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TRANSFORMERS - SAGA REVIEW

Transformers.


Texto: M.V.Pacheco

Revisão: Thais A.F. Melo


O ano era 2007. Chegava aos cinemas o que seria o início de uma estrondosa franquia, no sentido de sucesso com público e no sentido também de muito barulho. Literalmente. Eu particularmente saí com dor de cabeça do quarto filme. 

E no ano do primeiro, o mundo conheceu o talentosíssimo Shia LaBeouf, que me causou espanto por ser a cópia carbono do ator Harrison Ford quando jovem. E não demorou muito o produtor de Transformers também perceber isso e torná-lo filho de Indy em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal no ano seguinte. 

Este review está sendo escrito em 2023. E muita coisa mudou neste tempo. Shia não passou de uma promessa, se tornando ora polêmico, ora problemático aspirante a astro. Indy aposentou o chapéu (e curiosamente, eliminou o filho da trama de forma estratégica para Shia, o provável sucessor, não voltar). Até Michael Bay aparentemente se aposentou da saga dos robôs que ele ajudou a construir de forma insana nas telas.

E hoje, vou passear pelos mundos de Transformers e tentar entender qual a lógica dele. Isso se houver.

Boa sessão:

🔷Transformers (2007)

A origem original...

Durante anos, os Autobots e os Decepticons, duas raças alienígenas robóticas, duelaram em Cybertron, seu planeta natal. Esta guerra fez com que o planeta fosse destruído, resultando que os robôs se espalhassem pelo universo. Megatron (Hugo Weaving), o líder dos Decepticons, vem à Terra em busca da Allspark, um cubo de Cybertron que possibilita que qualquer aparelho eletrônico seja transformado num robô com inteligência própria. Megatron encontra a Allspark, mas fica congelado no Ártico. Décadas depois outros Decepticons chegam à Terra, numa tentativa de encontrar a Allspark. 

Seu surgimento logo alerta os principais países, em especial os Estados Unidos, com uma base militar no Qatar atacada. Enquanto o Secretário de Defesa, John Keller (Jon Voight), tenta descobrir o que está havendo, reunindo todas as forças e informações possíveis, o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf) tem preocupações mais simples: conseguir uma boa nota no colégio, o que lhe garantirá seu 1º carro. Mas o que ele não esperava era que o veículo escolhido, um Camaro antigo, tinha vida própria.

Bay, Michael Bay

Não adianta discutir, chorar, gritar, Michael Bay tem o poder de transformar (não resisti ao trocadilho) comercial de pasta de dente em um video clipe movimentando e que, provavelmente, algo explodirá em algum ponto. E isso funcionará lindamente. É incrível como as trilhas dos seus filmes dão um tom épico às cenas. Basta uma rápida olhada em filmes como Bad Boys, A Rocha e Pearl Harbor para entender o que estou dizendo.

Já o desenvolvimento dos personagens costuma ser mínimo. Perto do zero. Mas Transformers tem momentos inspiradíssimos como a sequência em que Bumblebee toca músicas para aproximar Sam de Mikaela.

A amizade de Sam com Bee tem ecos do filme E.T. o tempo todo. O clássico do diretor Spielberg é citado inclusive por Sam. Quando Bee é preso pelos agentes, a reação do garoto é similar (e emocionante) como em E.T.  Foi o próprio Steven Spielberg que sugeriu aos roteiristas o enredo central de "um menino e seu carro", além de ler cada um dos rascunhos e deu notas sobre como melhorar a história.

Para manter o filme realista e dentro do orçamento, o Departamento de Defesa dos EUA apoiou a produção do filme, o maior projeto que já assistiu desde "Falcão Negro em Perigo (2001)". Os militares forneceram seus veículos como modos alternativos dos Decepticons Starscream e Bonecrusher. 

Eles também permitiram que suas aeronaves F-22 e CV-22 fossem filmadas: a primeira vez que esses aviões foram vistos em um longa-metragem desde “Hulk (2003)”. Soldados serviram como figurantes e uniformes autênticos foram fornecidos aos atores. Em troca do favor, os cineastas proporcionaram uma exibição antecipada do filme aos soldados, gratuitamente.

Para punir e oprimir

O diretor Michael Bay sugeriu aos animadores da Industrial Light & Magic que assistissem filmes de artes marciais, para terem uma ideia melhor de como deveriam ser os movimentos dos Transformers durante as lutas.

O produtor Don Murphy, após ouvir os apelos de fãs do desenho animado Transformers, decidiu que Peter Cullen e Frank Welker, dubladores de Optimus Prime e Megatron na série animada, retornariam aos personagens no filme. Entretanto, o diretor Michael Bay considerou que a voz de Welker estava bastante envelhecida, o que não combinaria com o personagem. Desta forma, Hugo Weaving foi convidado para dublar Megatron, com Cullen sendo confirmado como Optimus Prime.

Charles Adler, que dubla o personagem Starscream, deu voz ao personagem Silverbolt na série animada dos Transformers. Howard Stern foi sondado para fazer uma participação especial como dublador em Transformers, mas seu agente desaconselhou-o a aceitar a oferta.

Os Transformers possuíam um nível tão rico de detalhes e complexidade que os animadores da ILM levaram trinta e oito horas para preenchê-los em um único quadro do filme.

O modo alternativo original de Bumblebee em Transformers (1984) era um Volkswagen Beetle, mas foi revisado para um Chevrolet Camaro 1976/2009. Isso porque Michael Bay queria evitar comparações com Herbie, o inseto do amor, e achava que o Camaro tinha uma qualidade mais resistente, mas amigável, do que o Fusca. Em homenagem à série, um Fusca amarelo aparece ao lado de Bumblebee na concessionária (e de brincadeira, ele danifica). Bumblebee apareceu como um Volkswagen Beetle no filme anterior Bumblebee (2018).

Para a cena em que Megatron encurrala Sam no topo de um prédio alto e Sam se agarra a uma estátua por puro pânico e medo, Shia LaBeouf estava, na verdade, no topo do prédio usando um cinto de segurança, mas sem nenhuma rede de segurança abaixo dele, e então seu terror era real. 

De acordo com Megan Fox, ela estava participando de um show do Linkin Park e quando acabou, a banda a conheceu pessoalmente e afirmou que ouviu falar do filme live-action "Transformers", e perguntou se poderiam ter uma música deles no álbum do filme e, portanto, "What I've Done" aparece nos créditos finais.

Para manter o clima frenético do filme, a maioria das sequências de ação foram filmadas de forma prática, com os atores realizando suas cenas de ação ao vivo diante das câmeras. Todas as imagens de computação gráfica foram restritas apenas aos robôs e a certas cenas essenciais. Devido à intensidade da ação (maioria de acidentes e explosões), a câmera foi guardada em uma caixa de vidro à prova de balas. Shia LaBeouf brincou mais tarde: "A câmera está protegida, mas os atores são dispensáveis!"

Um exemplo foi a sequência em que Bonecrusher quebra um ônibus ao meio. Foi uma verdadeira façanha filmada ao vivo. O ônibus foi construído com linha dividida e tinha cabos embutidos (que mantinham o ônibus unido até serem cortados), além de explosivos e canhões (que serviam para explodir o ônibus).

Durante o ataque no deserto de Scorponok, o Capitão Lennox (Josh Duhamel) chama reforços por meio de um telefone. Isso foi inspirado em um acontecimento real que um soldado contou a Michael Bay durante as filmagens: durante a invasão de Granada, uma unidade perdeu seu rádio em um ataque, mas encontrou uma linha telefônica próxima, então um dos soldados da unidade ajudou dando seu cartão de crédito para entrar em contato com o Pentágono. Uma cena retratando isso, com Mario Van Peebles, estava em O Destemido Senhor da Guerra (1986).

E tal sequência foi filmada em um campo minado. A área foi escaneada para garantir que era segura, antes que uma aldeia beduína pudesse ser construída (que seria ironicamente explodida).

A linguagem corporal e os movimentos do Optimus Prime foram modelados a partir de Liam Neeson. No filme, o nome "Autobot" significa "Organismo Robótico Autônomo". Na série, os Autobots eram assim chamados porque seus modos alternativos eram os automóveis.

Em 1973, Steven Spielberg foi cogitado para dirigir Superman: O Filme (1978), e em 1998, Michael Bay foi cogitado para dirigir O Homem de Aço (2013). Este filme contém homenagens ao Superman original.

Ambos os filmes apresentam locais semelhantes (um planeta moribundo, o Ártico, uma base subterrânea e a Represa Hoover). Um artefato verde brilhante de outro mundo desempenha um papel importante. Uma cena é copiada diretamente aonde Starscream voa em direção à represa. Optimus Prime pega Sam caindo da mesma forma que Superman salva Lois Lane (ambos até dizem a mesma frase). E por fim, Starscream, como Superman, voa para o espaço no final.

👉Infográfico: 

Autobots - Ironhide, Jazz, Bee, Prime, Ratchet.

Decepticons - Megatron, Barricade, Scorponok, Brawl, Blackout,  Frenzy, Starscream e Bonecrusher. 

Grande vilão: Megatron.

Missão: Procurar Allspark.

Resposta do confronto nas bilheterias: 709 milhões de dólares.


🔷Transformers: A Vingança dos Derrotados (2009)

Em Transformers: A Vingança dos Derrotados, dois anos após a batalha entre os Autobots e os Decepticons, Sam Witwicky (Shia LaBeouf) enfrenta a ansiedade de entrar na faculdade. Isto significa que ele terá que morar separado de seus pais, Judy (Julie White) e Ron (Kevin Dunn), deixar a namorada Mikaela Banes (Megan Fox) e ainda explicar a situação ao seu amigo e protetor Bumblebee, já que pretende levar uma vida normal de agora em diante. Paralelamente, o governo desativa o Setor 7, resultando na demissão do agente Simmons (John Turturro). 

Em seu lugar, é criada a NEST, uma agência comandada pelo capitão Lennox(Josh Duhamel) e o sargento Epps(Tyrese Gibson), que trabalha em conjunto com os Autobots. Porém, a NEST enfrenta a resistência de Theodore Galloway(John Benjamin Hickey), o consultor da segurança nacional, que a considera supérflua.

Paralelo a isso, é revelado que há milhares de anos, existia uma raça de Transformers que vasculhavam o universo à procura de fontes de Energon. Conhecida como a Dinastia dos Primes, eles usaram máquinas chamadas Ceifadoras Solares para drenar energia das estrelas, a fim de convertê-la em Energon e empoderar o AllSpark Cybertroniano. 

Os Primes concordaram que mundos com seres vivos seriam poupados, mas em 17.000 a.C., um dos Primes, posteriormente apelidado de "The Fallen", construiu uma Ceifadora Solar na Terra. Os outros irmãos sacrificaram seus corpos, a fim de esconder a Matriz da Liderança, a chave que ativa a Ceifadora Solar de Fallen, que jurou vingar-se da Terra.

Origem da Origem, só que antes.

A cena inicial do segundo Transformers mostra um Decepticon mais ameaçador que Megatron em primórdios do homem. E após um saldo no tempo, do nada, a equipe de Optimus muda, sendo que somente Jazz morreu no filme anterior. Aparentemente, Megatron era um aprendiz do Decepticon Fallen, que lembra em forma a rainha Alien de "Aliens, O Resgate", porém com uma coroa egípcia anexada. De repente, Megatron se tornou o Darth Vader e Fallen, o Imperador.

Isto sem contar que o Allspark agora se tornou Energon, que tem basicamente a mesma função... E há outro ponto incoerente: Bumblebee continua usando seu rádio para se comunicar, embora no final de Transformers (2007), ele tenha conseguido falar brevemente. Os roteiristas gostaram da habilidade de rádio de Bumblebee e queriam usá-la novamente (!!??).

A Batalha na Floresta foi filmada em terras nativas americanas no Novo México. Os cineastas tiveram permissão para destruir doze árvores reais e, em troca, plantaram 6.000 novas árvores. Michael Bay, sendo um amante dos animais, disse que detonar explosivos em uma floresta real foi uma das cenas de ação mais desconfortáveis ​​para ele dirigir.

John Turturro foi autorizado a escalar as pirâmides durante as filmagens no Egito. A certa altura, ele simplesmente começou a chorar. Quando Michael Bay o questionou, ele disse: “Você simplesmente não pode fazer isso em filmes. Você não pode filmar em um lugar com 4.000 anos”.

De acordo com Megan Fox, Michael Bay usou várias câmeras em algumas cenas para filmá-la de frente e de trás: "Estou curvado para arrumar a moto e estou usando um short bem curto. Pensei que estava realizando a cena com a câmera no meu rosto, mas ele tinha várias câmeras ligadas que estavam em um carrinho, deslizando para dentro e para fora atrás de mim. Meu diálogo nem está no corte final!

Homenagens...

No dormitório de Sam, há um pôster teatral do filme Os Bad Boys II (2003), outro filme dirigido por Michael Bay. Em certo momento, ouvimos o tema de Tubarão no rádio de Bumblebee. E o templo da Tumba dos Primes é o mesmo de Indiana Jones e a Última Cruzada. Ambos de Spielberg. O local é uma cidade histórica e arqueológica localizada no sul da Jordânia. 

Foi o filme de maior bilheteria a ganhar o Framboesa de Ouro de Pior Filme até o ano do lançamento, sendo superado apenas em 2012. Eu considero isso um erro, pois o "prêmio" deveria levar em conta acontecimentos do período. Uma greve de roteiristas "espremeu" o prazo que Bay tinha para ter um roteiro pronto para filmar. Eram apenas 3 semanas para desenvolver uma história coesa, o que não ocorreu. 

2007 para 2008 foi acometido de várias greves, prejudicando o andamento de várias produções. Como esquecer casos como as séries Heroes e Prison Break, que tiveram suas terceiras temporadas destruídas pela greve? Portanto, julgar o filme que não teve condições de entregar o seu melhor foi um erro. 

E no final das contas, até mesmo Bay falou mal do filme e Spielberg pediu desculpas pelo resultado, prometendo que o filme seguinte seria melhor.

👉Infográfico: 

Autobots: Optimus Prime, Bumblebee, Ratchet, Ironhide, Skids, Mudflap, Jetfire, Wheelie, Sideswipe, Jolt, Arcee, Chromia, Flare Up/Elita One e Os Seis Primes: Irmãos de Fallen. Lutaram contra ele e se sacrificam para salvar a Matriz. São vistos enquanto Jetfire conta a história da batalha pela posse da Matriz e quando Sam fica inconsciente durante a batalha no Egito.

Decepticons: The Fallen, Megatron, Starscream, Scalpel/The Doctor, Alice/Pretender, Grindor, Soundwave, Ravage, Scrapper, Long Haul, Mixmaster, Rampage, Overload, Scavenger, Hightower, Wheelbot/Demolishor, Scrapmetal, Devastator, Sideways, Microcons,Redman, Aplliancebots, Buffalo MPV Decepticon, Protoforms, Scorponock, Insecticons

Grande vilão: Fallen.

Missão: Procurar Energon.

Resposta do confronto nas bilheterias: 836 milhões de dólares.

🔷Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011)

Os Autobots, liderados por Optimus Prime (Peter Cullen), participam de missões secretas ao lado dos humanos, onde tentam exterminar os Decepticons existentes no planeta. Um dia, Optimus descobre que os humanos lhe esconderam algo ocorrido no lado oculto da Lua. Trata-se da queda de uma espaçonave vinda de Cyberton, comandada por Sentinel Prime (Leonard Nimoy), que desencadeou a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética na década de 60. 

Os Autobots resolvem ir à Lua resgatar o antigo líder, além das cápsulas que continuam no local. Paralelamente, Sam Witwicky (Shia LaBeouf) vive com sua nova namorada, Carly (Rosie Huntington-Whiteley), e está à procura de emprego. Ele sente-se diminuído, já que salvou o planeta duas vezes e ganhou uma medalha do presidente Barack Obama, mas nada disto parece ajudá-lo a se estabelecer no mercado de trabalho. 

Para piorar, Carly ganha bem e é assediada pelo chefe, o bilionário Dylan Gould (Patrick Dempsey). Pouco depois de enfim conseguir emprego, Sam recebe uma mensagem de Jerry (Ken Jeong), que trabalha no mesmo lugar. Jerry trabalhou na NASA durante a corrida espacial e agora é chantageado pelos Decepticons, que o matam. O fato faz com que Sam procure mais uma vez os Autobots, mas apesar de seus feitos do passado, ele encontra resistência da nova comandante, Marissa Faireborn (Frances McDormand).

O Novo primeiro contato

A cada filme, um novo elemento muda tudo. Agora, entra em cena o item que salvaria Cybertron: Allspark? Os pilares que se encontram na nave Ark...perdida no espaço e pilotada pelo Sentinel Prime. Além disso, a origem "humilde" dos Transformers do primeiro filme, agora ganharam uma camada maior, já que eles provocaram a corrida espacial entre EUA e URSS.

O conceito de pilares na Lua é baseado no conto "The Sentinel" do romancista de ficção científica Arthur C. Clarke. O robô que projetou e controla esses pilares é chamado, apropriadamente, de Sentinel Prime.

Quando Megan Fox foi demitida por Steven Spielberg por agredir Michael Bay pouco antes do início das filmagens, foi oferecido a Blake Lively o papel de Carly Spencer, mas recusou, devido a compromissos com Gossip Girl: A Garota do Blog (2007) 

Assim que Megan Fox foi demitida, as atrizes Amanda Seyfried, Anna Kendrick, Gemma Arterton, Amanda Seyfried, Ashley Greene, Hayden Panettiere, Vanessa Hudgens, Scarlett Johansson, Mila Kunis, Blake Lively, Carey Mulligan, Emily Blunt, Lucy Hale, Katie Cassidy, Heidi Montag Brooklyn Decker, Miranda Kerr, Bar Refaeli, Amber Heard, Camilla Belle, Emmanuelle Chriqui, Julianne Hough e Jessica Lowndes estiveram cotadas para fazer o par romântico de Sam. No entanto, a então desconhecida Rosie Huntington-Whiteley foi a escolhida.

Durante as filmagens que aconteciam em Washington, Estados Unidos, o Chevrolet Camaro 2011 (Bumblebee) bateu em um carro da polícia (unidade canina) que atendia um alerta de bomba no local. Os policiais acabaram sofrendo algumas lesões no acidente e o Camaro, danos consideráveis, mas foi possível continuar os trabalhos com carro substituto.

Aliás, segundo Michael Bay, 532 veículos foram destruídos no filme. Eles foram doados gratuitamente por uma seguradora, pois todos foram danificados pelas enchentes.

Conforme o supervisor de efeitos visuais Scott Farrar, Sentinel Prime foi fisicamente modelado em Sean Connery, e o papel de Sentinel foi oferecido a Connery, mas ele recusou. Sentinel cita a frase "só pode haver uma" do filme Highlander: O Guerreiro Imortal (1986) de Connery, que eu inclusive, entrevistei o diretor. 

Patrick Dempsey foi escalado por acaso após esbarrar com Michael Bay em um evento de lançamento da Ferrari em Los Angeles. Bay ainda procurava alguém para interpretar Dylan e perguntou se Dempsey aceitaria o papel. Ele concordou, principalmente (foi citado) porque nunca trabalhou em um filme de grande orçamento. Bay então disse a ele para chegar cedo ao set no dia seguinte.

O artista performático alemão, Gerhard, personagem de 28 Dias (2000) feito por Alan Tudyk é o mesmo personagem que Tudyk interpretou neste filme. Ele tinha saído da reabilitação, se colocado no caminho certo e então... entrou no Exército, tornou-se um especialista, descobriu que tinha habilidades em computadores e armas. Então ele ficou esgotado depois de muitas mortes, e simplesmente decidiu para se tornar manobrista do agente Simmons.

Aliás, outra situação bem curiosa acontece por volta de 1h, 7 minutos. Michael Bay reutilizou uma cena de acidente de carro de A Ilha (2005) depois que um figurante ficou gravemente ferido durante a filmagem original deste filme. É a cena da Batalha na Estrada quando Hatchet é jogado em um carro.

A cena em que os Autobots estão se reagrupando em uma igreja destruída apresenta com destaque uma estátua de um anjo seminu dobrando uma espada acima de sua cabeça. A estátua faz parte do "Memorial da Guerra dos Cidadãos" em Christchurch - uma cidade devastada pelo terremoto durante a realização deste filme. Na realidade, a estátua está situada ao lado da catedral da cidade, que ruiu parcialmente em 2011.

007 e Spielberg

Ao rever todos os James Bond, pude perceber como Spielberg é fã do personagem. Em Transformers há diversas referências a 007 Contra Goldfinger (1964): O espião Decepticon Dylan Gould é uma homenagem. Os nomes de Gould e Goldfinger são derivados da palavra "ouro".  Ambos são empresários ricos em colaboração com uma potência inimiga para seu próprio ganho (Goldfinger por dinheiro, Gould para permanecer vivo). 

Ele possui um carro espião e um relógio espião (embora neste caso sejam robôs para os quais ele trabalha). E ao lutar para manter um dispositivo funcionando, acaba sendo morto por eletrocussão, semelhante ao Oddjob.

Michael Bay mais tarde se arrependeu de ter dirigido os próximos dois filmes dos Transformers, Transformers: A Era da Extinção (2014) e Transformers: O Último Cavaleiro (2017). Em 2022, ele disse: "Fiz muitos deles. Steven Spielberg disse: 'Pare no três'. E eu disse que pararia. O estúdio me implorou para fazer um quarto, e então fiz e ele rendeu um bilhão também. E então eu disse que ia parar. Mas imploraram de novo e Bay fez outro.

👉Infográfico: 

Autobots - Optimus Prime, Sentinel Prime, Ironhide, Ratchet, Bumblebee, Sideswipe, Dino/Mirage, Wheeljack, Wheelie, Brains, Amp/Roadbuster, Target/Leadfoot, Topspin.

Decepticons - The Dreads (Crankcase, Crowbar, Hatchet), Megatron, Driller, Igor, Laserbeak, Shockwave, Soundwave, Starscream.

Grande vilão: Sentinel Prime.

Missão: Procurar Ark. 

Resposta do confronto nas bilheterias: 1 bilhão, 123 milhões de dólares,


🔷Transformers: A Era da Extinção (2014)

Alguns anos após o grande confronto entre Autobots e Decepticons em Chicago, os gigantescos robôs alienígenas desapareceram. Eles são atualmente caçados pelos humanos, que não desejam passar por apuros novamente. Quando Cade (Mark Wahlberg) encontra um caminhão abandonado, ele jamais poderia imaginar que o veículo é, na verdade, Optimus Prime, o líder dos Autobots. Muito menos que, ao ajudar a trazê-lo de volta à vida, Cade e sua filha Tessa, (Nicola Peltz) entrariam na mira das autoridades americanas.

A origem agora é outra. Origem, elenco e quase todo resto.

Transformar o quarto filme em um épico de quase 3 horas foi um risco. Aparentemente, com a certeza de que o resultado viria. E parece que estamos diante de um interminável exibicionismo de explosões, cercadas de personagens tão complexos quanto uma tirinha de 3 quadrinhos.

Contando o sopro de fogo dos Dinobots, há 563 explosões neste filme. Isso quase dobra a quantidade do filme anterior, Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011), que teve 283.

Portanto, avaliar o filme é como fazer uma crítica de uma volta de montanha-russa. Ela não está ali para ser genial ou mudar sua vida. O objetivo único é entreter. E como o filme rendeu 1 bilhão nas bilheterias, fica fácil perceber que eles atingiram a meta com louvor. 

E só rasgar o manual da lógica e tentar se divertir.

A filmagem principal do filme começou em maio de 2013 e aconteceu em vários locais ao redor do mundo, incluindo Estados Unidos, China e Hong Kong. A produção fez uso extensivo de efeitos práticos e visuais para dar vida aos Transformers e às sequências de ação.

Michael Bay resistiu em incluir os Dinobots nos filmes anteriores, já que os roteiristas não encontraram uma razão convincente na história para explicar por que os robôs gigantes, que procuram manter um perfil discreto, disfarçando-se de veículos do dia a dia e eletrodomésticos, assumiriam a forma metálica de répteis gigantes que foram extintos há muito tempo.

Bay descreveu Lockdown como o personagem mais interessante do filme: "Ele viaja pela galáxia, trabalha para outra pessoa. Ele está aqui por uma pessoa, um alienígena, e depois sai daqui; então ele realmente não quer tomar partido.”

O filme teve um orçamento de produção estimado em cerca de 210 milhões de dólares, tornando-o um dos filmes mais caros já feitos. A Paramount Pictures fez parceria com várias empresas chinesas, incluindo China Movie Channel e Jiaflix Enterprises, para co-produzir o filme. Esta colaboração teve como objetivo atrair o grande e crescente mercado chinês.

Partes do filme foram ambientadas especificamente na China por conta disto e apresentavam marcos chineses proeminentes, como a Grande Muralha da China e Hong Kong. Esta decisão foi tomada para aumentar o apelo do filme.

Jason Statham esteve cotado para assumir o papel principal do filme, mas o nome do ator parece ter surgido muito mais em razão de seu relacionamento com Rosie Huntington-Whiteley - substituta de Megan Fox - do que devido a uma sondagem oficial. Curiosamente, a contratação do ator principal, Mark Wahlberg, veio por meio de um boato na internet. Ao ganhar força, o que não era meta se tornou ideia para o estúdio.

O filme homenageia a franquia “RoboCop” de várias maneiras: a história se passa em um futuro sombrio; Galvatron/Megatron é reconstruído em um novo corpo, assim como Alex Murphy e Cain.

Harold Attinger é baseado em Dick Jones (e Paul McDaggett). Ele ordena uma caçada humana aos heróis, está simplesmente agindo para conseguir um contrato com o governo, mantém uma aliança com um Decepticon e, perto do final do filme, mantém alguém como refém e é morto a tiros.

Joshua Joyce é parcialmente baseado na Dra. Juliette Faxx. Ele constrói um novo Transformer e se refere aos Autobots como desatualizados. A cena da morte de Savoy é semelhante à morte de Jones (uma queda da janela de um prédio). O Optimus Prime adquire a capacidade de voar, assim como o RoboCop. 

A trilha sonora do filme foi composta por Steve Jablonsky, que já havia trabalhado na música dos filmes anteriores. O álbum da trilha sonora apresentou uma mistura de composições e canções originais de vários artistas, incluindo Imagine Dragons com "Battle cry".

Quase todo o marketing mostrava apenas os Dinobots. No entanto, eles aparecem por apenas quinze minutos de exibição.

Deu para entender?

Eu também não entendi nada na época. Não entendi nada hoje. 

👉Infográfico: 

Dinobots -  Grimlock, Scorn, Slug, Strafe.

Autobots - Ratchet, Brains, Leadfoot, Crosshairs, Drift, Hound, Bumblebee, Optimus Prime.

Decepticons - Stinger, Junkheap Triplets. Traxes (Red, Blue, Black e White,), Two Head, KSI Sentries, KSI Boss, McLaren Prototype, Aston Martin Prototype, KSI Enforcer, Insecticon.

Grande vilão: Galvatron e Lockdown.

Missão: Procurar Semente. 

Resposta do confronto nas bilheterias'': 1 bilhão,104 milhões de dólares.


🔷Transformers: O Último Cavaleiro (2017)

Como eu disse acima, a saga Transformers não busca mudar a vida de ninguém. Não pretende ser algo que tem plena consciência de que não é. Então, não adianta discutir a relação sobre as eventuais discordâncias. Mas perguntas vão pipocar em um primeiro momento, como a volta de Megatron ou mais uma nova origem da relação dos robôs com os humanos, agora associada aos cavaleiros da Távola Redonda. 

Do nada, um conflito que lembra cenas do filme Gladiador com cavaleiros lutando por algo que desconhecemos surge na tela. E logo em seguida, vemos Merlin pedindo ajuda a um Transformer.  1600 anos e a Terra se tornou o cenário para o filme O Exterminador do Futuro - A Salvação (2009). 

Não muito tempo depois, somos apresentados a um roteiro insano, onde Megatron comanda um tipo de Esquadrão Suicida (a cena de introdução dos personagens é idêntica) para procurar Cade Yeager., o humano que parece ter se tornado o homem mais perigoso do mundo(!!!). Até os Dinobots são comandados por ele. 

Apesar de sua aparente morte durante Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011), o carro de polícia Decepticon Barricade retorna, e aparentemente sobreviveu aos acontecimentos deste filme, com um design completamente novo, incluindo um novo modo de veículo.

Este filme apresenta o mito do Rei Arthur. Anteriormente, Michael Bay iria dirigir Rei Arthur (2004), e trabalhou nesse filme por cinco anos, antes de deixá-lo, por questões orçamentárias.

O Palácio de Blenheim foi decorado como quartel-general nazista para as cenas da Segunda Guerra Mundial. Isto causou controvérsia entre os veteranos de guerra britânicos, que protestaram que o palácio era a antiga residência do herói de guerra Winston Churchill, e não merecia tal tratamento. O produtor executivo e diretor Michael Bay explicou que isso fazia parte do filme, e o neto de Churchill, Nicholas Soames, criticou a imprensa britânica por sensacionalizar uma mera cena do filme.

Quintessa dá ao Optimus Prime o apelido de "Nemesis Prime", quando ele inicialmente se torna mau. Esta é uma referência a um personagem de mesmo nome, um clone mal do Optimus, que apareceu ocasionalmente na animação.

Parte deste filme foi filmado em Stonehenge. O produtor executivo e diretor Michael Bay solicitou a filmagem de uma explosão no local, mas foi negado, então ele mandou construir um conjunto de Stonehenge para filmar a explosão.

Esta é a quinta vez que um artefato poderoso é o centro principal da história. Em Transformers (2007), foi o Allspark; em Transformers: A Vingança dos Derrotados (2009), a Matriz da Liderança; em Transformers: O Lado Oculto da Lua (2011), os Pilares da Arca; em Transformers: A Era da Extinção (2014), a Semente; e neste filme é o Cajado.

E a cada filme, os Transformers estiveram mais envolvidos na história da humanidade. Neste, sua participação é amplificada, estando no meio de vários eventos históricos, como a Revolução Americana e as duas Guerras Mundiais (Adolf Hitler foi morto por um relógio transformer.

Michael Bay afirmou que este seria o último filme dos Transformers que dirigiu, mas estava aberto a permanecer na série como produtor. Ele desempenhou esse papel no próximo filme, Bumblebee (2018). De certa forma, sua saída da direção não tem grande efeito. O problema são estes roteiristas alucinados que pensam que todo mundo é estúpido como eles. 

Algumas soluções do filme beiram a vergonha alheia. E são tantas que não valem a pena enumerar, como onde foram parar os Dinobots na batalha final, já que eram tão incríveis e mitológicos? Ou para que o Optimus foi buscar o King Ghidorah Transformer se eles chegam e dão apenas um rasante? Ou ainda, aquela tal profecia do último cavaleiro tinha qual finalidade? Que Cade erguesse a espada no final e pronto? Era isso?

👉Infográfico: 

Dinobots - um cão, um gato e um papagaio.

Autobots - Bumblebee, Optimus Prime e um monte de inúteis.

Decepticons - Megatron (de novo?????????) e uma infinidade de vilões inúteis que você nem entende quem é quem.

Grande vilão: Quintessa.

Missão: Procurar Cajado. 

Resposta do confronto nas bilheterias: 605 milhões de dólares.


🔷Bumblebee (2018)

Grandes clássicos do cinema atravessam gerações. E aliados a eles, filmes com temas semelhantes pipocam as salas de cinema caracterizando cada época. São vários exemplos que definem estes períodos, como as comédias do cinema mudo, os filmes Noir dos anos 40 e 50, a Nova Hollywood que praticamente redefiniu os rumos do cinema nos anos 70 e 80, enfim: a história do cinema pode ser subdividida em períodos e conforme a paixão de um cinéfilo nasça em algum deles, é bem provável que, na idade adulta, a nostalgia tome conta.

E ela não vem só atrelada ao cinema, mas com diversos outros setores: jornais, brinquedos, propagandas, novelas, produtos alimentícios, álbuns de figurinhas. São muitos. Mas afinal, por que o pessoal anda tão nostálgico? Se dermos uma ida ao supermercado, nos deparamos com vários produtos que emulam os anos 80 como uma lata de Nescau e um Elma Chips. Até o chocolate Surpresa voltou em formato de ovo de páscoa. 

O famoso professor de Nova York Morris B. Holbrook discorreu em um dos seus livros sobre o tema e chegou a diversas conclusões interessantes. Conforme estudado, o papel da nostalgia é ser uma ponte entre a idade e o desenvolvimento das preferências do consumidor. Esta relação é variável já que os padrões de cada pessoa variam. Mesmo assim, é bastante comum encontrar pessoas que formaram seus gostos em cima das mesmas coisas. 

Esta Nostalgia vem sendo discutida em vários campos, como psicologia, sociologia, história e ciências sociais. É um estudo interessante, que vale muito a pena tentar identificar padrões da sociedade pela nostalgia. Ela é, de certa forma, a memória impressa no DNA que remete à fase mais marcante da vida, incluindo os bons e os maus momentos. 

O que nos leva a Bumblebee, que por sua vez, nos leva aos anos 80. Precisamente em 1987. O filme inicia com Cynertron sendo atacada e os Autobots tendo que "sumir do mapa". Bee segue a dica de Prime vai para a Terra. Refugiado num ferro-velho numa pequena cidade praiana da Califórnia, Bumblebee, um fusca amarelo aos pedaços, e sem condição de uso, é encontrado e consertado pela jovem Charlie (Hailee Steinfeld), às vésperas de completar 18 anos. Só quando Bee ganha vida, ela enfim nota que seu novo amigo é bem mais do que um simples automóvel.

Beatle

Hailee Steinfeld nasceu nove anos após a ambientação do filme e teve que ser ensinada a usar alguns itens típicos da década de 80, como operar um Walkman, o que lhe era completamente estranho.

A equipe de efeitos especiais construiu um modelo em tamanho real de Bumblebee para referência e para ajudar Hailee a agir no set. Eles construíram uma cópia em tamanho real da cabeça, peito e braços de Bumblebee, com detalhes de pintura e olhos iluminados.

A cena em que Charlie tenta consertar Bumblebee e involuntariamente ativa a mensagem holográfica do Optimus Prime após declarar "Tem algo preso aqui" é uma homenagem a Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança (1977), com a mesma cena ocorrendo entre Luke Skywalker, R2-D2 e o holograma da Princesa Leia.

Tanto o tio Hank quanto a família de Charlie são vistos assistindo ALF - um programa sobre uma família que acolhe um alienígena com o governo tentando caçá-lo, como neste filme. A certa altura, Charlie diz a Bumblebee para não mostrar a ninguém sua verdadeira forma, porque se ele fosse pego, eles o manteriam em um laboratório e o cortariam, que é o que o governo estava tentando fazer com ALF no programa.

Travis Knight comparou o trabalho em live-action com seu trabalho anterior em stop-motion, e disse que tratou as cenas com os robôs como se fossem cenas animadas, fazendo uso extensivo de storyboards, detalhando o roteiro e planejando todos os detalhes.

Os produtores citaram O Gigante de Ferro como a principal influência para o filme. Como pode ser visto quando Bumblebee recupera a memória e ataca o exército em defesa de Charlie. Os olhos do Zangão brilham em vermelho assim como o do Gigante de Ferro e ainda tem seu braço transformado em uma arma da mesma forma e é acalmado da mesma forma.

Perto do final do clímax, quando Charlie interrompe o carregamento do sinal do Decepticon, a barra mostra que ele estava 84% completo. 1984 foi o ano em que os desenhos animados, brinquedos e quadrinhos originais dos Transformers fizeram sua estreia.

Para finalizar, ao olharmos os dois melhores filmes da saga, este e o primeiro Transformers, eles seguem caminhos diferentes. O filme de 2007 inicia a escala cada vez mais global dos problemas enfrentados, enquanto Bumblebee é mais intimista, particular, explorando a natureza sensível de uma relação entre duas figuras deslocadas em suas histórias.

Talvez o grande problema do filme é ele ter chegado após a escalada épica de Michael Bay. E por ser um filme menor (em orçamento, duração e pretensão), o público acabou se perdendo em meio a uma eventual involução.  

Mas na realidade, a saga Transformers chegou ao seu limite e se transformou em algo melhor. E é exatamente por isso, que o público não comprou a ideia, afinal a cada ano, vemos que o ser humano não sabe, de fato, escolher.

🔷Transformers: O Despertar das Feras (2023)

Havia duas possíveis linhas que a saga Transformers podia seguir. A do filme solo, como Bumblebee, focado em algum personagem ou voltar a fórmula da inclusão de inimigos cada vez mais fora das possibilidades de enfrentamento contra Transformers que sabendo disto, buscam apoio dos até então ocultos, transformers mitológicos. Transformers: O Despertar das Feras, segue o segundo rumo citado...

Em um período antigo do universo, o devorador de planetas Unicron (Colman Domingo) está em busca de uma chave valiosa capaz de abrir outras dimensões. Ele manda seus capangas, os Terrorcons, irem atrás do artefato no planeta dos Maximals, Autobots ancestrais capazes de assimilar a forma de animais. Para despistar o vilão, parte dos Maximals foge para a Terra, onde escondem a chave.

Anos se passam e, em 1994, o ex-militar Noah Diaz (Ramos) conhece por acaso um grupo de Autobots quando tenta roubar um carro de luxo. O líder Optimus Prime (Peter Cullen) usa da ajuda dele e da historiadora Elena Wallace (Fishback) para decifrar os códigos que mantém a chave protegida - antes que Unicron e seu exército possam roubar o artefato.

Esteticamente, o filme se assemelha muito a Bumblebee, e a direção de Steven Caple Jr., nos brinda com uma aventura agradável de ver. Porém, ela carrega o peso de ser o sétimo filme. A bilheteria bastante inferior aos demais filmes mostra que o público não comprou a ideia. E de fato, há situações no filme que poderiam ser bem diferentes, como, por exemplo, os Transformers animais, subaproveitados a ponto de que, um deles, é visto ocasionalmente, correndo de um lado para o outro, e só.

A maioria da animação computadorizada do filme foi feita pela empresa MPC, em vez da ILM, que havia feito a maioria dos efeitos especiais nos filmes anteriores dos Transformers. Eles tiveram dificuldade para terminar os efeitos a tempo, o que significou que muitas cenas tiveram que ser cortadas (incluindo um personagem chamado Transit, um Decepticon que se transformou em um ônibus para se esconder do Optimus Prime) ou alteradas antes do lançamento. 

Em novembro de 2022, sete meses antes do lançamento do filme, a empresa de animação Weta Digital foi contratada para auxiliar a MPC e finalizar o filme no prazo. A maioria da batalha final foi refeita do zero pela Weta. Os primeiros teasers e trailers mostraram muitas dessas cenas de efeitos inacabadas, incluindo a versão abandonada do MPC da batalha final. 

A cena de abertura ambientada no planeta natal dos Maximals também foi uma adição da Weta, e o personagem Apelinq foi incluído no último minuto. Em correspondência anônima com fãs de Transformers, alguns animadores da MPC pediram desculpas por seu trabalho CGI abaixo da média no filme e admitiram que a MPC só conseguiu o emprego porque eram mais baratos que o ILM. 

Ao contrário dos filmes anteriores, os personagens robôs não foram feitos adequadamente dimensionados com os veículos em que se transformam. De acordo com Kevin Estey, supervisor de animação da Weta Digital, a forma de caminhão do Optimus Prime tem quatro vezes o volume de seu modo robô, o que significa que ele encolhe significativamente ao se transformar em um robô. 

Certos detalhes entre os modos veículo e robô também eram inconsistentes. A forma de robô de Bumblebee tem rodas diferentes do modo de carro off-road Camaro, que desaparecem e reaparecem durante sua transformação.

O filme termina com um crossover entre Transformers e GI Joe. Quando GI Joe: A Origem de Cobra (2009) foi lançado, os produtores alegaram que era no mesmo universo de Transformers e começaram a trabalhar em um crossover de verdade, na mesma linha do Universo Cinematográfico Marvel, mas nada aconteceu até este momento.

Transformers: O Despertar das Feras não é um erro. É um filme que nasceu cansado, que se apoiou demais em elementos pouco vistos em cena, com um protagonista sem o brilho dos anteriores (ainda que ótimo ator) e que percebeu, tarde demais, que a franquia precisava ter começado de uma forma mais confiante em seu diversificado universo.

👉Infográfico: 

Autobots: Optimus Prime, Bumblebee, Mirage, Arcee, Wheeljack, Stratosphere 

Maximals: Optimus Primal, Airazor, Rhinox, Cheetor, Apelinq

Terrorcons: Scourge, Nightbird, Battletrap, Sweeps, Freezer, Novakane

Predacons: Scorponok

Grande vilão: Scourge

Missão: Procurar a chave Transwarp 

Resposta do confronto nas bilheterias: 438 milhões de dólares.

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