriguez, para que ele tivesse controle criativo sobre o projeto.
A presença da brasileira Alice Braga dá continuidade à tradição da franquia de ter uma atriz latina no elenco, como aconteceu em Predador, com Elpidia Carrillo, e também em O Predador 2, com Maria Conchita Alonso.
Uma indicação de que os Predadores usam os campos de caça há muito tempo: quando eles entram no acampamento dos Predadores pela primeira vez (pouco antes de verem o Predador clássico no totem), há um crânio de Neandertal próximo a um crânio humano no chão como um troféu. A subespécie Neandertal foi extinta há quarenta mil anos.
O Alien Insectóide que aparece e persegue Thopher Grace é uma alusão ao desenho original do Predador do primeiro filme, quando era interpretado por Jean-Claude Van Damme. A criatura foi redesenhada após a saída de Van Damme, para o design atual.
Muitos teorizaram que o filme se passa em um futuro próximo, quando os Predadores não viriam mais à Terra para caçar, trazendo suas presas para um de seus próprios planetas. No entanto, fica implícito que o filme se passa antes de 2010, quando Nikolai menciona que a última coisa de que se lembra é de lutar na Chechênia; a segunda guerra chechena durou até 2009.
Mais tarde, o grupo encontra um soldado das Forças Especiais dos EUA recentemente falecido que foi destacado para o Afeganistão. A maioria dos combates das tropas das Forças Especiais dos EUA na guerra do Afeganistão ocorreu entre 2001 e 2011; em 2014, a maioria das tropas de combate tinha sido retirada.
O roteiro originalmente rejeitado por Robert Rodriguez mostrava os Predadores andando de moto e bebendo cerveja alienígena enquanto assistiam aos jogos em uma arena parecida com o Coliseu.
Ainda bem que não vimos isso. Fazer do filme uma mistura de Gladiador com O Show de Truman seria uma vergonha.
Ao anunciarem o novo Predador, e ainda dirigido por Shane Black, era natural que o filme resgatasse elementos interessantes do primeiro filme, já que o diretor atuou nele (fez Hawkins, o primeiro do grupo a morrer). Além disso, ele sempre foi um roteirista reconhecido por seu trabalho na saga Máquina Mortífera.
Porém, isso não ocorreu. Na trama, uma perseguição entre naves alienígenas traz à Terra um novo predador, que acaba sendo capturado por humanos. Antes disso, ele tem seu capacete e bracelete roubados por Quinn McKenna (Boyd Holbrook), um atirador de elite que estava em missão no local onde a nave caiu. A bióloga Casey Brackett (Olivia Munn) é então designada por examinar o ser recém-descoberto, mas ele logo consegue escapar do laboratório em que é mantido em cativo.
Ao tentar recapturá-lo, Casey encontra McKenna, que está em um ônibus repleto de ex-militares com problemas. Juntos, eles buscam um meio de sobreviver e, ao mesmo tempo, proteger o pequeno Rory (Jacob Tremblay), filho de McKenna, que está com os artefatos alienígenas pegos pelo pai.
Originalmente, o filme seria um reboot da franquia Predador, mas Shane Black decidiu mais tarde que era uma sequência dos longas O Predador (1987), Predador 2: A Caçada Continua (1990) e Predadores (2010).
O laboratório onde o Predador é mantido contém vitrines contendo artefatos de filmes anteriores do Predador: duas máscaras do Predador de O Predador 2: A Caçada Continua (1990) e Alien vs. Predador (2004); a lança retrátil do Predator 2; o blaster de ombro de Alien vs. Predator e a lança personalizada com cauda de Xenomorfo de Alien vs Predador, embora Alien vs. Predador (2004) e Alien vs. Predador 2 (2007) tenham sido decanonizados da franquia Alien após o lançamento de Prometheus (2012);
Shane Black escreveu o personagem Baxley de Thomas Jane com síndrome de Tourette porque o próprio Black tem a síndrome. Já a fala que discute a validade do nome ‘O Predador’ quando se refere à criatura foi tirada de uma conversa que a atriz Olivia Munn teve com sua irmã antes das filmagens.
Um final que vinculava este filme a Alien foi filmado. Nele, uma cápsula de crióstato com nome "Weyland-Yutani" é mostrada, contendo Ellen Ripley, e outro onde continha uma Rebecca "Newt" Jordan adulta de Aliens, O. Resgate (1986). Mas isto seria um enorme problema, já exigiriam alguma explicação, afinal Ellen Ripley e Newt viveram em 2179, enquanto este filme deveria ser ambientado em 2018.
Boa parte das sequências de ação do filme se passam de noite, uma saída comum para esconder os defeitos especiais. Quando vi o filme no cinema, sai com a sensação de que tudo ocorre de noite, porém, ao rever, percebi que são justamente os momentos em que filmar à noite poderia representar alguma economia.
Porém, se foi uma escolha estética, foi péssima. Outra escolha infeliz foi tornar o Predador menos vilão ao longo do filme com o aparecimento do Predador gigante e seus cães. De caçador, passou a ser caçado. E fica ainda pior com o grupo que combate a ameaça, um bando de desordenados incapazes.
Cada um dos 4 filmes do Predador faz escolhas bem diferentes entre si, tornando-os distantes visualmente. Isto é ótimo, mas o primeiro continua sendo o mais interessante em todos os sentidos. Mesmo assim, cada produção tem seus méritos.
Dar o fora daqui é meu sobrenome.
É o meu novo traje, parceiro. Tomara que seja tamanho grande.
Já na cena inicial, percebemos que a proposta de Predador - A Caçada, é talvez a mais interessante de todos os filmes. Principalmente por sua ambientação e como as pessoas teriam que lidar com as limitações da época. Neste prelúdio conhecemos Naru, uma jovem guerreira altamente qualificada, desesperada para provar seu valor.
Criada entre os maiores caçadores que vagavam pelas Grandes Planícies e confiante de que é tão capaz quanto os outros jovens caçadores, ela se propõe a proteger seu povo quando seu acampamento Comanche é ameaçado por uma criatura misteriosa. Naru persegue e finalmente confronta seu inimigo, que acaba sendo um predador alienígena altamente evoluído, com um arsenal tecnologicamente avançado, resultando em um confronto brutal e aterrorizante entre os adversários.
Protegendo seu povo do predador que caça humanos por esporte, lutando contra a natureza, colonizadores perigosos, entre outros desafios, a jovem corajosa possui a força para enfrentar o que for necessário para manter seu povo seguro.
A 20th Century Studios (agora propriedade da Disney) anunciou em novembro de 2020, que contratou o diretor de Rua Cloverfield, 10 (2016), Dan Trachtenberg, para dirigir um quinto filme da série Predator. O roteiro estava sendo escrito por Patrick Aison, cujos créditos de produtor-escritor incluem as séries Kingdom (2014), Jack Ryan (2018) e Treadstone (2019).
O Predador ataca suas presas da mesma forma que caçaria as suas. Ele mata a cobra com um golpe rápido antes que ela perceba que está ali, circula o lobo e espera uma oportunidade para atacar, mata o urso usando força bruta e usa ferramentas e tecnologia para matar humanos. Ele também atinge os humanos com o mesmo tipo de arma com que eles o atingiram: se um humano atirar, ele atira de volta. Quando um humano lança uma rede sobre ele, ele lança uma rede sobre aquele humano.
O desenvolvimento do Predador como caçador é oposto ao de Naru, apesar de ambos serem jovens caçadores em suas primeiras caçadas. Ela melhora como caçadora sendo paciente, observadora e engenhosa e, eventualmente, aprende o comportamento do Predador e como explorá-lo.
Enquanto isso, o Predador domina suas presas com pura força bruta e tecnologia superior, e se torna cada vez mais confiante e imprudente a cada morte. Isso o leva a entrar repetidamente em combate corpo a corpo, subestimar continuamente os oponentes, ser ferido em quase todas as lutas em que se envolve e cair em armadilhas que poderia ter evitado sendo mais cuidadoso (como o Predador mais experiente fez com Dutch no clímax do primeiro filme).
A mãe de Naru configura isso no primeiro ato, dizendo a ela que caçar não é uma questão de honra ou glória, mas de sobrevivência. Não é apenas um ato de matar quando necessário, mas também respeitar que sua presa pode matá-lo facilmente se você não tomar cuidado.
Os caçadores franceses que buscam lucro são desleixados e arrogantes, facilmente mortos não apenas por uma presa superior que pode revidar (o Predador), mas até mesmo por uma "selvagem humilde" (Naru).
O Predador, que caça por esporte e troféus, deixa de ser cuidadoso após algumas mortes fáceis e passa a agir como um caçador imparável, permitindo que Naru o supere. Naru também derrota o Predador usando tecnologia mais avançada do que está acostumada (como a pistola de Adolini e o arpão e a máscara do Predador).
Isso contrasta com como o filme original fez com que Dutch trocasse suas armas modernas por armadilhas e ferramentas simples - ambos os filmes têm seus heróis derrotando inimigos pelos quais são superados, mas enquanto Dutch é um soldado fortemente armado e aparentemente invencível que é forçado a voltar para o básico com ferramentas primitivas
Já a história de Naru é sobre ela ganhar confiança em um campo no qual ela é uma estranha, ela literalmente aprende a usar as ferramentas de seus inimigos contra eles. Ela também termina esse arco de maioridade como alguém triunfante em seu novo papel; compare isso com como Dutch termina o Predator: humilhado e traumatizado.
Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...
Sun Tzu
O roteiro foi reescrito por dois ativistas da causa Comanche para garantir que sua representação da cultura Comanche não fosse imprecisa ou estereotipada, e o filme foi elogiado pelos resultados de seus esforços. Entre as mudanças, eles insistiram em dar a cada personagem (comanche e francês) um nome em seu idioma, mesmo que não fosse indicado na tela.
Aliás, aqui entra minha história. Desde 2012, faço entrevistas com personalidades internacionais e nacionais, ligadas ao cinema. Em 2015, lançou nos cinemas O Regresso, um filme que sou apaixonado dirigido por Alejandro González Iñárritu e que finalmente deu um merecido reconhecimento ao ator Leonardo di Caprio.
Em 2018, enquanto revia O Regresso para um post em que eu detalho a produção, eu conversava com um futuro entrevistado. A conversa fluiu e passamos dias "batendo papo". Ele me disse que estava escrevendo um projeto, mas que ainda era confidencial, o que eu entendo bem, já que sou chamado com frequência para sessões de filmes em que não posso falar nada sobre eles.
Bom, entre conversas e mais conversas, eu sugeri a ele que visse uma série maravilhosa chamada Yellowstone. E como ele estava aberto a ideias, e me disse que era um filme de monstro, eu disse que ele poderia colocar em cena, um urso lutando com tal monstro e que o filme poderia ser ambientando em uma época primitiva com´índios, o que iria facilitar a questão orçamentária.
E como eu sempre digo que sou fã do Tubarão (1975), ele disse que iria colocar uma referência visual do filme caso minhas contribuições passassem pelas revisões. Em 2022 descobri que o monstro era ninguém menos que o Predador. E minhas sugestões foram para o corte final.
O resto é história...
🔷Alien vs. Predador (2004)
O crossover normalmente se refere à combinação ou colaboração de dois, ou mais elementos de diferentes fontes, ou domínios. Pode ser aplicado a vários campos, incluindo entretenimento, tecnologia e genética. Mas o que nos interessa é o crossover no entretenimento:
Nele os crossovers ocorrem quando personagens ou histórias de diferentes franquias se unem. Por exemplo, nas histórias em quadrinhos, você pode ver super-heróis de diferentes séries de quadrinhos unindo forças em um evento crossover. Nos filmes, o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) é conhecido por seu extenso cruzamento de personagens e histórias em vários filmes. E talvez, o mais bem-sucedido até hoje.
Não há o menor problema em realizar um crossover. Desde os monstros da Universal, eles acontecem, porém, era um indicativo de que as continuações já não iam bem. Realizar um crossover seria uma revitalização das séries individuais. Algo que nunca ocorria.
Vejamos Alien e Predador. Alien foi no limite com o filme de 1997 enquanto Predador afogou já no segundo filme com o naufrágio da bilheteria (Margot Robbie recebeu mais pelo filme Barbie que o lucro total de Predador 2). Unir os dois populares monstros indicava o mesmo que nos anos 40: desespero.
Mas pior que o ato de desespero, é fazer deste épico cruzamento, quase duas horas de completo desespero... para quem assiste. Na trama, uma pirâmide até então desconhecida é encontrada na Antártica por meio de satélites, fazendo com que uma equipe de cientistas e aventureiros seja enviada para investigar o local. Porém, lá eles fazem uma descoberta: a pirâmide serve de abrigo para duas raças alienígenas extremamente violentas, que estão em guerra.
Mal filmado, mal dirigido, atores péssimos, mal editado, trilha ruim, efeitos piores ainda.
Charles Bishop Weyland, personagem interpretado por Lance Henriksen, é o co-fundador da Weyland-Yutani Corporation. Esta empresa é citada nos filmes da série Alien. Bishop aparece no terceiro Alien, no final, quando tenta capturar a rainha Alien viva, no ventre de Ripley. Inclusive no trailer oficial do cinema, há uma breve cena do planeta prisão Fury 161.
Na cena em que o Sr. Weyland (Lance Henriksen) está vendo imagens da pirâmide em seu escritório, você pode vê-lo cutucando rapidamente a caneta entre cada um dos dedos da outra mão. A sua versão androide faz o mesmo em Aliens, O Resgate (1986).
O navio que eles levam para a ilha é uma homenagem a Piper Maru (1996) de Arquivo X, onde um navio francês chamado Piper Maru encontra um avião afundado da Segunda Guerra Mundial contendo o alienígena do óleo negro. ("Piper Maru" foi usado porque era o nome da filha de Gillian Anderson).
Este era um projeto que flutuava há cerca de dez anos. Foi somente quando Paul WS Anderson fez sua apresentação verbal aos executivos da 20th Century Fox que alguém demonstrou algum interesse real.
Honestamente, poderia ter continuado flutuando.
🔷Alien vs. Predador 2 (2007)
Após os eventos do filme anterior, o híbrido de Predador com Alien promove uma chacina na nave, que cai na Terra. Assim, o Predalien se torna o principal antagonista do filme.
Acredito que só há uma razão para fazer uma continuação de um filme péssimo: melhorá-lo. Agora, fazer pior, foi sacanagem.
Os diretores Colin Strause e Greg Strause já tinham um relacionamento produtivo com a 20th Century Fox porque sua empresa de efeitos especiais Hydraulx havia trabalhado em filmes da Fox como Arquivo X: O Filme (1998), Volcano: A Fúria (1997) e O Dia Depois de Amanhã (2004). Certa vez, eles até apresentaram uma ideia para um filme Alien vs Predator para a Fox, mas sem sucesso.
No entanto, quando o roteiro de um segundo filme AvP foi escrito, a Fox abordou os Irmãos Strause porque sua experiência em efeitos visuais os tornaria adequados para fazer um filme ambicioso com um orçamento relativamente modesto.
Comparado ao primeiro filme, que foi acusado de favorecer os Xenomorfos em detrimento dos Predadores (já que Paul WS Anderson era um grande fã dos filmes Alien), este foi acusado do contrário por fãs e críticos. Um único Predador neste filme é capaz de despachar numerosos Xenomorfos com pouco esforço, e estes últimos parecem fracos em comparação. Isso ocorreu como resultado dos diretores preferirem abertamente a franquia Predator.
O diretor de fotografia Daniel Pearl queria diferenciar visualmente este filme de seu antecessor Alien vs. Predador (2004), que criticou pelo uso de câmeras fixas, planos amplos e iluminação excessivamente forte, porque em sua opinião isso revelava muito das criaturas. Raciocinando que o terror de monstros funciona melhor em ambientes escuros com fotografia estilo documentário.
Pearl empregou câmeras portáteis e cenários mal iluminados para obter o efeito desejado. Ironicamente, o filme mais tarde seria criticado principalmente pelo uso excessivo de 'câmera trêmula' e iluminação excessivamente turva, com as pessoas reclamando que não conseguiam ver muito da ação.
A aparição da Sra. Yutani (da Weyland-Yutani Corporation dos filmes Alien) na cena final do filme era para ser um gancho de sequência, para um potencial terceiro filme AvP, apresentando-a como personagem principal. No final das contas, isso nunca aconteceria, pois o terceiro filme foi cancelado.
Embora o filme tenha conseguido recuperar seus custos de produção (quando você leva em consideração as vendas de DVD/Blu-Ray), a reação crítica esmagadoramente negativa matou qualquer plano de sequência.
E ainda bem.